sábado, 5 de outubro de 2019

Após quatro anos, Sandyalê lança álbum "Árvore Estranha", com participação de Julico (The Baggios)

São Paulo, outubro de 2019 – A cantora e compositora sergipana Sandyalê lança o segundo álbum de sua carreira, “Árvore Estranha”. Compostas em um longo período de quatro anos, as canções são registros poéticos de vários momentos vividos pela artista, em uma narrativa que fala sobre movimento, mudança de lugar, mulher, relações e conflitos internos. Muitas faixas são parceria com Dudu Prudente, mas há também composições de Lauckson (Lau e Eu), Elvis Boamorte, Fabrício Mota e Ana Carla Portela. Julico (The Baggios) participa de “Pêia”.

"O ‘Árvore Estranha’ é um álbum muito pessoal, fala muito sobre mim, minhas relações afetivas e sociais, sobre como me sinto em meio as pessoas, tanto no meu lugar quanto fora dele. É uma metáfora, uma analogia entre as árvores que nascem no solo árido, no sertão, e as que nascem no solo fértil, na capital. Da dificuldade enfrentada por cada uma para germinar, brotar, crescer, florescer e dar seus frutos. O processo é parecido como o de gravar e lançar um álbum”, explica Sandylaê. “Trouxe para mim como artista, tendo que me deslocar do sertão para os grandes centros como São Paulo, para poder trabalhar e mostrar minha arte, em um solo ‘fértil’. É uma gestação, de parto normal, demorado e doloroso, dando a importância devida a cada processo. É saber esperar. Espere”, finaliza.


“As composições de ‘Árvore Estranha’ colocam para fora sensações e sentimentos de Sandyalê, em um processo longo, doloroso, prazeroso e por isso também fértil. As composições são retratos auditivos de cada momento vivido por ela e por mim também, pois esse álbum veio em um processo de transição em nossas vidas, em que transformamos a relação de companheiro e companheira para sermos bons parceiros musicais e da vida”, conta o produtor Dudu Prudente. “Traduzir tudo isso em sons, timbres e dar uma narrativa um tanto compreensível foi o que tentei fazer no estúdio. As gravações também são recortes desses momentos. Tédio, incertezas, vontades, esperança e a falta dela, instabilidade física e emocional são expressos em sons secos de bateria, repetições de riffs e das máquinas de ritmo, sintetizadores, echos, instrumentos novos e velhos”, finaliza.

“Árvore Estranha” está disponível nas plataformas digitais a partir do dia 4 de outubro e em formato físico a partir de 1º de novembro.
FAIXA A FAIXA
1. TUDO BEM?

(Sandyalê e Dudu Prudente)

”TUDO BEM?” é uma ironia, uma mulher impondo suas regras, querendo fazer coisas que agora ela já faz, independente se para você isso não esteja tudo bem. Ela manda você sair do corpo e cair pra dentro. Fala de força, que era desconhecida, mas agora já é habitada. Do que falta da parte de lá e da parte de cá. Pra finalizar da melhor forma, temos um coro de mulheres belíssimas cantando todas juntas que enriqueceu bastante a peitada, a imposição, que é Jeca, Tori, Bruna Ribeiro, Luna Safira, Ana Paula Salmeron e Mayara.
2. BRUTA

(Sandyalê)

”Bruta” fala da relação do prazer com o orgasmo e a não percepção do outro com a parceira. Mas também fala de superação, que nós podemos nos divertir sozinhas. Conhecer o corpo e se conhecer e, assim, se satisfazer sempre que necessário.

3. LINHAS QUE TRAGO

(Sandyalê e Dudu Prudente)

”Linhas que trago” foi uma das últimas canções escritas, com a participação de Dudu Prudente na melodia e interpretação. É uma desilusão, um tormento. Mas também é o libertar, como as linhas que se cruzam e se soltam. É não saber chegar, não saber partir e só saber querer. Mesmo assim, por brechas eu pulo. Uma das minhas preferidas do disco.

4. CISMA

(Sandyalê, Allen Alencar e Lauckson)

“Cisma” basicamente diz que você não tem que aturar nada e nem ninguém, também fala de como sou cismada e reconheço meus erros. É muito pessoal, assim como todas que escrevo, mas essa é bastante íntima. Não me leve a mal, eu sou estranha mesmo. A segunda parte, que é meio falada, foi uma música que Allen Alencar, que também gravou no disco, tinha feito pra mim. Então criei alguns versos a mais junto com Lauckson e virou “Abrasada”. Acabou não entrando no álbum e, como eu gostava muito dos versos, adaptei e juntamos com “Cisma”, virando uma só música, palavra, melodia, espécie.

