“A celebração da história e do canto de mulheres negras. É o que será a gravação do DVD Ganhadeiras de Itapuã 15 Anos – Uma História Cantada, que acontecerá no Teatro Castro Alves, no dia 31 de julho, no Palco Principal do Teatro Castro Alves, às 20h. Será um show registro de um dos mais importantes grupos musicais de cultura popular do Brasil, cujo conteúdo será disponível em versão física e On Demand. A direção audiovisual e artística é da Movida Conteúdo e a produção da Maré Produções Culturais, viabilizada através do Natura Musical e Fazcultura – Lei de Incentivo à Cultura da Secretaria de Cultura e Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia.
Além das vozes das ganhadeiras de Itapuã, o show receberá como convidados Mariene de Castro, Margareth Menezes, Larissa Luz, dentre outros. No repertório, canções autorais das próprias integrantes do grupo, quanto de compositores do bairro de Itapuã, além de uma passagem por canções de Dorival Caymmi, prestando uma homenagem ao lendário bairro de Salvador. A direção musical é de Alê Siqueira e os arranjos criados por Amadeu Alves.
O espetáculo envolverá multilinguagens artísticas, evocando a atmosfera de Itapuã, sua paisagem suas cores, a memória do lugar, mas também a história das mulheres negras, suas lutas, o matriarcado, seu trabalho e o lugar do canto, como um espaço de criação e reinvenção das crônicas do dia a dia através da música.
Sobre as Ganhadeiras – As Ganhadeiras de Itapuã remontam uma trajetória de gerações e séculos. O bairro de Itapuã, em Salvador, era uma vila de pescadores, e um grupo de mulheres negras já lutava pela subsistência de suas famílias. Elas lavavam de ganho, preparavam peixes e outras iguarias para vender na rua, mercados, feiras. Iam a pé até o centro da cidade, equilibrando balaios nas cabeças. No trajeto, “para espantar o cansaço”, iam compondo e cantando; eram cantigas de roda, sambas e cirandas. Dessa tradição, surge o grupo Ganhadeiras de Itapuã.
Cronistas do dia a dia, as Ganhadeiras comunicam-se com diferentes gerações. Em pleno litoral da capital baiana, sua música foi recentemente nomeada de “Samba de Mar Aberto”, que se distingue das células do samba de roda do Recôncavo e traz características próprias, é aberta à influência da ciranda, sambas de diferentes matrizes, candomblé entre outras misturas rítmicas.
O grupo, que completará 15 anos em 2019, já recebeu o Prêmio Culturas Populares – Mestre Duda 100 Anos de Frevo, concedido pelo Ministério da Cultura, e foi reconhecido como uma das iniciativas exemplares das culturas populares do Brasil. Em 2014, lançou um disco homônimo que em 13 músicas reúne raridades da cultura negra baiana e brasileira, candomblé, a importância da presença e liderança feminina, o amor pela natureza e crianças. O trabalho foi contemplado na 26ª edição do Prêmio da Música Popular Brasileira na categoria Melhor Grupo e Melhor Álbum Regional em cerimônia realizada no Teatro Municipal do Rio de Janeiro.”
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