Segundo dados do Instituto Baresi, no Brasil, cerca de 78% dos pais abandonam a família onde há crianças com transtornos, deficiências ou doenças raras, antes dos filhos completarem 5 anos de idade. “Os pais de crianças atípicas, ao se confrontarem com o diagnóstico, podem experimentar um sentimento de perda da criança idealizada e vivenciar um processo de luto do filho ‘perdido’, arraigada em uma visão narcisista. Além disso, a vivência em uma sociedade que impõe que homens evitem seus sentimentos, levam alguns a não aceitarem o diagnóstico dos filhos e se ausentarem. Por essas razões, os pais podem encontrar uma dificuldade para estabelecer vínculos afetivos com a criança e quando isso acontece, é importante buscar ajuda psicológica para enfrentar a situação e superar essa dificuldade”, explica a psicóloga Frínea Andrade
A relação entre pai e filho é tão importante quanto a relação da mãe nos estágios iniciais da vida de um bebê e está ligado a resultados positivos no desenvolvimento da criança. “Sabe-se que cuidar de uma criança neurotípica é uma tarefa árdua para alguns pais, mas o amor e o afeto do pai e da mãe afetam igualmente o comportamento da criança, a autoestima, a estabilidade emocional e a saúde mental. A presença da figura paterna beneficia as crianças e ajuda também a desenvolver suas habilidades cognitivas, sociais e emocionais à medida que essas crianças crescem”, destaca a psicóloga.
Durante a trajetória de uma criança atípica, as intervenções terapêuticas são imprescindíveis para que os sinais dos transtornos diminuam e ela tenha uma melhor qualidade de vida. Para ter sucesso, é preciso englobar também a escola e a família. “É importante que o pai esteja presente em todos os momentos da vida do seu filho. Participar das consultas com psicopedagogos, fonoaudiólogos, pediatras e reuniões escolares vai fazer com que ele compreenda mais sobre o universo das crianças atípicas e como pode se relacionar com elas de uma forma mais eficaz. Ter um pai ativo ajuda esta criança a ser mais segura, equilibrada e evoluir com os tratamentos indicados, e, com certeza, não há nada mais importante para um pai do que saber que deixou sua presença marcada na memória do seu filho”, enfatiza a psicóloga Frínea Andrade.
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