Brigando pela bola do início ao fim e com muita força na marcação, o Corinthians acabou com a série invicta de 17 jogos do líder São Paulo no Campeonato Brasileiro.
O meia venezuelano Otero marcou o gol da vitória por 1 a 0,
neste domingo, na Neo Química Arena, na capital paulista, pela 25.ª rodada. Foi
o 13.° jogo corintiano sem derrota no clássico em seu estádio.
Com a derrota, apenas a terceira no Brasileirão, o São Paulo
vê a sua diferença de pontos na liderança cair para quatro pontos em relação ao
Atlético-MG. Segue com 50 diante de 46 dos mineiros. As equipes fazem confronto
direto nesta quarta-feira, no estádio do Morumbi, na capital paulista.
O Corinthians espanta a desconfiança das apresentações
abaixo do esperado, sobretudo em casa, com um desempenho seguro. Teve mérito
pela vitória ao executar muito bem a estratégia de se fechar, administrar a
posse de bola e apostar nos contra-ataques
Desde que o estádio corintiano foi inaugurado, em 2014,
jamais o São Paulo chegou tão bem para um clássico no local. Líder do
Brasileirão e com 20 pontos de vantagem sobre o rival, ainda tinha a seu favor
o bom futebol apresentado e todos os titulares à disposição do técnico Fernando
Diniz.
Ciente das vitórias de Atlético-MG e Flamengo, a meta são-paulina
era acabar com o jejum no estádio rival, após nove derrotas e três empates, e
voltar a abrir os sete pontos de vantagem na tabela de classificação.
Mas o começo do líder na Neo Química Arena foi ruim. O
Corinthians era quem parecia mais à vontade em campo. Surpresa na escalação do
técnico Vagner Mancini, Léo Natel deu a primeira finalização do clássico. Nas
mãos do goleiro. O ex-são-paulino queria jogo e quase fez aos oito minutos.
Tiago Volpi salvou em bela defesa.
O atacante ainda desperdiçaria outra chance até Otero abrir
o marcador. O São Paulo estava no ataque e perdeu a bola. O colombiano Cantillo
lançou o venezuelano, que partiu em velocidade e bateu cruzado. O Corinthians
marcava forte e foi preciso no contragolpe, aos 24 minutos.
Apenas aos 29 minutos, em cobrança de falta, o São Paulo
chegou pela primeira vez. Guilherme Sara mandou raspando. A estratégia
são-paulina tão eficiente em jogos passados não conseguia sobressair à marcação
dura dos corintianos, às vezes até com três na bola.
O esquema defensivo corintiano teve um baque com lesão na
coxa de Cantillo aos 41 minutos. No mesmo momento Luciano reclamou de dor
muscular do outro lado, causando preocupação. Tentou voltar, mas não resistiu.
Perdas importantes dos dois lados, sobretudo do São Paulo, ficando sem seu
principal jogador e atrás no placar.
Em uma falta boba de Fagner, no minuto final, Gabriel Sara
exigiu a primeira defesa de Cássio. O São Paulo ficou devendo futebol na etapa
e Fernando Diniz não esperou para mexer. Voltou do intervalo com Igor Vinícius
e Tchê Tchê para atacar mais. Sacrificou um zagueiro.
No retorno, porém, a tônica do primeiro tempo se fazia
presente. Os corintianos brigando por todas as bolas e o São Paulo apenas
tentando chegar com o toque de bola. Sobrava vontade de um lado e faltava gana
de vitória do outro. O futebol do líder era bem abaixo do esperado.
Em uma saída errada de Arboleda, Cazares recebeu livre e
serviu Ramiro, que desperdiçou ótima chance de ampliar o placar. Na cara de
Tiago Volpi, bateu para fora. Fernando Diniz, irritado com o que via,
esbravejava tentando arrumar a equipe. Com a lesão de Léo Natel, o treinador
são-paulino chamou todo mundo à área técnica para passar orientações. Queria
calma e eficiência
Em uma cobrança de falta de Reinaldo que desviou na
barreira, Cássio salvou o Corinthians de sofrer o empate. O primeiro ataque de
perigo dos visitantes na etapa final veio novamente com mais de 20 minutos.
Uma saída errada de Tiago Volpi, aos 30 minutos, quase
custou o segundo gol corintiano. Cazares roubou a bola e deu para Camacho O
volante bateu apertado e a bola foi para escanteio. Chance de ouro para
"matar" o clássico desperdiçada.
Fernando Diniz foi para o tudo ou nada com Hernanes e Vitor
Bueno. Vagner Mancini respondeu aumentando o fôlego no meio em dose tripla: com
Luan, Lucas Piton e Matheus Vital. Arboleda virou centroavante nos minutos
finais, mas nada de superar Cássio.
O São Paulo segue em situação boa na tabela de
classificação, porém não pode tropeçar diante do Atlético-MG. O Corinthians
chega a seu quarto jogo seguido sem perder, todos com defesa intacta. Volta a
campo apenas no próximo dia 21, uma segunda-feira, quando recebe o Goiás.
Por Fabio Hecico, especial para a AE
Estadão Conteúdo
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