O Samba na Gamboa que
a TV Brasil exibe às 22h30 de quinta (22) reúne os melhores momentos de duas
edições marcantes. Na primeira, Elza Soares e Farofa Carioca interpretam
grandes sambas e relembram o início das suas carreiras. Em seguida, Mr. Catra e
Gabriel O Pensador fazem todo mundo descer até o chão.
Grandes sucessos embalaram o bate-papo entre Diogo Nogueira,
Elza e Farofa Carioca, como “Linguagem de morro” (Padeirinho/Ferreira dos
Santos), “Lata d’água” (Candeias Junior), “O meu guri” (Chico Buarque) e “São
Gonça” (Seu Jorge). A cantora e o grupo revelaram as principais dificuldades
para conquistar um lugar na música brasileira e como seus projetos alcançaram
reconhecimento ao longo dos anos.
Nascida em Padre Miguel, Elza Soares carregou muita lata
d’água na cabeça cantando com a sua voz rasgada e vibrante. Sua forma de cantar
conquistou o mundo e fez com que ela recebesse indicações ao Grammy Awards e
fosse eleita pela BBC de Londres como a cantora do milênio.
“A minha garganta foi olhada por especialistas do mundo todo
porque achavam que eu tinha uma corda vocal aleijada”, conta a intérprete. “Até
que um chegou à conclusão, depois que fez a pesquisa toda, que eu tinha três
meses de voz. Eu pensei: ‘Não é possível! Agora que eu comecei a comer filé
mignon e a dar uma comida melhor aos meus filhos?’ E esses três meses estão
durando até hoje.”
Já o grupo Farofa Carioca nasceu quando seis músicos
colocaram a mão na massa para fazer samba rock, samba funk e soul. As músicas
misturam melodia com muito suingue carioca. “No Rio, não tinha uma banda que
misturasse um pouco os ritmos, que saísse do samba e tocasse um pouco o reggae,
tocasse um funk misturado”, relembra o vocalista Mário Broder.
Mr. Catra e Gabriel O Pensador conversam sobre seu surgimento
no cenário musical, as principais parcerias que fizeram e como o funk carioca e
o rap têm ganhado cada vez mais espaço na mídia.
Catra nasceu no morro do Borel, mas foi criado por uma
família de classe média alta. De Wagner se transformou no astro Mr. Catra. É
cantor de funk, mas já flertou com o rock, com o rap e com o samba: “Eu cantava
em uma banda de pós-punk. Aí nos anos 90 eu encontrei Cidinho e Doca e eles
falaram: Negão, a tua cara é o funk. Aí eu fui e faço funk até hoje”.
Gabriel O Pensador é rapper, compositor, escritor,
apresentador e ativista social. Suas letras são cheias de ironia e metáforas
que abordam temas polêmicos.
“Escrever foi um vício que apareceu e que me ajudou a
canalizar uma vontade que eu já tinha de expressar muita coisa”, revela
Gabriel. “Eu pintei e levei pro Maracanã uma faixa de 15 metros escrito ‘Morte
ao racismo’. Aí fui colocar a faixa na grade e um cara da torcida organizada
veio reclamar. Quando ele viu que era contra o racismo, ele achou legal. Um cara
do Maracanã gostou da faixa.”
Pra embalar esse bate-papo, os convidados e Diogo cantaram
“Solitário Surfista” (Gabriel O Pensador), “Primavera” (Sérgio Cassiano e
Silvio Rochael), “Lavagem Cerebral” (Gabriel O Pensador), “Dança do Bole Bole”
(João Roberto Kelly), entre outras.
Serviço:
Samba na Gamboa – Elza Soares & Farofa Carioca / Mr.
Catra & Gabriel O Pensador
Quinta-feira, 27 de fevereiro, às 22h30, na TV Brasil.
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