O Santos desperdiçou enorme chance de entrar no G4 do Campeonato Brasileiro. Neste domingo, o time do técnico Cuca jogou bem melhor que o Botafogo, no estádio do Engenhão, no Rio de Janeiro, pela 11.ª rodada, mas não caprichou nas finalizações e lamentou muito o empate sem gols. Foram muitas oportunidades desperdiçadas, principalmente no segundo tempo.
Com os tropeços de Palmeiras (cedeu empate no final contra o
Grêmio) e Vasco (derrota para o Coritiba), além do adiamento do jogo do
Flamengo, um triunfo fora de casa garantiria a quarta colocação aos santistas.
Mas as boas defesas do paraguaio Gatito Fernández e a pontaria descalibrada
custaram dois preciosos pontos. A igualdade também foi ruim aos mandantes. Com
sete jogos sem vitórias no Brasileirão, o Botafogo estaciona entre os piores.
O Santos não cumpriu a meta de embalar na competição.
Contudo, chegou a seis jogos sem derrotas e vai empolgado ao Equador, onde
enfrenta o Delfín, nesta quinta-feira, pela Copa Libertadores. Já o Botafogo
faz o clássico contra o Vasco, nesta quarta, em São Januário, valendo vaga nas
oitavas de final da Copa do Brasil. Na ida ganhou por 1 a 0.
Mesmo com jogos importantes no meio de semana, as equipes
sabiam que não podiam poupar as suas principais peças. O Santos para colar nos
líderes e o Botafogo para fugir da zona de rebaixamento. Focados no duelo do
Brasileirão, os times realizaram um movimentado e disputado duelo, com
supremacia santista. Abertos, buscaram o gol desde o início. O visitante com
mais organização e o time da casa na base da vontade.
A agradável partida teve um leve domínio santista nos 45
minutos iniciais. Sobretudo com Arthur Gomes. Sempre levando a vantagem sobre a
marcação pelo lado esquerdo do ataque, o atacante exigiu bela defesa de Gatito
Fernández e ainda ficou no quase ao bater colocado e ver a bola raspar a trave.
O Santos ainda desperdiçou duas cobranças de falta quase na
linha da grande área. Uma parou na barreira e outra Gatito defendeu. O Botafogo
explorou os contragolpes em velocidade, mas não soube finalizar. O atacante
senegalês Salomon Kalou ainda carece de melhor ritmo. Matheus Babi não recebeu
bolas em condições de finalizar.
Antes do intervalo, uma polêmica. Aos 38 minutos, Caio
Alexandre entrou forte em Diego Pituca e recebeu o cartão vermelho direto. O
VAR modificou a decisão de campo e o volante botafoguense acabou apenas
recebendo o amarelo. Muitos santistas ficaram bravos. Cuca, aos berros, pediu
para seus comandados esquecerem o árbitro de vídeo.
Os times foram ao vestiário falando que faltou capricho e
prometendo melhorar a pontaria. O Santos voltou com tudo, enquanto que o
Botafogo caiu de rendimento. Arthur Gomes bateu cruzado e Marinho, por pouco,
não chegou no carrinho. Do outro lado, Babi viu Lucas Veríssimo cortar na hora
H. Ele faria o gol de cabeça. Seria a última chegada forte dos mandantes.
Cuca cansou da insistência com Jean Motta e Raniel e optou
por dois jovens. "Incendeiem o jogo", falou para Tailson e Kaio
Jorge. E foi o que ocorreu.
Kaio Jorge podia ter tirado o zero do placar aos 29 minutos,
com cabeçada para o chão raspando o alvo. E com giro que mandou a bola para o
alto, aos 36. Nem mesmo as "bombas" de Marinho deram certo na noite
carioca. Foram três para fora. A certeza que a bola não entraria veio aos 45. Ivonei,
cara a cara, obrigou milagre de Gatito Fernández.
FICHA TÉCNICA
BOTAFOGO 0 x 0 SANTOS
BOTAFOGO - Gatito Fernández; Fernando (Barrandeguy), Marcelo
Benevenuto, Kanu e Victor Luís (Hugo); Rentería Luiz Otávio), Caio Alexandre
(Rafael Foster), Davi Araújo (Honda) e Rhuan; Kalou e Matheus Babi. Técnico:
Paulo Autuori.
SANTOS - João Paulo; Pará (Madson), Lucas Veríssimo, Luan
Peres e Felipe Jonatan; Diego Pituca, Carlos Sanchez (Ivonei) e Jean Mota
(Tailson); Arthur Gomes (Lucas Lourenço), Marinho e Raniel (Kaio Jorge).
Técnico: Cuca.
CARTÕES AMARELOS - Gatito Fernández, David Araújo, Fernando
e Caio Alexandre (Botafogo); Carlos Sanchez e Lucas Veríssimo (Santos).
ÁRBITRO - José Mendonça da Silva Júnior (PR).
RENDA E PÚBLICO - Jogo com portões fechados.
LOCAL - Estádio do Engenhão, no Rio de Janeiro (RJ).
Por Fabio Hecico, especial para a AE
Estadão Conteúdo
Nenhum comentário:
Postar um comentário