quarta-feira, 18 de novembro de 2020

Alunas do SENAI Petrolina desenvolvem picles do mesocarpo do maracujá e participam de competição nacional


 Após usar a polpa do maracujá em sua produção, como as indústrias podem reaproveitar os resíduos da fruta? Dentro da sala de aula, Alice Novaes e Vitoria Morganna, estudantes do curso Técnico em Alimentos do SENAI Petrolina, encontraram uma resposta inovadora para essa pergunta: transformaram a entrecasca da fruta em um picles saboroso, nutritivo e de custo acessível. Batizado de ConservaJá, o produto é um dos finalistas do Inova SENAI, desafio realizado nacionalmente a cada dois anos para estimular os alunos da instituição a desenvolverem soluções para problemas reais da indústria brasileira. Entre os dias 24 e 27 de novembro, as alunas irão participar de rodadas de negócio e avaliações que irão definir os vencedores da competição.

 

Sob a orientação das docentes Bruna Nascimento e Annielly Trindade, as alunas realizam todos os processos necessários para transformarem o mesocarpo do maracujá (parte branca interna) no picles. Isso inclui a lavagem, o corte e o branqueamento das frutas, processo térmico realizado dentro do laboratório de Processamento de Frutas e Hortaliças da instituição. O produto pronto é acondicionado em potes de vidro e recebe a salmoura - uma mistura bem dimensionada de água, açúcar, sal e vinagre, capaz de oferecer o tradicional gosto de picles ao produto. Ao final desse trajeto, o produto está pronto para ser vendido e pode chegar ao consumidor pelo valor de R$ 1,50.

 

“Nossa proposta é realizar o aproveitamento total do alimento, e não apenas da polpa. Muitas vezes, a casca não tem destino nenhum e, quando utilizada, serve apenas como adubo. O Brasil é o maior produtor de maracujá do mundo e 60% dessa produção está concentrada no Nordeste e por isso existe potencial nesse projeto. O ConservaJá é riquíssimo em nutrientes, acessível a todas as classes econômicas e pode ser utilizado de diversas maneiras, como ingrediente de sanduíches, petisco e em tábuas de frios”, explica a docente Bruna Nascimento.

 

No total, a competição conta 80 trabalhos, desenvolvidos em 16 estados da Federação. Pernambuco, ao todo, entrará na disputa com três projetos. Além de desenvolver os produtos, as estudantes também trabalharam em todas as etapas de desenvolvimento do negócio, da concepção até a negociação com possíveis investidores e clientes. Para a aluna Alice Novaes, 22 anos, a disputa foi uma experiência ímpar e de muito aprendizado. "Apesar da pandemia do novo coronavírus, que dificultou o processo de desenvolvimento do projeto, aprendi que podemos, sim, inovar de forma simples e com esse tipo de atitude mudar um pouco o mundo", ressalta.

 

Já Vitória Morganna, também de 22 anos, além de destacar a importância do projeto, afirmou que aprendeu uma lição para toda vida. "Aprendi que nada na nossa vida se perde, mas tudo pode ser reaproveitado - e na área de alimentos não é diferente. Com isso, aprimoramos ainda mais técnicas e nos aprofundamos na área de frutas e hortaliças. Estamos com expectativas positivas para conseguir alcançar o mercado com produtos palatáveis e ainda, quem sabe, subir ao pódio em primeiro lugar", conclui.

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