O trabalho começou a ser gravado em 2019 no Estúdio A Casa, em Teresina. Devido a pandemia, houve uma pausa de quase um ano nas gravações, que só foram finalizadas no segundo semestre de 2021. A produção é do músico paraibano Nildo Gonzalez. Este é o primeiro de uma série de EPs a ser lançados pela banda piauiense, que já tem mais de 30 composições autorais.
O EP homônimo começa com “Mangata”, canção já divulgada como single, uma poderosa composição pop, com um instrumental que tem elementos que vão da tropicália ao soul, de refrão pegajoso e que homenageia o dia de Iemanjá. “A expressão que deu nome a nossa canção significa o reflexo da lua na água do mar, retrato esse vislumbrado pela letra da canção, que oferece ao orixá do mar, Iemanjá”, explica Dayse Bezerra, co-autora da canção e guitarrista do grupo.
“Janaina” traz uma ambientação densa, com um funkeado de notas graves e longas nos metais e baixo. “A canção retrata a relação das pessoas com seus orixás, neste caso Iemanjá, das graças e milagres recebidos e os rituais de agradecimento”, comenta Esaú Barros, vocalista da banda.
“Iara” tem uma mistura sonora que vai do carimbó e baião - com a presença de diversos arranjos de percussão com zabumba, pandeiro e agogô - até o rock na guitarra raivosa que surge ao fundo. “Iara é a mãe das águas doces. Essa música traz o ritmo pulsante regional do norte e nordeste brasileiro. Sua letra retrata a vida, as festas e as crenças vindas da cultura popular. A religiosidade e a fantasia. A guitarra faz referência a Tony Iommi do Black Sabbath. Foi carinhosamente apelidada de "carimbó sabbathico"”, comenta o guitarrista Eduardo Speeden.
Imersa no hibridismo rítmico, a música “Pura Poesia” fecha o EP e traz uma pegada dançante e alegre. Sua letra fala de transformação, paixão e admiração romântica. “Pode-se perceber um hibridismo rítmico que bebe nas fontes do afrobeat e funk, contudo de uma forma muito pessoal da banda sempre primando a presença dos arranjos de metais”, explica o Esaú novamente.
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