sexta-feira, 5 de maio de 2017

3ª Mostra Pajeú de Cinema divulga programação completa

Durante sete dias o Cine São José voltará a ser um centro de exibição e reflexão de filmes. De 14 a 20 de maio se realiza em Afogados da Ingazeira (sertão de Pernambuco) a terceira edição da Mostra Pajeú de Cinema. A programação completa, distribuída em programas, dias e horários, pode ser vista em detalhes a seguir. Serão exibidos 37 curtas e nove longas-metragens, totalizando 46 filmes de dez estados, 22 deles inéditos em Pernambuco. Com direção de William Tenório e Bruna Tavares, a mostra é gratuita e ainda conta com mesas, debates e oficinas. A curadoria é do crítico e pesquisador André Dib.


Os filmes apontam para lugares específicos onde a MPC busca estabelecer sua identidade, entre o debate político-social e a criação cinematográfica. Entre os títulos inéditos em PE estão os curtas "Diamante – o bailarina”, “O estacionamento”, “Ferroada”, “Não me prometa nada”, “Impeachment” e “Vazio do lado de fora”, este último, selecionado para o próximo Festival de Cannes. Outros títulos importantes da recente produção brasileira são “Estado Itinerante”, “Aqueles que ficam”, “KBELA” e “Solon”. Do estado serão exibidos "Na missão, com Kadu", "Ainda me sobra eu", "FotogrÁfrica", "A ilha no meio do mundo", "Iluminadas" e, de São José do Egito, o inédito “Luz, Câmera, Carona!”.

A mostra de longas este ano amplia o foco para filmes brasileiros, apresentando obras urgentes como “Entre os homens de bem”, crítica ao ultraconservadorismo do Congresso Nacional, sob o ponto de vista do deputado Jean Wyllys; a ficção maranhense “Lamparina da Aurora”, em homenagem de Frederico Machado a seu pai, o poeta Nauro Machado; “Precisamos falar do assédio”, eficiente forma de tratar o tema de violência física e simbólica contra a mulher; e “Um Filme de Cinema”, nova e instigante abordagem de Thiago B. Mendonça para o cinema infantil.

De Pernambuco, “Martírio” e “Joaquim” olham de maneiras bastante próprias para a formação da sociedade brasileira e seus amargos sintomas que reverberam no agora. Rodado no sertão do Pajeú e da Paraíba, “O silêncio da noite é que tem sido testemunha das minhas amarguras” parte do mote específico – a pessoa e os versos de Severina Branca – para fazer um panorama da poesia na região.

Mesas – No dia 16 de maio a programação contará com a mesa “Cinema, Educação e Direitos Humanos, formada por Rosinha Assis (Recifest), Anna Andrade (Mulheres no Audiovisual PE e Cartas ao Mundão) e Alexandre Pankararu (Articulação dos Povos Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo); no dia 17 de maio a mostra terá a mesa “Cinema, luta e resistência composta por Elaine Una (Cineclube Casa Farol e Movimento #OcupeCineOlinda), a jornalista Priscila Urpia (Cineclube CineRua / Movimento #CineRuaPE) e o realizador Pedro Severien (Ocupe Estelita). Já no dia 18 de maio será discutido o protagonismo dos negros e negras no cinema com a mesa “Participação e representação do negro no audiovisual”, formada pela atriz Dandara de Morais, a realizadora Juliana Lima (Mulheres no Audiovisual PE) e Igor Travassos (produtor, realizador e cineclubista).

Filme de abertura – A exibição do longa-metragem “Quelé do Pajeú” (Brasil, 1969), de Anselmo Duarte (“O Pagador de Promessas”), filme dado como desaparecido até ano passado, quando foi encontrado na Itália. Trata-se do primeiro filme rodado em 70 mm e som estéreo, uma história de vingança no sertão protagonizada por Jece Valadão, Rosana Ghessa e Tarcísio Meira. Na ocasião será feita uma homenagem ao produtor do filme, Ruy Pereira.

#CineRuaPE – O Cine São José é a casa da MPC e nele temos um dos poucos cinemas de rua em atividade no país. Fundado em 1942, ele passou por várias mudanças e chega ao século 21 com dificuldades para continuar funcionando, à espera da modernização técnica para entrar na era digital. Para provocar novas ideias e ações neste sentido, foi concebido em parceria com o Movimento #CineRuaPE um programa especial com exibições e debates com especialistas, marcado para a manhã de sábado (20).

