O Transtorno do Espectro Autista (TEA) ou Autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento, caracterizado por uma série de condições como desafios com habilidades sociais, comportamentos repetitivos, fala e comunicação não-verbal, bem como por forças e diferenças únicas.
“Não existe apenas um tipo de autismo. As causas podem surgir por combinações de influencias genéticas e/ou ambientais. Esse termo ‘espectro’ refere-se a ampla variação nos desafios e pontos fortes possuídos por cada indivíduo com o transtorno”, afirma o psicólogo e analista do comportamento, Damião Silva.
Segundo o especialista, os primeiros sinais podem ser identificados por volta dos 18 meses, mas normalmente podem ser melhor perceptíveis entre 2 e 3 anos de idade. “Eles se manifestam muitas vezes pelo interesse intenso e focalizado em um assunto em particular. Com movimentos corporais como agitar as mãos e uma sensibilidade aumentada à sons e texturas, por exemplo”, alerta Damião.
Por ter a possibilidade de reconhecer esses atrasos no desenvolvimento das crianças bem cedo, recomenda-se que os pais busquem uma avaliação rápida, uma vez que o diagnóstico precoce e a indicação do tratamento podem melhorar muito a qualidade de vida.
“Embora na maioria das crianças a causa do Autismo é desconhecida, já existem evidencias genéticas. O diagnóstico é baseado no desenvolvimento e observação. O tratamento consiste no controle do comportamento e em alguns casos também com o uso de medicamentos”, ressalta o especialista.
O ideal é que diagnóstico seja feito por uma equipe multidisciplinar com neurologista, pediatra infantil, psiquiatra infantil e/ou neuropediatra infantil. “Normalmente os médicos pedem diversos exames para descartar outras condições que possam causar sintomas semelhantes ou para avaliar as condições concomitantes. Outra coisa importante são as entrevistas com os pais e responsáveis, para entender sobre o comportamento da criança no dia a dia”, conta o psicólogo.
Feito o diagnóstico o tratamento também precisa ser feito por uma equipe multidisciplinar especializada em autismo formada por: psicólogo, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo e psicopedagogo.
A melhor forma de diagnosticar e tratar o transtorno é usando a ABA (Applied Behavior Analysis), que em português quer dizer Análise do Comportamento Aplicada, ciência que estuda o comportamento humano socialmente relevante. Esta ciência procura observar, analisar e também explicar a associação que existe entre o comportamento humano, o ambiente e a aprendizagem. “Uma intervenção baseada nos princípios da ABA requer conhecimentos especializados do profissional que irá conduzi-la. Se esse profissional não for especialista, o tratamento errado pode comprometer gravemente o desenvolvimento da criança com autismo”, finaliza Damião Silva.
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