A julgar pelo momento vivido pelos semifinalistas da Copa do Brasil, é difícil apontar favoritos nos dois jogos desta quarta-feira (30) que definirão os finalistas da competição: São Paulo x Grêmio, às 21h30, no Morumbi (Globo e SporTV 2) e América-MG x Palmeiras, no mesmo horário, no Independência (SporTV).
Grêmio, América-MG e Palmeiras
acumulam aproveitamento de 70% em seus últimos dez duelos. O único abaixo disso
é o São Paulo, com 66,6%, uma diferença pequena e ofuscada pelo fato de o time
tricolor ser o líder do Campeonato Brasileiro.
Os quatro vêm de vitórias pelo
Brasileiro no último fim de semana, no caso dos mineiros na Série B –a equipe
comandada por Lisca está na vice-liderança e perto de confirmar o acesso à
Série A.
Os são-paulinos foram os únicos
derrotados no jogo de ida pela semifinal do mata-mata. Em Porto Alegre,
perderam do Grêmio por 1 a 0. Dentro de casa, o time comandado por Fernando
Diniz precisa vencer, ao menos, pela diferença mínima para levar a disputa para
os pênaltis.
Ajuda a deixar o duelo aberto o
fato de a equipe paulista ter média de 1,8 gol nas últimas dez partidas, entre
Brasileiro e Copa do Brasil, além de ter o melhor ataque ao longo da temporada
entre os semifinalistas, com 98 gols marcados, um mais do que o Palmeiras. O
Grêmio anotou 83, enquanto o América fez 68.
"Nós somos agressivos, mas com
cuidados porque do outro lado tem uma grande equipe, com um grande técnico.
Temos que fazer de tudo para ter uma grande noite", afirmou Diniz.
Mais de um terço dos gols possui
assinatura da dupla Luciano e Brenner. Juntos, eles foram responsáveis por 37
gols na temporada, 37,8% do total. Ambos estão confirmados para a partida desta
quarta.
"O São Paulo é uma equipe que
procura sufocar os adversários dentro de casa, com muita gente no campo
ofensivo. Se você aceitar, paga um preço muito caro", alertou o atacante
Diego Souza, autor do gol do Grêmio em Porto Alegre.
Entre os titulares, o único
desfalque do São Paulo é o lateral Reinaldo, suspenso por acumular três cartões
amarelos. Léo é o principal candidato a ficar com a vaga.
Em busca do inédito título do
mata-mata nacional, o time pode disputar a segunda final de sua história. Em
2000, ficou com o vice-campeonato ao ser derrotado pelo Cruzeiro, que possui
seis troféus.
A marca recorde do clube mineiro
poderá ser alcançada nesta temporada pelo Grêmio, dono de cinco conquistas. Em
busca de sua nona decisão, a equipe de Renato Gaúcho deverá ter o desfalque do
zagueiro Geromel, que se recupera de um desconforto na coxa esquerda. David
Braz é candidato a substituí-lo.
Na outra semifinal, Palmeiras e
América-MG fazem duelo do terceiro time que mais vezes conquistou a Copa do
Brasil contra outro que sonha com a inédita taça.
Tricampeão do mata-mata, ao lado de
Corinthians e Flamengo, a equipe alviverde vacilou na partida de ida, no
Allianz Parque, e empatou por 1 a 1, depois de sair atrás no placar.
Em caso de uma nova igualdade nesta
quarta, a decisão do finalista ocorrerá nos pênaltis. Quem vencer avança à
decisão.
Ainda que para chegar à final o
Palmeiras precise de uma vitória simples, a postura do América no jogo de ida
indicou equilíbrio no confronto. Além de criar boas chances em jogadas rápidas,
a equipe mineira também pressionou a saída de bola alviverde em alguns
momentos.
Foi assim, inclusive, que o time
comandado por Lisca conseguiu sair na frente, com Ademir, ao aproveitar um erro
do zagueiro Emerson Santos na saída de bola. Gustavo Gómez deixou tudo igual.
Para a partida em Belo Horizonte, o
Palmeiras terá uma importante baixa. O atacante Gabriel Veron teve diagnosticada
uma lesão na coxa direita e não encara o time mineiro. Rony, Luiz Adriano e
Gustavo Scarpa devem formar o trio de ataque alviverde.
Além da disputa pelo título, quem
avançar à final da Copa do Brasil também disputará uma premiação de R$ 54
milhões, valor que será pago pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol) ao
campeão do torneio. O vice embolsará R$ 22 milhões.
A injeção desses valores é ainda
mais cobiçada para amenizar os impactos que a pandemia da Covid-19 provocou no
faturamento das equipes, sobretudo pelo fato de as competições terem sido
retomadas sem a presença de público nos estádios.
LUCIANO TRINDADE
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)
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