Apesar de ter nascido em Salvador, como o pai, viveu a maior parte da sua vida entre os Pataxós do sul da Bahia. Em suas composições, relata a realidade dos povos originários e promove a quebra dos estereótipos criados sobre a figura do indígena. O artista esteve em 2019 no YBY - Festival de Música Indígena, onde conheceu a Casa Amarela de Cultura Coletiva, grupo que participou da produção e viabilização do festival e que já vinha trabalhando como força aliada de movimentos da Arte Indígena Contemporânea na cidade de São Paulo.
Além de Edivan Fulni-Ô, a programação conta com as apresentações de mais quatro artistas da cena cultural afro-brasileira e indígena: o mineiro Moisés Pescador e a mineira Elisa de Sena; a brasiliense Nãnan Matos; e o senegalês Mamour Ba, atualmente radicado em Belo Horizonte. O festival também promoverá debates com os/as artistas convidados/as antes de suas respectivas apresentações, que dialogam sobre temas de interesse de professores/as, pesquisadores/as e educadores/as, principalmente os/as que se interessam pela temática da cultura afro-brasileira e indígena.
A concepção visual do evento está nas mãos da baiana Ester Barros (@esterdeoxum), artista do campo da produção audiovisual, de artes visuais e de performance art. É graduanda do curso de Licenciatura Interdisciplinar em Artes pela Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) - campus Sosígenes Costa, em Porto Seguro. Tem relações intensas com a ancestralidade afro-brasileira e expressa esse sentimento por meio da sua obra e também pela sua fé, participando do terreiro Aramefá Odé Ilê, em Teixeira de Freitas.
A programação do festival será exibida pelo canal do YouTube de Moisés Pescador, neste link: https://bit.ly/CanalYouTubeMoisesPescador. Mais informações, como o dia de cada apresentação e dos debates, acesse o Instagram @festivalsalveorixas. Aproveite para seguir o evento no Instagram e se inscrever no canal de Moisés, ativando as notificações para saber em primeira mão das novidades do Salve Orixás.
Viabilizado pela Lei Emergencial Aldir Blanc por meio da Secretaria de Cultura e Turismo de Minas Gerais, o Salve Orixás deriva de uma proposta inicialmente executada pelo seu idealizador, o artista Moisés Pescador. Natural de Itaúna, cidade do Centro-Oeste mineiro, Moisés é músico autodidata, cantor e compositor, e reside em Belo Horizonte desde 2005 no bairro da Lagoinha. Em 2016, foi premiado no Festival de Música da Reforma Agrária, em que o tema do festival foi: “Da Luta Brotam Vozes de Liberdade”. Em 2017, realizou o show Salve Orixás, que agora dá nome ao festival, e em 2021, coordenou o Festival De Todas As Cores, que teve a proposta valorizar e reconhecer os talentos LGBTQ+ e negros de Itaúna e do Centro-Oeste de Minas Gerais.
CONHEÇA OS ARTISTAS DO FESTIVAL SALVE ORIXÁS
Elisa de Sena (Belo Horizonte, MG)
Elisa de Sena nasceu e cresceu no bairro Goiânia, na periferia de Belo Horizonte. Filha de pais também negros e oriundos do interior de Minas Gerais, Elisa cresceu acompanhando sua mãe e irmãos em festas de congado e reuniões de grupos do Movimento Negro. Aos 17 anos entrou para o Projeto Kilombola, uma iniciativa da banda Berimbrown, que buscava ensinar arte para crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social. Ali estudou canto, percussão, capoeira e teatro. Aos 19 anos entrou para o grupo Tambor Mineiro, de Maurício Tizumba, onde se aprimorou nos ritmos de congado, integrou um espetáculo cênico musical e estreitou definitivamente sua relação com os palcos. É uma das fundadoras do Coletivo Negras Autoras, iniciativa que reúne artistas negras no fortalecimento da voz de mulheres que já vinham em uma longa caminhada no mundo das artes. Hoje, Elisa se divide entre morar no Brasil e na Grécia e segue difundindo seu trabalho por onde passa, primando sempre pela liberdade de criação, conexões diversas e transformação pessoal e coletiva.
