São Paulo, outubro de 2019 – A
cantora e compositora sergipana Sandyalê lança o segundo álbum de
sua carreira, “Árvore Estranha”. Compostas em um longo período
de quatro anos, as canções são registros poéticos de vários
momentos vividos pela artista, em uma narrativa que fala sobre
movimento, mudança de lugar, mulher, relações e conflitos
internos. Muitas faixas são parceria com Dudu Prudente, mas há
também composições de Lauckson (Lau e Eu), Elvis Boamorte,
Fabrício Mota e Ana Carla Portela. Julico (The Baggios) participa de
“Pêia”.
"O ‘Árvore Estranha’ é um
álbum muito pessoal, fala muito sobre mim, minhas relações
afetivas e sociais, sobre como me sinto em meio as pessoas, tanto no
meu lugar quanto fora dele. É uma metáfora, uma analogia entre as
árvores que nascem no solo árido, no sertão, e as que nascem no
solo fértil, na capital. Da dificuldade enfrentada por cada uma para
germinar, brotar, crescer, florescer e dar seus frutos. O processo é
parecido como o de gravar e lançar um álbum”, explica Sandylaê.
“Trouxe para mim como artista, tendo que me deslocar do sertão
para os grandes centros como São Paulo, para poder trabalhar e
mostrar minha arte, em um solo ‘fértil’. É uma gestação, de
parto normal, demorado e doloroso, dando a importância devida a cada
processo. É saber esperar. Espere”, finaliza.
“As composições de ‘Árvore
Estranha’ colocam para fora sensações e sentimentos de Sandyalê,
em um processo longo, doloroso, prazeroso e por isso também fértil.
As composições são retratos auditivos de cada momento vivido por
ela e por mim também, pois esse álbum veio em um processo de
transição em nossas vidas, em que transformamos a relação de
companheiro e companheira para sermos bons parceiros musicais e da
vida”, conta o produtor Dudu Prudente. “Traduzir tudo isso em
sons, timbres e dar uma narrativa um tanto compreensível foi o que
tentei fazer no estúdio. As gravações também são recortes desses
momentos. Tédio, incertezas, vontades, esperança e a falta dela,
instabilidade física e emocional são expressos em sons secos de
bateria, repetições de riffs e das máquinas de ritmo,
sintetizadores, echos, instrumentos novos e velhos”, finaliza.
“Árvore Estranha” está disponível
nas plataformas digitais a partir do dia 4 de outubro e em formato
físico a partir de 1º de novembro.
FAIXA A FAIXA
1. TUDO BEM?
(Sandyalê e Dudu Prudente)
”TUDO BEM?” é uma ironia, uma
mulher impondo suas regras, querendo fazer coisas que agora ela já
faz, independente se para você isso não esteja tudo bem. Ela manda
você sair do corpo e cair pra dentro. Fala de força, que era
desconhecida, mas agora já é habitada. Do que falta da parte de lá
e da parte de cá. Pra finalizar da melhor forma, temos um coro de
mulheres belíssimas cantando todas juntas que enriqueceu bastante a
peitada, a imposição, que é Jeca, Tori, Bruna Ribeiro, Luna
Safira, Ana Paula Salmeron e Mayara.
2. BRUTA
(Sandyalê)
”Bruta” fala da relação do prazer
com o orgasmo e a não percepção do outro com a parceira. Mas
também fala de superação, que nós podemos nos divertir sozinhas.
Conhecer o corpo e se conhecer e, assim, se satisfazer sempre que
necessário.
3. LINHAS QUE TRAGO
(Sandyalê e Dudu Prudente)
”Linhas que trago” foi uma das
últimas canções escritas, com a participação de Dudu Prudente na
melodia e interpretação. É uma desilusão, um tormento. Mas também
é o libertar, como as linhas que se cruzam e se soltam. É não
saber chegar, não saber partir e só saber querer. Mesmo assim, por
brechas eu pulo. Uma das minhas preferidas do disco.
4. CISMA
(Sandyalê, Allen Alencar e Lauckson)
“Cisma” basicamente diz que você
não tem que aturar nada e nem ninguém, também fala de como sou
cismada e reconheço meus erros. É muito pessoal, assim como todas
que escrevo, mas essa é bastante íntima. Não me leve a mal, eu sou
estranha mesmo. A segunda parte, que é meio falada, foi uma música
que Allen Alencar, que também gravou no disco, tinha feito pra mim.
Então criei alguns versos a mais junto com Lauckson e virou
“Abrasada”. Acabou não entrando no álbum e, como eu gostava
muito dos versos, adaptei e juntamos com “Cisma”, virando uma só
música, palavra, melodia, espécie.
