quarta-feira, 22 de setembro de 2021

Aberta a venda de ingressos para o musical Naked Boys Singing!



O musical ‘Naked Boys Singing!’ estreia no dia 16 de outubro, na Sala Paschoal Carlos Magno, no Teatro Sérgio Cardoso, seguindo as normas sanitárias do Estado de São Paulo. Os ingressos já estão à venda pelo Sympla.

Naked Boys Singing! é um espetáculo de teatro musical, ícone da cultura gay, que estreou no Hollywood´s Celebration Teatre, em Los Angeles nos Estados Unidos, em 1998, e que posteriormente foi montado em New York, onde se tornou o segundo musical mais longevo off-Broadway. Produzido em mais de 20 países, desde a sua estreia sempre esteve em cartaz em algum lugar do mundo. Em 2020 o espetáculo estava em cartaz em Londres, mas teve que ser interrompido devido a pandemia do novo Coronavírus.

No Brasil, a montagem nacional chega ao Teatro Sérgio Cardoso, equipamento vinculado à Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo e gerido pela Amigos da Arte. A temporada estreia de forma presencial a partir do dia 16 de outubro, sábado, às 19 horas.

Naked Boys Singing! é um espetáculo de teatro musical, com músicas pujantes, tocadas ao vivo por um ator/pianista e defendido com energia e vitalidade por dez atores/cantores/bailarinos, além de uma equipe criativa com nove artistas. O espetáculo é dividido por 15 atos musicados, que abordam temas distintos relacionados ao corpo masculino, do cômico nonsense ao drama

Segundo o diretor Rodrigo Alfer, a pele exposta em 2021 no musical terá um significado mais amplo e poético, principalmente pelo momento de pandemia em que fomos obrigados a nos cobrir, e temermos o corpo e contato com o outro. O musical além de libertador será uma celebração à vida. 

O Musical

Naked Boys Singing! possui a estrutura de um gênero que surgiu na França no século XV, o Vaudeville, nele artistas se apresentavam através de números musicais, de dança, acrobacias, mágicas, atletas, grupos ciganos e números com animais. No seu início, os espetáculos eram apenas dirigidos para homens, pois seus números eram considerados grosseiros e chulos.

No século XIX nos EUA e Canadá ganhou contornos de comédia ligeira e foi a principal forma de entretenimento da classe média burguesa tornando-se uma diversão para toda a família.

Diferente de seu intuito inicial, que era somente entreter a burguesia, Naked Boys Singing! joga luz em temas como, circuncisão, masturbação, HIV, ereção involuntária, corpo padrão, gordofobia, pornografia e outras surpresas, além, é claro, de falar de amor.

O nu masculino na arte

Na história da arte figurativa, o nu existe desde os primórdios, foi praticado em diversas culturas como egípcias e assírias. Ao buscar um recorte em nossa cultura ocidental para o corpo masculino, é possível encontrarmos a forma de como foi retratado. Na Grécia antiga, berço de nossa civilização, esteve presente tanto nas artes quanto na mitologia, onde encontramos seres com figurações masculinas e fálicas, como é o caso do deus Príapo.

Com o passar do tempo, o corpo nu masculino entrou para os estudos de anatomia, onde se fortaleceram nas instituições de arte e deixaram de ser algo provocativo, sendo retomado nos anos sessenta através de performances artísticas.

No Brasil, o espetáculo musical americano Hair, que em 1969 esteve em cartaz na cidade de São Paulo, com atores hoje consagrados, como Ney Latorraca, Antônio Fagundes e Sônia Braga, é considerado o primeiro espetáculo teatral com nu frontal coletivo, seguido por espetáculos do Teatro Oficina e por Raul Cortez que verdadeiramente fez o primeiro nu frontal masculino do teatro brasileiro, no celebrado espetáculo O Balcão, de Jean Genet.

Após esse período, o nu, principalmente o masculino, foi perdendo a sua força no que se diz respeito ao seu uso nas artes, e praticamente se tornou um tabu. Diferente do corpo feminino que sobreviveu, mas a serventia de um mundo patriarcal e machista.

Muito se fala da nudez gratuita ou de sua conotação mercadológica para se vender ingressos. Também se é dito que o nu ficou no passado e que ninguém mais se interessa. Com o advento da internet e da pornografia a mão de quem quiser, o nu foi atrelado a uma categoria menor, colocado num nível abaixo até mesmo por artistas.

Ficha Técnica 

Idealização: Robert Schrock

Versionista: Rafael Oliveira

Direção: Rodrigo Alfer

Assistente de Direção: Manu Littiéry

Direção Musical: Ettore Veríssimo

Direção Coreográfica: Alex Martins

Preparação de Elenco: Érika Altimayer

Cenário e Figurino: Daniele Desierrê

Desenho de Luz: Gabriela Araújo

Desenho de Som: André Omote

Copista: Rafael Gamboa

Produção e Cenotecnia – Alexandre de Marco

Produção: Cícero de Andrade

Produção: Bacana Produção Artísticas & Mosaico Produções

Fotos: Caio Gallucci

Elenco

André Lau, Aquiles, João Hespanholeto, Luan Carvalho, Lucas Cordeiro, Raphael Mota, Ruan Rairo, Silvano Vieira, Victor Barreto, Tiago Prates e Gabriel Fabri - Pianista

Serviço:

Naked Boys Singing!

Teatro Sérgio Cardoso - Sala Paschoal Carlos Magno


Temporada: 16 de outubro a 19 de dezembro.


Sábados, às 19h e domingos, às 20h

Ingressos: R$40,00 (inteira) e R$20,00 (meia-entrada)


Vendas: https://bileto.sympla.com.br/event/69039


Duração: 80 min

Classificação indicativa: 16 anos


 


 


Sobre a Amigos da Arte


A Amigos da Arte, Organização Social de Cultura responsável pela gestão dos teatros Sérgio Cardoso e de Araras e do Museu de Diversidade Sexual (MDS), trabalha em parceria com o Governo do Estado de São Paulo e iniciativa privada desde 2004. Música, literatura, dança, teatro, circo e atividades de artes integradas fazem parte da atuação da Amigos da Arte, que tem como objetivo difundir a produção cultural por meio de festivais, programas continuados e da gestão de equipamentos culturais públicos. Em seus mais de 15 anos, a entidade desenvolveu 58 mil ações que atingem mais de 25 milhões de pessoas.



Sobre o Teatro Sérgio Cardoso


Localizado no boêmio bairro paulistano do Bixiga, o Teatro Sérgio Cardoso foi inaugurado em 13 de outubro de 1980, com uma homenagem ao ator. Na ocasião, foi encenado um espetáculo com roteiro dele próprio, intitulado “Sérgio Cardoso em Prosa e Verso”. No elenco, a ex-esposa Nydia Licia, Umberto Magnani, Emílio di Biasi e Rubens de Falco, sob a direção de Gianni Rato. A peça “Rasga Coração”, de Oduvaldo Viana Filho, protagonizada pelo ator Raul Cortez e dirigida por José Renato, cumpriu a primeira temporada do teatro. Em 2020, o TSC cumpriu 40 anos de atividades, tendo recebido temporadas importantes de todas as linguagens artísticas e em novos formatos de transmissão, se consolidando como um dos espaços cênicos mais representativos da cidade de SP.

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