quarta-feira, 23 de junho de 2021

Educação internacional: estudante paraibano usa experiência para assessorar jovens intercambistas

 

Embora muitos países ainda mantenham restrições a viajantes brasileiros, realizar um intercâmbio continua sendo uma opção vantajosa para estudantes. De acordo com a Associação de Agências de Intercâmbio do Brasil, em 2019 foram 460 mil alunos brasileiros investindo na educação internacional.

 

A expectativa é que, em 2021, ao menos uma parcela desses estudantes voltem a viajar. A experiência é especialmente valiosa para o aluno de Ensino Médio, ao permitir o primeiro contato com o ambiente universitário em instituições renomadas no exterior.

 

“Antes das vantagens claras do intercâmbio no mercado de trabalho, há, após o retorno, um networking, uma visão de mundo, uma troca de experiências inédita para o aluno de Ensino Médio”, explica Luís Miranda, supervisor pedagógico do Colégio ISO, em João Pessoa.

 

Educação internacional abre oportunidades no exterior

 

O principal impacto positivo do intercâmbio é na carreira do jovem profissional. A experiência abre oportunidades tanto no Brasil quanto em outros países, onde o mercado de trabalho é mais abrangente.

 

De acordo com dados do Ministério do Trabalho, 18% dos jovens formados em ciências exatas e biotecnologia, por exemplo, foram contratados por empresas no Brasil. Em países como Estados Unidos e Coreia do Sul, esse percentual chega a 60%.

 

“A educação internacional é um encontro com novas culturas, desafios e possibilidades. Isso faz com que o aluno desenvolva habilidades de comunicação, flexibilidade e trabalho em redes de cooperação, o que chama a atenção das empresas”, comenta Luís Miranda.

 

Oportunidades não faltam: países como o Canadá mantêm programas de atração de talentos. Até o final de 2021, o país espera receber mais de 1 milhão de imigrantes qualificados.

 

Aluno usa experiência para ajudar intercambistas

 

A busca por melhores perspectivas profissionais foi justamente o que motivou Eduardo Beltrão, de 17 anos. Recém formado no Ensino Médio do ISO, o estudante conseguiu uma bolsa de intercâmbio na Faculdade de Economia da Universidade do Porto, em Portugal.

 

“Acho que há uma necessidade de internacionalização de nossa educação e adequação aos parâmetros globais de qualidade”, avalia Eduardo, que embarca para o Porto no segundo semestre.

 

A experiência do intercâmbio nem começou e já lhe rendeu oportunidades: em conjunto com um amigo, ele fundou em João Pessoa uma consultoria especializada em ajudar jovens alunos brasileiros que desejam estudar fora.

 

“Durante todo o meu processo de aplicação, tive auxílio com documentação, mentoria e diálogo com as faculdades por parte do ISO, mas sei que nem todos têm essa oportunidade”, diz Eduardo. “Quero usar minha experiência para que mais alunos na Paraíba tenham a mesma chance”, acrescenta.

 

Como conseguir

 

Na Paraíba, estudantes de escolas públicas estaduais podem aplicar para uma vaga no exterior por meio do programa Gira Mundo, que tem editais anuais. A ação já levou cerca de 650 jovens alunos para universidades de países como Canadá, Argentina e Chile.

 

De acordo com Luís Ribeiro, estudantes de escolas privadas devem se informar se a instituição mantém programas de intercâmbio e convênios no exterior. Várias universidades de Portugal, por exemplo, aceitam a nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

 

O processo de candidatura é online, mas não é tão simples. “No ISO, todos os alunos que têm interesse no intercâmbio recebem um acompanhamento com algumas dicas, orientações e suporte para esse processo, que pode ser burocrático”, explica.

 

Segundo ele, o Colégio ISO espera oferecer parcerias diretas com instituições estrangeiras a partir de 2022.

 

“Estamos em diálogo com algumas universidades e as perspectivas são positivas. Há inúmeras possibilidades de países, algumas delas ainda pouco exploradas, e queremos oferecer esse portfólio aos nossos estudantes”, conclui.

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