5. COMETA
(Sandyalê)
“Cometa” foi escrita em São Paulo,
quando estava longe e queria estar perto. Fala muito de mim. Dos meus
momentos, meu “eus”, minhas histórias reais e imaginárias. Aqui
ou em outro planeta. Sobre desprender-se e servir-se com as próprias
mãos. Ser ar. Correr depressa e sem pressa ao mesmo tempo. é você
saber voar.
6. VÃO
(Fabrício Mota e Ana Carla Portela)
“Vão” é uma música de Fabrício
Mota e Ana Carla Portela, ambos da Bahia. Fabrício me mostrou ela no
violão, em 2016, e eu chorei do início ao fim. Acabou a música e
eu continuei chorando. Foi uma honra gravá-la. Ele é um mestre, dos
melhores baixistas que já tocou comigo. Fez essa música para avó
dele, quando perdeu o avô. Acho que ela em si já conta uma bela
história. Sentir falta. O amor, quando é real, é muito lindo.
7. ÔIO
(Sandyalê, Dudu Prudente)
“Ôio” foi a primeira música
escrita desse álbum, em 2016, quando fui à Olinda, em Recife. Por
isso ela começa com “Na ladeira, correnteza vai levar…”. Fala
sobre pessoas que conseguem se comunicar com o olhar. Que até a
coisa mais verdadeira, como um diamante, pode ser falso. Um dia,
amante também mente. No porão, que é onde guardamos as lembranças,
já não tem mais nada. Sem rumo, mas de pé no chão, seja ele
batido ou pisado, a vida dança com você. As ideias precisam do
vento para poder se espalhar. Tem um belíssimo arranjo de metais que
Ricardo Vieira escreveu. Dudu também é meu parceiro na composição.
8. PÊIA
(Elvis Boamorte)
“Pêia” é uma música de Elvis
Boamorte, cantor, compositor e músico também de Aracaju. Significa
tomar uma pêia, um tapa, um sacode. A pêia que é viver na capital.
Ele fez no sentido do significado do disco também. É tudo muito
subjetivo, as palavras e o corre diário, observando as pessoas e a
cidade. Tem participação de Julico, da banda The Baggios, nos
vocais e na guitarra
9. ÁRVORE ESTRANHA
(Lauckson)
“Árvore Estranha” foi composta por
Lauckson, vulgo Lau e eu, que também é de Aracaju, mas reside em
São Paulo atualmente. Quando o conheci, contei o conceito do disco e
pedi para que fizesse uma música, pois ele escreve muito bem. Uma
semana depois, ele me enviou esta bela canção que traduz tudo e
mais um pouco do que é ser lá, sem ser de lá e nem daqui. “Árvore
Estranha” não floresce dentro das capitais, é você ter que se
deslocar do seu habitat natural pra viver seu sonho em outro lugar.
Outro lugar esse que você também não se encaixa. É você com você
mesmo. Um carcará voando torto.
FICHA TÉCNICA
Gravado por Dudu Prudente no estúdio
Orí (Aracaju-SE) e por Zé Ruivo no estúdio Sararé (São
Paulo-SP). Mixado por Dudu Prudente, exceto as faixas “Pêia” e
“Árvore Estranha”, mixadas por Leo Airplane. Produzido e
Masterizado por Dudu Prudente. A base do som foi concebida pelo trio
Dudu Prudente (bateria, programações), Allen Alencar (guitarra,
baixo e sintetizadores) e Zé Ruivo (sintetizadores, piano elétrico
e acústico), com colaborações de Léo Monstro (sintetizadores),
Léo Airplane (sintetizador), Big John (beats e Synth), Julico
(guitarra) e Sebastién Willemyns (philicorda).
Fotografia - Catarina Ribeiro
Beauty Artist - Vini Kilesse
Figurinista - Sol Azulay
Projeto gráfico - Cibele Nogueira
Ilustração do CD - Felipe Ferrera
Produção executiva - Sandy Alexandre
Gravado entre 2017 e 2019
SOBRE SANDYALÊ
Sandyalê é uma cantautora de Aracaju (SE). Lançou seu primeiro
trabalho em 2014, o elogiado “Um no Enxame”. Entre 2016 e 2018,
seu show circulou por alguns Estados: Sergipe, Bahia, Pernambuco, Rio
de Janeiro e São Paulo. Atualmente está radicada na capital
paulista, onde produziu e gravou uma parte do seu novo álbum,
“Árvore Estranha”. Foi produzido, gravado, mixado e masterizado
por Dudu Prudente, no estúdio Orí, em Aracaju. Este trabalho vem
mais maduro, com uma atmosfera new wave, baterias eletrônicas,
sintetizadores e influências do krautrock, pré punk, indie e trip
hop, sem deixar as raízes nordestinas de lado. É um trabalho em
grande parte autoral, que externa as questões das migrações para
os grandes centros urbanos, as relações sociais e afetivas, em
linguagem poética muito própria da artista.
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