Embora muitos países ainda mantenham restrições a viajantes brasileiros, realizar um intercâmbio continua sendo uma opção vantajosa para estudantes. De acordo com a Associação de Agências de Intercâmbio do Brasil, em 2019 foram 460 mil alunos brasileiros investindo na educação internacional.
A expectativa é que, em 2021, ao menos uma parcela desses
estudantes voltem a viajar. A experiência é especialmente valiosa para o aluno
de Ensino Médio, ao permitir o primeiro contato com o ambiente universitário em
instituições renomadas no exterior.
“Antes das vantagens claras do intercâmbio no mercado de
trabalho, há, após o retorno, um networking, uma visão de mundo, uma troca de
experiências inédita para o aluno de Ensino Médio”, explica Luís Miranda,
supervisor pedagógico do Colégio ISO, em João Pessoa.
Educação internacional abre oportunidades no exterior
O principal impacto positivo do intercâmbio é na carreira do
jovem profissional. A experiência abre oportunidades tanto no Brasil quanto em
outros países, onde o mercado de trabalho é mais abrangente.
De acordo com dados do Ministério do Trabalho, 18% dos
jovens formados em ciências exatas e biotecnologia, por exemplo, foram
contratados por empresas no Brasil. Em países como Estados Unidos e Coreia do
Sul, esse percentual chega a 60%.
“A educação internacional é um encontro com novas culturas,
desafios e possibilidades. Isso faz com que o aluno desenvolva habilidades de
comunicação, flexibilidade e trabalho em redes de cooperação, o que chama a
atenção das empresas”, comenta Luís Miranda.
Oportunidades não faltam: países como o Canadá mantêm
programas de atração de talentos. Até o final de 2021, o país espera receber
mais de 1 milhão de imigrantes qualificados.
Aluno usa experiência para ajudar intercambistas
A busca por melhores perspectivas profissionais foi
justamente o que motivou Eduardo Beltrão, de 17 anos. Recém formado no Ensino
Médio do ISO, o estudante conseguiu uma bolsa de intercâmbio na Faculdade de
Economia da Universidade do Porto, em Portugal.
“Acho que há uma necessidade de internacionalização de nossa
educação e adequação aos parâmetros globais de qualidade”, avalia Eduardo, que
embarca para o Porto no segundo semestre.
A experiência do intercâmbio nem começou e já lhe rendeu
oportunidades: em conjunto com um amigo, ele fundou em João Pessoa uma
consultoria especializada em ajudar jovens alunos brasileiros que desejam
estudar fora.
“Durante todo o meu processo de aplicação, tive auxílio com
documentação, mentoria e diálogo com as faculdades por parte do ISO, mas sei
que nem todos têm essa oportunidade”, diz Eduardo. “Quero usar minha
experiência para que mais alunos na Paraíba tenham a mesma chance”, acrescenta.
Como conseguir
Na Paraíba, estudantes de escolas públicas estaduais podem
aplicar para uma vaga no exterior por meio do programa Gira Mundo, que tem
editais anuais. A ação já levou cerca de 650 jovens alunos para universidades
de países como Canadá, Argentina e Chile.
De acordo com Luís Ribeiro, estudantes de escolas privadas
devem se informar se a instituição mantém programas de intercâmbio e convênios
no exterior. Várias universidades de Portugal, por exemplo, aceitam a nota do
Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
O processo de candidatura é online, mas não é tão simples.
“No ISO, todos os alunos que têm interesse no intercâmbio recebem um
acompanhamento com algumas dicas, orientações e suporte para esse processo, que
pode ser burocrático”, explica.
Segundo ele, o Colégio ISO espera oferecer parcerias diretas
com instituições estrangeiras a partir de 2022.
“Estamos em diálogo com algumas universidades e as
perspectivas são positivas. Há inúmeras possibilidades de países, algumas delas
ainda pouco exploradas, e queremos oferecer esse portfólio aos nossos
estudantes”, conclui.
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