Fernando Barros, diretor de comunicação estratégica do Fórum do Futuro, abriu o debate enfatizando sobre a relevância do assunto, e a importância em trazer isso a público, reforçando como é possível colocar em prática as ações por ele citadas no artigo que o professor publica no livro.
Dessa forma, Barros questionou o ex-reitor da UFLA sobre a criação de uma ferramenta para alinhar a disponibilidade de recursos humanos e naturais, bem como a previsibilidade de intervenção ambiental. “Uma gestão de território de forma adequada tem necessariamente considerar alguns componentes, como o componente social, com todas as suas variações; o componente do meio físico, falando de clima de solos; o componente do meio biótico, envolvendo fauna e flora; e no componente social, onde vamos abordar todos os temas que envolvem a questão social e econômica, onde a gente trabalha desde a questão do imposto que é arrecadado, do imposto pago pelas pessoas até a qualificação de mão de obra”, explica Scolforo.
De acordo com o professor, o Zoneamento Ecológico Econômico e a Gestão Ambiental Integrada estão dentre várias possibilidades, como poderiam vir a ser instrumentos para viabilizar a Gestão Territorial na busca da promoção do desenvolvimento sustentável. Ele cita como essa abordagem da Gestão Territorial está relacionada num gerenciamento em harmonia com a preservação e a conservação dos recursos naturais.
Para analisar o sistema socioeconômico, é elaborado um estudo com mais de 300 variáveis, onde são analisados indicadores sociais e econômicos. No entanto, numa escala macro não é possível mapear os pormenores de cada região. Conforme Scolforo, “fazemos isso por município para ter toda a categorização social e toda a categorização econômica. Com isso, a gente consegue estabelecer um ponto de partida daquele município”, explica.
O amplo estudo ainda contempla variáveis relevantes para tomadas de decisões dos secretários da educação, da saúde, do saneamento, a fim de identificar quais são os pontos vulneráveis, os muito pouco favoráveis, os de fragilidade, bem como os pontos positivos, a fim de atribuir-lhes a melhor ação. “Então, do ponto de vista social, você tem indicativos muito claros de onde você deve investir para você subir a base da pirâmide daquele município”, justifica o professor.
Para sintetizar o debate, Barros coloca que “a sociedade urbana, seja no Brasil, seja fora, tem uma pauta de anseios, que conversa totalmente com essa régua que o senhor oferece para medir fragilidades e potencialidades que dialoga com a expectativa de um mundo melhor, de um planeta melhor, mais sustentável, mais inclusivo socialmente e mais desejável. Podemos resumir assim?”, questiona o diretor do Fórum do Futuro.
Em resposta, Scolforo concorda. “Exatamente, Fernando, você faz um resumo perfeito. Indicadores claros e nítidos, comprovados e absorvidos de uma forma fácil no mesmo instrumento, então, no mesmo instrumento você reúne todo o aparato social, econômico e ambiental de cada município, e permite ao gestor agir para o bem da coletividade, seja da coletividade urbana ou para coletividade rural daquele município”, conclui.
Sobre o Instituto Fórum do Futuro
É um grupo de reflexão independente, voltado para o debate de questões estruturantes da sociedade brasileira, a partir da perspectiva do desenvolvimento sustentável.
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