Sessão Abraccine - No domingo (14) será exibido o documentário “Outro Sertão”, de Adriana Jacobsen e Soraia Vilela, conectando a MPC ao circuito de exibição promovido pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine) em dez cidades brasileiras. O filme trata de forma poética o resultado de dez anos de pesquisa sobre os anos do escritor Guimarães Rosa na Alemanha nazista, onde atuou com Cônsul do Brasil em Hamburgo. Após a sessão, haverá debate com o professor de história José Rogério Oliveira (FASP) e André Dib (curador da MPC).
Oficinas - As oficinas da 3ª MCP serão realizadas entre os dias 8 e 13 de maio. Ao todo quatro oficinas serão ministradas na Secretaria Municipal de Assistência Social de Afogados de Ingazeira: captação de som, edição, produção e crítica de cinema, distribuídas nos turnos da manhã, tarde e noite.

A 3ª edição da Mostra Pajeú de Cinema é organizada pela Pajeú Filmes, com incentivo do Funcultura / Fundarpe, Secretaria de Cultura do Governo do Estado de Pernambuco e conta com apoio da Prefeitura de Afogados da Ingazeira, Vilarejo Filmes, Rádio Pajeú AM e Movimento #CineRuaPE.

Serviço

3ª Mostra Pajeú de Cinema
Quando: 14 a 20 de maio de 2017
Onde: Cine São José (Afogados Da Ingazeira – PE)
Gratuito

Informações para a imprensa
Priscila Urpia - comunica.mpc@gmail.com
(81) 99617-6008 / (81) 98840-9930



PROGRAMAÇÃO COMPLETA
* estreia no Estado / ** estreia nacional

Domingo – 14/05
18h30 - Sessão Abraccine: Outro Sertão (ES, 2013, doc, cor, HD, 73’), de Adriana Jacobsen e Soraia Vilela *debate com o historiador José Rogério Oliveira e André Dib (curador da MPC).
20h - Sessão de Abertura: Quelé do Pajeú (RJ, 1969, fic, cor, 35 mm, 107’), de Anselmo Duarte *em homenagem ao produtor Ruy Pereira.
Segunda – 15/05
8h - Matinê 1 (80’)
Vento (RJ, animação, cor, HD, 2016, 14’), de Beca Furtado
Os olhos de Cecília (RJ, fic, cor, HD, 2015, 19’), de Vitor Hugo Fiúza*
Animais (SP, animação, cor, HD, 2015, 13’), de Guilherme Alvernaz
Nº 27 (PE, fic, cor, 35mm, 2008, 19’), de Marcelo Lordello
Eu queria ser um monstro (RJ, animação, cor, HD, 2009, 8’), de Marcelo Marão

18h30 – Programa 1: Campo de batalha (85’)
A morte do cinema (BA, 2016, doc, cor, HD, 20’), de Evandro de Freitas
Tatame (RJ, 2016, doc, cor, HD, 21’, de Daniel Nolasco, Felipe Fernandes
Diamante, o bailarina (SP, 2016, fic, cor, HD, 22’), de Pedro Jorge*
Vazio do lado de fora (RJ, 2016, fic, cor, HD, 22’), de Eduardo Brandão Pinto*

20h – Longa
Precisamos falar do assédio (SP, doc, cor, HD, 2016, 80’), de Paula Sacchetta

Terça – 16/05
9h – Mesa 1: Cinema, Educação e Direitos Humanos

18h30 – Programa 2: Ver e Poder (102’)
Impeachment (ES, 2016, doc, cor, HD, 15’), de Diego de Jesus*
Jornal (RJ, 2017, doc, cor, HD, 22’), de Luiz Rosemberg Filho*
Luz, câmera, carona! (PE, 2017, doc, cor, HD, 17’), de José Alberto Júnior**
O olho do cão (RJ, 2016, fic, cor, HD, 20’), de Samuel Lobo*
Na missão, com Kadu (PE, 2016, doc, cor, HD, 28’), de Aiano Mineiro, Kadu Freitas e Pedro Maia de Brito

20h – Longa
Entre os homens de bem (SP, 2016, doc, cor, HD, 104’), de Caio Cavechini e Carlos Juliano Barros*
Quarta – 17/05
9h - Mesa 2: Cinema, luta e resistência

18h30 - Programa 3: Ao que vai nascer (94’)
A Boneca e o Silêncio (SP, 2015, fic, cor, HD, 19’), de Carol Rodrigues *
KBELA (RJ, 2016, fic, cor, HD, 21’), de Yasmin Thayná
Iluminadas (PE, 2016, doc, cor, HD, 13’), de Gabi Saegesser
Solon (MG, 2016, fic, cor, HD, 16’), de Clarissa Campolina*
Estado itinerante (SP, 2016, fic, cor, HD, 25’), de Ana Carolina Soares

