segunda-feira, 25 de abril de 2022

Professor analisa causa dos constantes alagamentos e inundações no Recife



Quando o período chuvoso chega, os moradores da região metropolitana do Recife já se preparam para os famosos alagamentos. O trânsito que, já é caótico, fica pior. Mas as consequências vão além disso. Moradores das áreas ribeirinhas, em vulnerabilidade social, são os que mais sofrem. A falta de planejamento urbano e de iniciativas que dêem vazão ao volume das águas, tem trazido prejuízos, inclusive econômicos.

De acordo com o professor Carlos Pamila, gestor da área de Ciências Humanas do Colégio Motivo, um fator histórico é preciso ser considerado: “a cidade teve uma construção espontânea, logo, não houve um projeto ou planejamento urbano, a região conta com um sistema natural de drenagem que envolve bacias hidrográficas do chamado “Estuário Comum do Recife” constituído pelas principais bacias dos rios Capibaribe, Beberibe, Tejipió e Ipojuca no entanto, isso não é suficiente”.

Esses problemas se devem ao assoreamento, que é o acúmulo de sedimentos no leito dos rios. O assoreamento é potencializado com o desmatamento das matas ciliares que ficam nas margens dos rio, além da deposição de lixo nos canais fluviais. O que causa o acúmulo da água pluvial.

“É necessário pontuar também a densidade urbana da cidade, ou seja, o solo cada vez mais impermeabilizado, contribuindo para diminuir a infiltração e consequentemente uma maior retenção da água pluvial, que associado a pequenos bueiros, canaletas e galerias que geralmente estão entupidos pelo excesso de lixo, assim não favorecendo para o escoamento superficial”, completa o professor.

Em resumo, pode-se dizer que os alagamentos do Recife, estão associados às causas naturais e antrópicas, sendo as ações do homem as que mais potencializam as problemáticas em dias de chuvas, numa cidade que foi verticalizada em um ecossistema de manguezal

Recife tem solução?

De acordo com o professor, sim! “Medidas estruturais e de (re) educação podem ser realizadas para minimizar a frequência dos alagamentos, por exemplo, a preservação das matas ciliares, que irão proteger os mananciais hídricos do assoreamento, assim os rios poderão receber uma maior quantidade de água, importante também aumentar as áreas verdes nas cidades, como a construção de jardins de chuvas que ajudarão a captação das águas pluviais e consequentemente infiltração, contribuindo para recarga dos aquíferos.”

Além disso, é preciso dar o destino correto dos resíduos sólidos, que tanto comprometem o sistema de drenagem quando depositados em rios, córregos e canais. “É indispensável a limpeza e o monitoramento desses reservatórios que recebem as águas pluviais, vale lembrar que várias cidades já fazem uso do bueiro inteligente, que recebe apenas a água e o lixo ficando na parte superior.” Finaliza o professor.

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