segunda-feira, 27 de junho de 2022

Teste da orelhinha: especialista explica importância do exame para detecção precoce de deficiências auditivas em recém nascidos



A fonoaudióloga Maria Martins Moura enfatiza que os efeitos podem ser minimizados se o tratamento e terapias de estímulo forem iniciados antecipadamente.

Todo bebê, ao nascer, precisa realizar alguns testes importantes para a detecção precoce de anomalias. Esses exames são fundamentais para identificar se o bebê está bem de saúde. Entre esses exames está o teste de orelhinha que avalia a audição do recém nascido. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 278 milhões de pessoas têm perdas auditivas. No Brasil, estima-se que 1,5% da população seja portadora de alguma deficiência na audição. A metade dos casos seriam prevenidos e teriam efeitos minimizados se o diagnóstico e a prevenção fossem iniciados antecipadamente. 

A triagem auditiva neonatal, conhecida popularmente como teste de orelhinha, é um teste obrigatório assegurado por lei que é realizado por um fonoaudiólogo. “O exame é feito por meio de um equipamento que emite sons, estimulando o órgão da audição e captando suas reações a partir de uma sonda introduzida na orelha do recém nascido. Ele é rápido, indolor e feito com o bebê dormindo a partir de 48 horas de vida. Caso não seja possível realizar nesse período, a triagem deve ser feita até 28º dia de vida. A partir dele, já é possível identificar se há algum problema auditivo e em caso de falha, é feito um reteste seguido por um encaminhamento para uma avaliação otológica e audiológica completa”, explica a fonoaudióloga Maria Martins Moura.

A audição é um dos sentidos mais importantes para o desenvolvimento da criança. Antes mesmo de nascer, por volta do quinto mês de gestação, o bebê já escuta e ouve sons do corpo da mãe e é através da audição que acontece o aprendizado da linguagem, sendo também importante para o desenvolvimento cognitivo da criança. Alguns recém nascidos possuem indicadores de risco para alterações auditivas quando apresentam antecedente familiar com surdez permanente desde a infância, permanência na UTI por cinco dias ou mais, infecções congênitas, distúrbios neurodegenerativos, infecções bacterianas ou virais após o nascimento e traumatismo craniano. Contudo, quando o problema é percebido com antecedência, maiores são as possibilidades de tratamento e as terapias de estímulo tem mais eficácia. 

“A triagem auditiva é muito relevante para diagnosticar alguma deficiência de forma precoce, mas, ainda que o bebê apresente um resultado positivo no exame neonatal, é importante que os pais acompanhem o desenvolvimento das habilidades de audição e fala dos seus filhos. Caso perceba alguma dificuldade em identificar sons, falta de reação a barulhos fortes, de resposta a chamados ou atraso na linguagem, deve buscar auxílio com um fonoaudiólogo infantil para uma avaliação”, enfatiza a especialista.

Nenhum comentário:

Postar um comentário