Grupo musical caiçara que bebe da rica fonte rítmica e
musical brasileira, apresenta alquimia sonora em seu primeiro EP de 5 faixas.
A banda Fizeram a Elza começou suas atividades em 2019, tendo como influência de diversos grupos de ritmos nordestinos e africanos. Os integrantes são jovens que fazem parte da cena cultural de Santos, seja consumindo ou participando de diversos projetos. “A ideia é promover a cultura popular e a ancestralidade misturando com elementos do universo pop, como o Rock e o Eletrônico”, explica Gil Oliveira, guitarrista do projeto.
Com a pausa forçada pela pandemia, os integrantes
aproveitaram o tempo para compor novas letras, maturar ideias e aprimorar o
trabalho já iniciado. Do processo, nasceram as 5 músicas do EP “Hecatombe”, que
demonstram a pluralidade sonora do sexteto. “Cada música aborda um ritmo e
temática diferente, trazendo de forma poética, temas contundentes como a saga
dos imigrantes, a desigualdade social e seus efeitos no indivíduo”, comenta
Barbara Felix Dias, vocalista da banda.
A sonoridade do EP marca a identidade e originalidade da
banda incansavelmente buscada nas diversidades de seus integrantes, ritmos e
elementos sonoros. O trabalho conta com a participação dos artistas
pernambucanos Ortinho e Zé Brown (do Faces do Subúrbio).
O trabalho começa com “Carnaval”, primeiro single lançado
pela banda na época da festa de momo, a faixa tem uma vibe festiva com peso nos
elementos percussivos. O EP segue com “Hecatombe”, música de trabalho que dá
nome ao EP, com sua temática influenciada pelos conflitos na Síria. A parte
sonora tem influência das nações de maracatu de Recife, escola que formou o
percussionista Deivson Santana que conheceu o Gil no grupo de maracatu
Santista, Quiloa e tem participação do rapper pernambucano Zé Brown.
“Jardineiro” é uma canção sobre amizade verdadeira e tem participação do cantor
caruaruense Ortinho. “Paisagens da cidade” foi o segundo single da banda e fala
sobre desigualdade social, com pitadas de reggae e música nordestina. O EP
fecha com “Samba da Inércia”, um samba bem marcado, com mistura de bossa jazz e
rock nos elementos além do corpo percussivo.
Numa espécie de alquimia sonora com elementos da cultura
tradicional popular brasileira com a contemporaneidade pop e rock, o resultado
é uma poção feita de diversidade, retratando várias versões sonoras do Brasil.
“Nesse elixir musical que celebra o Brasil, que sempre cantou para os males
espantar, é preciso entoar e espantar problemas como o racismo estrutural, a
homofobia alarmante, a violência contra a mulher, as violências às diferenças,
etc. Para lidar com esse conhecido quadro, seguimos os rituais de nossos
ancestrais. Carnavalizemos!”, comenta Breno Ayres. “É um trabalho de
celebração, que adentra paisagens difíceis, em que o diferente pode ser alvo de
hecatombes, a vida alvo de inércias, a música é um remédio possível para não
padecermos de vez, é o cultivo de nossos jardins”, complementa Ney Paiva,
baterista.
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