O professor de redação Mário Sérgio Nino, do Colégio Motivo, lembra que o aluno deve continuamente praticar o texto argumentativo, sempre buscando temas acerca do que está acontecendo localmente. Para isso, ele recomenda que o estudante assista a telejornais, ouça podcasts e se aprofunde em assuntos do cotidiano.
Este ano, as provas do Enem serão realizadas nos dias 13 e 20 de novembro. As notas das provas servem como porta de entrada para universidades públicas e privadas, além de serem classificatórias para bolsas de estudo e financiamento estudantil.
Confira abaixo alguns temas possíveis:
1. Uso de tecnologias de comunicação e a utilização das redes sociais como mecanismo de cancelamento.
"O meio virtual se tornou uma espécie de retorno à Lei Hamurabi, em que o 'olho por olho, dente por dente' dimensiona a exclusão pautada, por um lado, na ignorância e no tradicionalismo cego e, por outro, na falta de didatismo para se explicar uma série de questões que surgem no século XXI.", explica Mário. Para o professor, ainda na esteira tecnológica, outra abordagem possível é a disseminação de fake news. O assunto é pertinente em razão das múltiplas problemáticas o envolvendo. É interessante destacar que recortes mais específicos são uma tendência da Banca do Enem. Por exemplo, no caso das fake news, a especificação pode ser a saúde, a política, a privacidade.
2 - Questões referentes ao saneamento básico
Para o segundo tema, o professor sugere as questões referentes à estrutura básica de moradia e qualidade de vida nas comunidades mais vulneráveis. “Com a pandemia da Covid-19, ficou muito nítido como as pessoas que vivem nessas regiões foram mais afetadas em razão do déficit estrutural do saneamento”, disse. O aluno deve, então, observar a realidade dos moradores nessas condições e de como estes estão mais suscetíveis a doenças, por exemplo.
3 - Educação a distância
Ainda no âmbito da pandemia, o ensino on-line e os desafios que envolvem esse meio de aprendizagem podem constituir o tema do Enem. “É uma realidade que já vinha sendo difundida há alguns anos e se intensificou durante o período de distanciamento social”, explicou o professor. Com a EAD, é possível que mais pessoas tenham acesso a materiais educacionais que não teriam normalmente. Mas, para isso, é necessário o acesso às tecnologias que permitam esse tipo de estudo: “o ensino a distância só é possível com apetrechos tecnológicos, então, é desafio também atender a população que não tem esse tipo de alcance”, finalizou.
4 - Padrão de beleza imposto pelas redes sociais
Segundo Mário Sérgio, o assunto é uma abordagem aguardada, uma vez que os recursos digitais de aperfeiçoamento da imagem, os chamados filtros, calcados no poder de alcance das mídias virtuais, tornam-se um empecilho para a formação identitária dos indivíduos, principalmente, os jovens, que passam por um processo de construção psicológica, social, cultural. “Talvez o recorte seja mais específico, como obesidade ou gordofobia, ou distúrbios alimentares, como a bulimia. A imagética de corpo ideal existe há muito tempo, mas com as redes e os artifícios impostos por elas, essa temática preocupa em razão do poder das redes sociais”, aponta Mário Sérgio.
5 - As novas exigências do mercado de trabalho e a preparação dos alunos para o surgimento de novos espaços laborais
“Até que ponto o uso das tecnologias tem sido voltado, pedagogicamente, para a construção de novas realidades de trabalho, de novas profissões que surgem a partir das mudanças globais, extremamente voláteis?" disse. Dados divulgados pelo IBGE mostram que a taxa de desemprego de jovens entre 18 a 24 anos foi de 29% em maio de 2021. Assim, implementar ações que promovam a inserção de jovens no mercado de trabalho é fundamental. “Inclusive nas universidades, observar se esse jovem terá um ensino que o prepare para o mercado de trabalho, seja em qualquer área, visto que as mudanças em curso atingem quase todos os segmentos”, finalizou o professor.
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