Por meio de uma abordagem inovadora, o artista se debruça sobre imagens de desastres naturais não para simplesmente fazer releituras dessas cenas, mas para criar, por meio do uso de algoritmos de IA, novas paletas de cores que transformam o visual da dor em arte. Com um histórico de trabalhos artísticos e acadêmicos que investigam conteúdos teóricos e pragmáticos sobre a cor e a interseção entre arte, ciência e tecnologia, Petrônio aborda em seu atual trabalho eventos extremos e históricos, como o furacão Katrina, nos EUA (2005); terremotos e tsunamis ocorridos no Japão (2011); no Haiti (2010); na Tailândia (2004); e o furacão Sandy, em Nova York (2012).
A mostra, em cartaz na Usina Cultural Energisa, em João Pessoa (PB), tem o apoio cultural do Instituto Energisa, e inclui 55 obras, entre gravuras, fotografias, instalações e vídeos produzidos entre 2008 e 2024. Cada peça é um testemunho visual do impacto dos desastres naturais e um convite à reflexão sobre questões ambientais e a resiliência humana. Através da Inteligência Artificial, Bendito gera paletas de cores algorítmicas que se regeneram, trazendo uma nova perspectiva ao status quo das Belas Artes.
"A arte de Petrônio Bendito aquece nossa alma e nos faz acreditar que, apesar de tudo, algo muito melhor há de vir. O artista mostra obras recentes e uma coleção de gravuras digitais moldadas por meio da IA coerente com as tendências do século 21" afirma a poeta e professora Terezinha Fialho. Ela destaca a capacidade do artista em transmutar o sofrimento em esperança, oferecendo uma visão otimista do futuro através de suas criações.
A exposição também fornece um banco de dados online com imagens do Domínio Público e Creative Commons, servindo como uma rica fonte de conhecimento para pesquisas. Além disso, de acordo com a curadoria, a intenção foi expandir as obras sem alterar sua essência visual: cor e linguagem estética — uma reflexão feita pelo artista sobre o papel da IA nas artes contemporâneas. As gravuras digitais alteradas pela IA são assinadas como obras únicas (1/1), indicando o ano de origem e do uso da IA ('13, IA '24), uma inovação na metodologia de documentação de gravuras digitais recriadas via IA.
"Convido o público a visitar esta exposição para ter acesso à obra tão atual e vigorosa como a de Petrônio," diz Dyógenes Chaves, curador da exposição. "O enfrentamento às mudanças climáticas requer ação em todos os níveis da sociedade, e a arte de Bendito é um poderoso meio de conscientização e inspiração para essa causa urgente", finaliza.
Serviço:
Exposição – “Cores Digitais, Formas & Resiliência”, do artista Petrônio Bendito
Local: Usina Cultural Energisa – Galeria de Arte
Visitação: até 27 de julho, sempre de terça a sexta, das 13h às 18h e aos sábados e domingos, das 16h às 20h.
Entrada gratuita
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