20h - Longa
Martírio (PE, 2016, doc, cor, HD, 160’), de Vincent Carelli, Ernesto de Carvalho e Tatiana Almeida

Quinta – 18/05
9h - Mesa 3: Participação e representação do negro no audiovisual

18h30 – Programa 4: Pais e filhos (60’)
O voo (SP, doc, cor, HD, 2015, 11’), de Manoela Ziggiatti*
Quando os dias eram eternos (SP, 2016, animação, cor/PB, HD, 12’), de Marcus Vinícius Vasconcelos
FotogrÁfrica (PE, 2016, doc, cor, HD, 25’), de Alice Chitunda
Confidente (RJ, 2016, fic, PB, HD, 12’), Miguel Seabra e Karen Akerman*

20h – Longa
Um filme de cinema (SP, 2017, fic, cor, HD, 85’), de Thiago B. Mendonça*

Sexta – 19/05
8h - Matinê 2 (77’)
O voo (SP, doc, cor, HD, 2015, 11’), de Manoela Ziggiatti*
Boycóptero (PR, animação, cor, HD, 2016, 11’), de Almir Correia*
DaliVinCasso (SP, animação, cor, HD, 2014, 11’), de Marcelo Castro e Marlon Tenório
Outubro Acabou (RJ, cor/PB, HD, 2015, 23’), de Miguel Seabra Lopes e Karen Akerman
A orelha de Van Gogh (MG, animação, cor, HD, 2016, 10’50’’), de Thiago Franco Ribeiro*

Programa 5: Poetas
18h30 - Curta: Ferroada (SP, 2016, doc, cor, HD, 25’), de Adriana Barbosa e Bruno Mello Castanho*
Longa: Lamparina da Aurora (MA, 2017, fic, cor, HD, 75’), de Frederico Machado*

20h – Curta: Armazém do Limoeiro (SP, 2016, doc, cor, HD, 18’), de Fábio Bardella e Filipe Augusto*
Longa: O silêncio da noite é que tem sido testemunha das minhas amarguras (PE, 2016, doc, cor, HD, 78’), de Petrônio Lorena

Sábado – 20/05
10h – Programa 6: CINE RUA
Sessão entre amigos (PB, 2010, doc, cor, digital, 17’), de Cristhine Lucena*
CAMPOCONTRACAMPO (PR, 2016, doc, cor, HD, 15’), de Nathalia Cavalcante*
Imbilino vai ao cinema (GO, 2017, doc, cor, HD, 15’), de Samuel Peregrino*
A morte do cinema (BA, 2016, doc, cor, HD, 20’), de Evandro de Freitas

11h - Debate: “Que cinema nós queremos? – planos para o Cine São José”

18h30 - Programa 7: Terras estrangeiras (97’)
O estacionamento (PR, 2016, fic, cor, HD, 15’), de William Biagioli*
A ilha no centro do mundo (PE, 2016, fic, pb, HD, 22’), de Felipe André Silva
Aqueles que ficam (PB, 2015, fic, cor, HD, 24’), de Arthur Lins
Ainda me sobra eu (PE, 2016, doc, cor, HD, 15’), de Taciano Valério
Não me prometa nada (RJ, 2016, fic, cor, HD, 21’), de Eva Randolph*

20h – Longa
Joaquim (PE, 2017, fic, cor, HD, 97’), de Marcelo Gomes

Mesa 1: Cinema, educação e direitos humanos.
Conversar sobre a utilização do audiovisual como meio de formação educacional em seus diversos ambientes e possibilidades, bem como no conhecimento e fortalecimento da luta por direitos humanos individuais e coletivos dentro do Estado de Pernambuco.

Integrantes:
·         Rosinha Assis – Recifest.
·         Anna Andrade – Mulheres no Audiovisual PE e projeto Cartas ao Mundão.
·         Alexandre Pankararu – cineasta e representante da APOINME (Articulação dos Povos Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo).


Mesa 2: Cinema, luta e resistência.
Debater sobre o cinema, espaço de exibição e produção, como lugar de resistência e luta por direitos. Para tal, relatos e trocas de experiências de resistência de/em espaços de exibição e produções pernambucanas.

Integrantes:
·         Elaine Una – representante do Cineclube Casa Farol e do Movimento Ocupe Cine Olinda.
·         Priscila Urpia – jornalista e membro do Cineclube CineRua e do Movimento #CineRuaPE.

·         Pedro Severien – realizador e representante do coletivo audiovisual ligado ao Movimento Ocupe Estelita.


