De acordo com o último levantamento da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), por exemplo, cerca de 40% da população adulta brasileira possui pelo menos uma doença crônica não transmissível (DCNT) – algo em torno de 57,4 milhões de pessoas. Desse total, aproximadamente um milhão de pessoas possuem diabetes tipo 1 (DM1), enquanto 16 milhões têm diabetes tipo 2 (DM2).
Karine Risério Schvinger, endocrinologista pediátrica e gerente-médica do Glic/Afya, o primeiro aplicativo voltado para o tratamento do diabetes no Brasil, explica que o diabetes tipo 1 é uma condição autoimune em que a produção de insulina, realizada no pâncreas, é atacada e destruída pelo próprio sistema imunológico dos pacientes. “Nestes casos, há uma deficiência total deste hormônio no corpo, fundamental por ser o responsável por controlar o nível de glicose no sangue”, indica a médica.
“Já o diabetes tipo 2, por sua vez, está mais associado a questões como sobrepeso, obesidade e sedentarismo, mesmo que também possua ligação com antecedentes familiares de diabetes”. Ainda segundo Schvinger, diferentemente do DM1, mais presente em crianças e adolescentes, o DM2 é mais comum entre adultos e idosos.
Além desses dois tipos de diabetes mais conhecidos, há outras formas da doença, como o diabetes gestacional, que apesar de temporário, ocorrendo durante a gravidez, pode evoluir para um diabetes de tipo 2, e exemplos mais raros como o diabetes tipo LADA, parecido com o DM1, mas de evolução mais lenta, e o diabetes secundário, resultante de doenças pancreáticas, fibrose cística, uso de medicações ou outras condições endócrinas.
Principais sintomas
Seja qual for o tipo do diabetes, há sintomas gerais que devem ligar o sinal de alerta do paciente. “Os sintomas mais comuns do diabetes são a perda de peso não explicada por dieta ou mudança no estilo de vida, assim como o aumento da sede e da vontade de fazer xixi, a fome excessiva, sensação de fraqueza e visão turva”, indica Karine. Em bebês, indícios de diabetes podem incluir assaduras de fraldas, enquanto em crianças menores, voltar a fazer xixi na cama e irritabilidade e sonolência excessivas são alertas que devem ser vigiados com atenção.
No caso do DM2, existe ainda um sinal característico chamado acantose nigricans, que indica uma resistência à ação da insulina no corpo. Ele é caracterizado pela presença de manchas escurecidas, espessas e de textura aveludada em regiões do pescoço, axilas, virilhas e outras articulações e dobras de pele.
A médica salienta, no entanto, que tão importantes quanto os sintomas “visíveis” do diabetes, há também sintomas silenciosos que devem ser monitorados. Schvinger afirma que o início do diabetes tipo 1 geralmente se manifesta com muitos dos sintomas já elencados, mas na maioria dos casos de diabetes tipo 2 os sinais podem passar despercebidos.
“É recomendado que toda pessoa que apresenta histórico de DM2 na família, além de outros fatores como obesidade ou sobrepeso, realize avaliações laboratoriais rotineiras da glicemia de jejum e da hemoglobina glicada (HbA1c). Infelizmente, não é raro que a pessoa com diabetes tipo 2 faça o diagnóstico da doença quando já apresenta complicações como retinopatia diabética, uma importante causa de cegueira, ou então doenças nos rins (nefropatia diabética) ou cardiovasculares, como AVC e infarto”, comenta.
Como se cuidar
Diante destes riscos, Karine Schvinger destaca um conjunto de medidas simples que pode ser tomado para reduzir as chances de que a doença se desenvolva até seus estágios mais críticos.
“A alimentação deve ser saudável e equilibrada, rica em fibras, evitando o excesso de alimentos ultraprocessados e adoçados, dando preferência a carnes magras e gorduras saudáveis. Somado a isso, a prática regular de atividade física auxilia na perda de peso, melhora a sensibilidade à insulina e auxilia na manutenção de glicemias dentro da faixa de normalidade, devendo ser sempre incentivada. Recomenda-se ainda evitar o tabagismo e o consumo de álcool, gerenciando o estresse com uma rede de apoio de cuidado mais leve e eficaz”, diz.
Por fim, Schvinger aponta que o automonitoramento da glicose no sangue auxilia na tomada de decisões sobre a alimentação, a prática de atividade física e o uso de medicações para manter a glicemia dentro do alvo.
“O rastreio ativo de complicações faz parte desse cuidado, com a realização regular de exames e avaliação multidisciplinar com equipe de saúde. O uso correto das medicações, sejam os antidiabéticos orais ou injetáveis, também é vital para garantir o melhor controle da doença”, conclui.
Sobre a Afya
A Afya, líder em educação e soluções para a prática médica no Brasil, reúne 32 Instituições de Ensino Superior em todas as regiões do país, 30 delas com cursos de medicina e 16 unidades promovendo pós-graduação e educação continuada em áreas médicas e de saúde.
São 3.203 vagas de medicina autorizadas pelo Ministério da Educação (MEC), com mais de 20 mil alunos formados nos últimos 25 anos. A instituição é pioneira em práticas digitais para aprendizagem contínua e suporte ao exercício da medicina: um a cada três médicos e estudantes de medicina no país utiliza ao menos uma solução digital do portfólio, como Afya Whitebook, Afya iClinic e Afya Papers.
Primeira empresa de educação médica a abrir capital na Nasdaq em 2019, a Afya recebeu prêmios do jornal Valor Econômico, incluindo "Valor Inovação" (2023) como a mais inovadora do Brasil, e "Valor 1000" (2023) como a melhor empresa de educação. Virgílio Gibbon, CEO da Afya, foi reconhecido como o melhor CEO na área de Educação pelo prêmio "Executivo de Valor" (2023). Em 2024, a empresa passou a integrar o programa “Liderança com ImPacto”, do pacto Global da ONU no Brasil, como porta-voz da ODS 3 - Saúde e Bem-Estar. Mais informações em www.afya.com.br e ir.afya.com.br.
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