sexta-feira, 3 de maio de 2019

Craca apresenta sua Traquitana Audiovisual


Como um personagem inspirado no cinema sci-fi vintage, um homem crustáceo que surge das profundezas manipulando som, imagem e tecnologia. Craca reúne suas principais linguagens de trabalho e suas múltiplas referências sonoras étnicas para apresentar seu primeiro disco solo: Traquitana Audiovisual.



A sonoridade do disco funde gêneros brasileiros e afro-latinos em bases eletrônicas dançantes. Oito faixas híbridas em timbres e batidas, três delas não exatamente cantadas, mas faladas. O músico, produtor musical, artista visual e DJ adotou o spoken word inevitavelmente influenciado pelas suas principais parceiras, a MC Dani Nega e a compositora Sandra-X. As letras exploram reflexões sócio-política inspiradas pelas circunstâncias atuais. Uma delas, a faixa Latinos, vem com vocal em espanhol. As demais faixas são instrumentais.


"Esse disco é pra ser dançado. É pra servir de trilha sonora para uma viagem. É pra assistir ao vivo junto com as vídeo projeções. Foi cozido num caldeirão repleto de temperos étnicos terceiro-mundistas, em especial latino americanos. Tem guitarrada, cumbia, samba, funk mas tem também algo das veias abertas dos índios e dos negros em suas letras. Tem uma visão para dentro. América do sul. Pois afinal somos todos latinos", explica o músico.


O tempero brasileiro presente ao longo do álbum é variado. É um brasil seco, quente, de vegetação baixa, retorcida e espinhenta. É um nordeste com tempero de guitarrada. Um sobrevoo por essa geografia que nos é tão familiar. O Brasil é um caldeirão de especiarias.


O disco é uma porta de entrada para o espetáculo audiovisual homônimo, onde Craca une sua música ao videomapping e a outros recursos tecnológicos. Apresentações visualmente maximalistas que frequentemente extrapolam os limites do palco e invadem toda a arquitetura do espaço. Como ele mesmo resume, "Um caudaloso rio de som e imagem hi tech lo fi que liquefazem a concretude estrutural da engenharia botando-a para dançar junto com o público".

Na capa, Craca também usou artifícios tecnológicos. A arte foi criada a partir da associação de duas imagens por um sistema de reconhecimento de padrões semelhantes, entre o rosto de Craca e crustáceos. Inteligência artificial usada para reconhecimento facial com intenção de gerar um híbrido homem-crustáceo, o personagem adotado pelo artista.








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