quarta-feira, 6 de julho de 2022

Doenças oculares de inverno



Crédito: Freepik

As doenças oculares geralmente aumentam durante o inverno por conta da baixa umidade e clima seco, por isso é muito importante saber identificar os sintomas, prevenir e cuidar corretamente.

O Dr. Marcelo Brito, médico oftalmologista, aponta as principais doenças dos olhos que ocorrem na estação e os principais cuidados. Confira:


RESSECAMENTO


O ar externo frio e o ar interno aquecido geralmente têm menos umidade do que outros ambientes. No inverno, você pode sentir a pele seca, lábios rachados e olhos secos devido a essa baixa umidade. Os ventos frios do inverno também podem secar os olhos.


Para minimizar o ressecamento durante o inverno, mantenha-se hidratado e aumente a ingestão de ômega-3. Você também pode usar um umidificador em sua casa para melhorar a qualidade do ar interno.


LACRIMEJAMENTO


Enquanto algumas pessoas sentem falta de lágrimas no inverno, outras têm o problema oposto. O excesso de lágrimas e olhos lacrimejantes pode ocorrer devido ao ar frio, ventos cortantes ou alergias sazonais. Preste atenção quando seus olhos lacrimejarem para determinar a causa.


Se seus olhos começarem a lacrimejar quando você sair ou quando o vento soprar em sua direção, use óculos de sol ou de proteção. Se houver lacrimejamento excessivo dentro de casa, isso pode representar alergia, e pode ser necessário um medicamento para alergia e colírios apropriados para reduzir o efeito das alergias sazonais. Se você não conseguir determinar a causa de seus olhos lacrimejantes, especialmente se alterar sua visão, consulte um oftalmologista.


SENSIBILIDADE À LUZ


Os céus de inverno podem parecer escuros e sombrios, mas o gelo cria muitas superfícies reflexivas que podem aumentar drasticamente a quantidade de luz. Se você tem olhos sensíveis, pode sentir ainda mais necessidade de piscar, desconforto e outros sintomas na luz brilhante do inverno.


Alguns indivíduos desenvolvem uma nova sensibilidade à luz durante o inverno devido a uma condição conhecida como “cegueira da neve”. Sempre proteja seus olhos ao sair ao ar livre por longos períodos de tempo, inclusive ao caminhar ou realizar outras atividades rotineiras.


VERMELHIDÃO


As condições severas do inverno podem causar vermelhidão, sensibilidade e inflamação na área dos olhos. Pode haver inchaço das pálpebras. Você também pode notar espasmos nas pálpebras ou tiques involuntários se seus olhos ficarem particularmente irritados.


Essa vermelhidão pode resultar de olho seco, alergias sazonais ou cegueira da neve. Para reduzir o desconforto dos olhos inflamados, aplique uma compressa fria como um pano úmido e tome um analgésico de venda livre. Se os sintomas persistirem, consulte um oftalmologista para determinar a causa da irritação.


QUEIMADURA


Quando você imagina uma queimadura solar, provavelmente imagina vermelhidão e bolhas na pele, mas longos períodos de exposição à luz também podem danificar seus olhos. As queimaduras de sol e a cegueira da neve (ceratite por luz) geralmente ocorrem simultaneamente. Se você notar um aumento na sua sensibilidade à luz, seus olhos podem ter sofrido danos UV, especialmente se você também sentir coceira ou dor.


Você é mais vulnerável a danos UV ao participar de atividades ao ar livre em altitudes elevadas. Se você sentir os sintomas de queimaduras solares nos olhos, consulte seu oftalmologista. O tratamento pode diminuir o desconforto agudo e diminuir o risco de complicações a longo prazo, incluindo perda de visão e degeneração macular.


MUDANÇAS DE VISÃO


Embora muitos problemas de saúde ocular no inverno resultam do aumento da luz ou da diminuição da umidade, você também pode experimentar condições oculares causadas pela temperatura fria. Temperaturas extremamente baixas fazem com que os vasos sanguíneos dentro e ao redor dos olhos se contraiam, e essa constrição pode causar alterações imediatas na visão, como embasamento e visão dupla. Essas mudanças são mais prováveis de ocorrer quando você fica ao ar livre por longos períodos de tempo em temperaturas bem abaixo de zero.


Se você notar alterações na visão enquanto estiver no frio, vá para uma área quente o mais rápido possível. Se sua visão normal não retornar após 30 minutos ou mais, procure atendimento médico.


Se você tiver algum dos problemas sazonais listados acima, consulte um oftalmologista. Enquanto alguns problemas de saúde ocular desaparecem à medida que as temperaturas aumentam, outros podem se tornar mais desconfortáveis e potencialmente perigosos sem atenção médica.


“Especialistas dizem que aproximadamente 80% de todo o aprendizado vem das vias visuais. No entanto, uma em cada quatro crianças com erro refrativo corrigível não o corrigiu adequadamente”, alerta o Dr. Marcelo Brito.


Por isso, é recomendado que as crianças façam seu primeiro exame oftalmológico aos 6 meses de idade. Outro exame deve ser feito aos três anos e novamente antes do início da primeira série. Se uma criança não estiver em risco, ela pode continuar tendo seus olhos examinados todos os anos até os 18 anos.


Crianças com fatores de risco para problemas de visão podem precisar de seu primeiro exame oftalmológico antes dos 6 meses de idade e podem precisar de exames oftalmológicos com mais frequência ao longo da infância.


“Para manter uma vida inteira de visão saudável, adultos de 18 a 60 anos devem fazer um exame oftalmológico abrangente pelo menos uma vez a cada dois anos. Adultos mais velhos (com 65 anos ou mais) devem fazer exames oftalmológicos anuais. Adultos "em risco" devem fazer um exame pelo menos uma vez por ano, ou conforme recomendado pelo seu médico”, complementa.


Para finalizar, o oftalmologista ensina como limpar os olhos corretamente:

- Mergulhe uma flanela limpa ou algodão em água morna e coloque-a na pálpebra fechada por 5 a 10 minutos.

- Massageie suavemente as pálpebras por cerca de 30 segundos.

- Limpe as pálpebras com algodão ou cotonete. Pode ajudar a usar uma pequena quantidade de xampu de bebê na água. Limpe suavemente ao longo da borda de suas pálpebras para remover quaisquer crostas.


Fonte:

Marcelo Brito

Médico Oftalmologista

CRM: 18871/RQE:415

Instagram: @dr.marcelobrito

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