Mesa 3: Participação e representação do negro no audiovisual.
Refletir sobre os espaços ocupados por negros e negras na realização audiovisual pernambucana, e brasileira. Bem como esta tem contribuído para a manutenção e/ou quebra de estereótipos sobre a população afrodescendente no país.

Integrantes:
·         Dandara de Morais – atriz.
·         Juliana Lima – realizadora / Mulheres no Audiovisual PE.
·         Igor Travassos – produtor, realizador e cineclubista

SINOPSES (LONGAS)

Entre os homens de bem* (SP, 2016, doc, cor, HD, 104’), de Caio Cavechini e Carlos Juliano Barros. Jean Wyllys é um dos deputados que transitam no Congresso Nacional atualmente. O político, que também é jornalista e professor, luta em favor das minorias, além de ser um dos maiores representantes da causa LGBT. Agora, ele expõe um período de três anos de sua rotina no âmbito público, o que provoca uma reflexão sobre uma época de polarização na política brasileira.

Joaquim (PE, 2017, fic, cor, HD, 97’), de Marcelo Gomes. Com Júlio Machado, Nuno Lopes, Rômulo Braga, Isabél  Zuaa. A história dos acontecimentos e fatos que levaram Joaquim José da Silva Xavier, um dentista comum de Minas Gerais, a se tornar mais conhecido pela alcunha de Tiradentes, transformando-se em um importante herói nacional e mártir que veio a liderar o levante popular conhecido como "Inconfidência Mineira".

Lamparina da Aurora* (MA, 2017, fic, cor, HD, 75’), de Frederico Machado. Com Buda Lira, Antonio Saboia. Nessa fábula existencial sobre o tempo, o corpo e a natureza, um casal de idosos recebe a visita de um jovem misterioso, todas as noites na fazenda abandonada em que passaram a viver.

Martírio (PE, 2016, doc, cor, HD, 160’), de Vincent Carelli, Ernesto de Carvalho e Tatiana Almeida. Com Oriel Benites, Myriam Medina Aoki, Celso Aoki, Tonico Benites.  Uma análise da violência sofrida pelo grupo Guarani Kaiowá, uma das maiores populações indígenas do Brasil nos dias de hoje e que habita as terras do centro-oeste brasileiro, entrando constantemente em conflito com as forças de repressão e opressão organizadas pelos latifundiários, pecuaristas e fazendeiros locais, que desejam exterminar os índios e tomar as terras para si.

O silêncio da noite é que tem sido testemunha das minhas amarguras (PE, 2016, doc, cor, HD, 78’), de Petrônio Lorena. Rodado nas cidades de São José do Egito, em Pernambuco, e Ouro Velho e Prata, na Paraíba, o documentário tem como personagem a própria poesia, presente no cotidiano da população que vive na fronteira entre os dois estados. Nas festas, nas casas, nas ruas, nos mercados, em barbearias e bares, a verve poética aparece na voz dos descendentes de célebres vates do sertão e dos habitantes que convivem com essa tradição, relembrando histórias de cantorias, grandes respostas poéticas e dissertando sobre o sentimento e os temas da poesia na região.

Precisamos falar do assédio (SP, doc, cor, HD, 2016, 80’), de Paula Sacchetta. O documentário é resultado de um experimento social onde, durante a semana da mulher, uma van-estúdio parou em nove locais em São Paulo e no Rio de Janeiro para coletar depoimentos de mulheres que já foram vítima de algum tipo de assédio. Ao todo, foram 140 relatos de mulheres de 15 a 84 anos, de zonas nobres ou periferias das duas cidades, que nada têm em comum além de terem sofrido alguma violência.

Quelé do Pajeú* (RJ, 1969, fic, cor, 35mm, 107’), de Anselmo Duarte. Com Tarcísio Meira, Jece Valadão, Rosana Ghessa. Após ver sua irmã ser violentada por um desconhecido, Clemente, mais conhecido como Quelé na região, só vê uma saída: vingar sua irmã. Quelé sai do interior do estado de Pernambuco e começa a buscar nas matas e no brejo pelo homem que desgraçou sua irmã, enfrentando grandes perigos e contratempos durante a jornada.

Um filme de cinema* (SP, 2017, fic, cor, HD, 85’), de Thiago B. Mendonça. Com Bebel Mendonça, Isadora Mendonça, Rodrigo Scarpelli, Eugenia Cecchini, Antonio Petrin. Protagonizado por uma criança, o filme aborda o tema do que é cinema numa atmosfera de conto infanto-juvenil.

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