Edivan Fulni-ô (Pau Brasil, BA)
Edivan Fulni-ô é cantor, compositor e produtor musical que traz um novo conceito no cenário musical, artístico e dramatúrgico brasileiro. Fruto da mistura de uma pernambucana de etnia Fulni-ô com um soteropolitano, Edivan é um indígena preto. Característica que fez questão de afirmar em vários momentos, ao contrário de anos anteriores em que passou negando e escondendo a sua identidade. Mergulhado em estilos musicais diversos, Edivan faz parte da retomada pelo som com a Música Contemporânea Indígena e o Futurismo Indígena. Ao som de violões e maracás, traz a luta e resistência indígena para os palcos musicais do Brasil e do mundo.
Nãnan Matos (Brasília, DF)
Nãnan Matos é compositora, cantora e arte-educadora. Desenvolve pesquisas e práticas musicais há mais de 10 anos no Distrito Federal, especializada em música tradicional africana e afro-brasileira. Com voz marcante e timbre forte, promove uma pesquisa musical de raiz agregando uma visão contemporânea. Nãnan contribui de maneira inovadora para a cena musical atual. Formada na Escola de Música de Brasília, já iniciou centenas de pessoas no aprendizado de instrumentos tradicionais da África, como djembes e dununs, além de ter realizado performances relacionadas à propagação da cultura africana. A cantora já recebeu diversos prêmios, incluindo o Prêmio Agente Jovem de Cultura – MinC/2009, o FINCA/UNB – 2012 (Categoria: Melhor Intérprete – AfroCandangoLatino), e o Prêmio SESC de Música Tom Jobim/2013 (Categoria: Melhor Intérprete). Foi também participante finalista da edição de 2017 do The Voice Brasil, conhecido reality show brasileiro de música.
Mamour Ba (Dakar, Senegal / Belo Horizonte, MG)
Mamour Ba é músico, compositor, arranjador e multi-instrumentista. Possui uma enorme bagagem musical antropológica da diáspora africana e vem investigando ao longo dos anos os ritmos tradicionais do continente africano, em especial do Senegal. Mamour teve sua iniciação musical nas raízes africanas ao lado de artistas de renome e formação acadêmica na Escola de Arte de Dakar, no Senegal, e na Universidade de Versailles, na França. Desde então, uniu sua experiência clássica e de raiz para construir seu universo musical. Com uma linguagem própria, sua visão musical é muito específica, carregando uma enorme riqueza melódica e rítmica, agregando vários gêneros musicais.
Moisés Pescador (Itaúna, MG / Belo Horizonte, MG) - idealizador do projeto
Idealizador do Festival Salve Orixás, Moisés Pescador é natural de Itaúna, cidade do Centro-Oeste mineiro. É músico autodidata, cantor e compositor, e reside em Belo Horizonte desde 2005 vivendo ora no interior, ora na capital. Apaixonado por artes e cultura popular, o artista conhece o tradicional bairro da Lagoinha em BH e se encanta com esse berço cultural da cidade. É neste cenário que sua vida artística toma um novo rumo e se desenrola sua jornada em busca da ancestralidade. Em 2014 e 2015, Moisés se apresentou no Festival Raízes Negras realizado na UFMG, e em 2016 participou do III Encontro de Compositores Dona Jandira e foi premiado no Festival de Música da Reforma Agrária, em que o tema do festival reforça seu posicionamento: “Da Luta Brotam Vozes de Liberdade”. Em 2017, realizou o show Salve Orixás no Teatro Marília, que agora inspira a criação deste festival. Em 2021, coordenou o Festival De Todas As Cores, realizado também online entre maio e agosto com a proposta valorizar e reconhecer os talentos LGBTQ+ e negros de Itaúna e do Centro-Oeste de Minas Gerais.
SERVIÇO
Festival Salve Orixás
Evento viabilizado pela Lei Aldir Blanc
De 13 a 17 de dezembro de 2021, por meio do Youtube de Moisés Pescador: https://bit.ly/CanalYouTubeMoisesPescador
Informações: Instagram @festivalsalveorixas
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