5. COMETA

(Sandyalê)

“Cometa” foi escrita em São Paulo, quando estava longe e queria estar perto. Fala muito de mim. Dos meus momentos, meu “eus”, minhas histórias reais e imaginárias. Aqui ou em outro planeta. Sobre desprender-se e servir-se com as próprias mãos. Ser ar. Correr depressa e sem pressa ao mesmo tempo. é você saber voar.

6. VÃO

(Fabrício Mota e Ana Carla Portela)

“Vão” é uma música de Fabrício Mota e Ana Carla Portela, ambos da Bahia. Fabrício me mostrou ela no violão, em 2016, e eu chorei do início ao fim. Acabou a música e eu continuei chorando. Foi uma honra gravá-la. Ele é um mestre, dos melhores baixistas que já tocou comigo. Fez essa música para avó dele, quando perdeu o avô. Acho que ela em si já conta uma bela história. Sentir falta. O amor, quando é real, é muito lindo.

7. ÔIO

(Sandyalê, Dudu Prudente)
“Ôio” foi a primeira música escrita desse álbum, em 2016, quando fui à Olinda, em Recife. Por isso ela começa com “Na ladeira, correnteza vai levar…”. Fala sobre pessoas que conseguem se comunicar com o olhar. Que até a coisa mais verdadeira, como um diamante, pode ser falso. Um dia, amante também mente. No porão, que é onde guardamos as lembranças, já não tem mais nada. Sem rumo, mas de pé no chão, seja ele batido ou pisado, a vida dança com você. As ideias precisam do vento para poder se espalhar. Tem um belíssimo arranjo de metais que Ricardo Vieira escreveu. Dudu também é meu parceiro na composição.

8. PÊIA

(Elvis Boamorte)

“Pêia” é uma música de Elvis Boamorte, cantor, compositor e músico também de Aracaju. Significa tomar uma pêia, um tapa, um sacode. A pêia que é viver na capital. Ele fez no sentido do significado do disco também. É tudo muito subjetivo, as palavras e o corre diário, observando as pessoas e a cidade. Tem participação de Julico, da banda The Baggios, nos vocais e na guitarra

9. ÁRVORE ESTRANHA

(Lauckson)

“Árvore Estranha” foi composta por Lauckson, vulgo Lau e eu, que também é de Aracaju, mas reside em São Paulo atualmente. Quando o conheci, contei o conceito do disco e pedi para que fizesse uma música, pois ele escreve muito bem. Uma semana depois, ele me enviou esta bela canção que traduz tudo e mais um pouco do que é ser lá, sem ser de lá e nem daqui. “Árvore Estranha” não floresce dentro das capitais, é você ter que se deslocar do seu habitat natural pra viver seu sonho em outro lugar. Outro lugar esse que você também não se encaixa. É você com você mesmo. Um carcará voando torto.

FICHA TÉCNICA

Gravado por Dudu Prudente no estúdio Orí (Aracaju-SE) e por Zé Ruivo no estúdio Sararé (São Paulo-SP). Mixado por Dudu Prudente, exceto as faixas “Pêia” e “Árvore Estranha”, mixadas por Leo Airplane. Produzido e Masterizado por Dudu Prudente. A base do som foi concebida pelo trio Dudu Prudente (bateria, programações), Allen Alencar (guitarra, baixo e sintetizadores) e Zé Ruivo (sintetizadores, piano elétrico e acústico), com colaborações de Léo Monstro (sintetizadores), Léo Airplane (sintetizador), Big John (beats e Synth), Julico (guitarra) e Sebastién Willemyns (philicorda).

Fotografia - Catarina Ribeiro

Beauty Artist - Vini Kilesse

Figurinista - Sol Azulay

Projeto gráfico - Cibele Nogueira

Ilustração do CD - Felipe Ferrera

Produção executiva - Sandy Alexandre

Gravado entre 2017 e 2019
SOBRE SANDYALÊ
Sandyalê é uma cantautora de Aracaju (SE). Lançou seu primeiro trabalho em 2014, o elogiado “Um no Enxame”. Entre 2016 e 2018, seu show circulou por alguns Estados: Sergipe, Bahia, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo. Atualmente está radicada na capital paulista, onde produziu e gravou uma parte do seu novo álbum, “Árvore Estranha”. Foi produzido, gravado, mixado e masterizado por Dudu Prudente, no estúdio Orí, em Aracaju. Este trabalho vem mais maduro, com uma atmosfera new wave, baterias eletrônicas, sintetizadores e influências do krautrock, pré punk, indie e trip hop, sem deixar as raízes nordestinas de lado. É um trabalho em grande parte autoral, que externa as questões das migrações para os grandes centros urbanos, as relações sociais e afetivas, em linguagem poética muito própria da artista.

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