"Essa música está dentro desse novo ritmo que faz o povo dançar e ao mesmo tempo refletir em determinados assuntos ainda que nas entrelinhas. Nesse caso, além de fazer o ouvido viajar no mundo da ostentação, a canção tem a finalidade de exaltar a beleza da mulher, e confrontar o pensamento machista de que o modo de se vestir ou dançar moldam o caráter da mulher", explica o artista, que se divide entre a carreira artística, personal trainer e a profissão de gari, onde atua há 13 anos.
Mas a junção de ritmos veio de encontro à origem familiar de Nego Zú, nome artístico de Rodrigo da Silva Abreu, de 39 anos. A influência veio do pai, o compositor Jorge Barbudo, que já compôs para escolas de samba como Caprichosos de Pilares e Imperatriz Leopoldinense. Assim, em 2006, Nego Zú começou a compor sambas, mas foi a paixão pelo rap que falou mais alto. Foi assim que logo no primeiro rap abordou a realidade enfrentada pelos moradores da comunidade em que vive até hoje.
"Sou nascido e criado no Morro do Urubu, em Pilares, na Zona Norte do Rio. Então ouvir funk e rap sempre fizeram parte da minha história. E ter agora a oportunidade de lançar minha arte unindo os dois gêneros é muito significativo. Acho que o funk e o rap tem muito a evoluir e se misturar, trazendo um estilo diferenciado que traz ao público além da dança uma reflexão dos temas sociais, por exemplo. Quero deixar minha contribuição nessa história", destaca Nego Zú.
Mais sobre o artista
Nego Zú tem identificação com as letras compostas por rappers como MV BILL, RACIONAIS e especialmente o extinto grupo 509E. Com essa inspiração, ele vem percorrendo ao longo dos anos na trajetória no rap, que agora ganha novos contornos com o "trap-funk".
Por meio da cultura do hip hop, Rodrigo começou a participar de eventos de Rap, ganhando assim o respeito dos que já estavam na cena. Também foi convidado a cantar em várias casas do Estado do Rio de Janeiro e Minas Gerais. Mas um momento marcante na carreira do rapper foi quando abriu o show do cantor Zé Ramalho, que reuniu mais de 8 mil pessoas na cidade de Palma (MG).
Em 2007 o rapper venceu o prêmio Tivit de Música, o que impulsionou ainda mais a sua busca pelo reconhecimento do RAP. Já em 2010 foi o vencedor do FESTIVAL RPB e começou a gravar com a Toka FK produções.
Com letras cotidianas, Nego Zú passou a compor músicas de histórias reais misturando ficção e realidade. Alguns desses exemplos foram "Amigo Josemar", canção que relata a morte de um amigo por bala perdida (parte fictícia) mas também conta a história de Alana Josiel (morta no Morro dos Macacos), do professor de Educação Física Wladimir e Gabriela sou da Paz (todos mortos por balas perdidas) e também do menino João Hélio, casos que comoveram o país.
O primeiro EP do artista foi lançado em 2020 sob o nome "Pé no Chão", e contou com seis músicas. Neste ano, o segundo trabalho teve o título "Seu Nego", mas Nego Zú já prepara o lançamento de novos singles que em breve irão compor um novo trabalho.
Além da atuação musical, o rapper também atuou na parte social. Formado em Educação Física, ele ministrou aulas de futebol para crianças e adolescentes do Morro do Urubu, em Pilares, atendendo mais de 90 crianças de 2013 a 2016.
Acompanhem o artista através das redes sociais:
Youtube: NEGO ZÚ - DEIXA - YouTube
Facebook: www.facebook.com/rappernegozu
Instagram: @nego_zu_
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