Único programa literário da televisão aberta, o Trilha de Letras chega à sua terceira temporada em novo dia e horário, nesta terça (16), às 23h30, na TV Brasil, agora sob o comando da jornalista Katy Navarro.
Entre os convidados para a nova fase do programa estão personalidades diversas do universo da literatura. Alguns dos escritores são Marina Colasanti, Josélia Aguiar, Elvira Lobato, Sergio Besserman, Antonio Carlos Secchin e Joaquim Ferreira dos Santos. A emissora pública vai produzir 26 episódios inéditos de 26 minutos.
Na estreia da nova temporada, a apresentadora Katy Navarro bate um papo com o músico, crítico e ensaísta José Miguel Wisnik sobre a relação que existe entre um autor e a sua cidade natal.
Durante a entrevista, o convidado aborda a obra de ícones como Carlos Drummond de Andrade. No ano passado, ele lançou a título "Maquinação do Mundo", livro que discute a poética de Drummond e a atividade mineradora na cidade onde nasceu, a mineira Itabira.
"Ele tem muito apego com seu lugar de origem. Itabira, essa cidadezinha qualquer como Drummond diz em um poema, é obsessiva na sua produção literária. Ele fala de Itabira ao longo de toda sua obra", destaca.
As mudanças na cidade podem ser sentidas na leitura dos seus livros. ""
Wisnik também observa como o tema da mineração e os problemas em consequência dela estão presentes na literatura de Drummond. "Ele denunciava isso desde o primeiro poema. Muito antes de se falar em sustentabilidade, ele já pensava nisso. Foi um visionário", afirma.
Poesia musical
A interação entre música e literatura também é assunto para o ensaísta. "O Brasil é um país em que literatura e música se encontram muitas vezes. Isso é pouco usual em qualquer lugar do mundo. É algo muito brasileiro", aponta José Miguel Wisnik.
O convidado cita vários artistas que marcaram a cena cultural brasileira. São músicos e escritores que circulam nos dois campos como Chico Buarque, Caetano Veloso, Antonio Cícero, Cacaso, Paulo Leminski e Waly Salomão.
Professor, Wisnik analisa como o emprego da música pode ajudar a formar novos leitores. "Devemos atentar e saber valorizar como a canção ajuda a abordar a literatura. Não é substituir, mas fazer as pontes e os contrapontos que permitem alcançar os alunos ", explica o autor na entrevista para Katy Navarro.
Essa edição do programa Trilha de Letras também traz um depoimento do poeta Eucanaã Ferraz que aborda como os escritores se inspiram nessas experiências de sua terra natal para a própria literatura.
A produtora Maíra de Assis estreia na telinha ao comentar o clássico "Vidas Secas", de Graciliano Ramos, no quadro "Leituras". Novos autores agora podem apresentar suas obras no quadro "Dando a letra" que aborda na primeira edição da temporada o livro "Café expresso e outros poemas", de Hudson Pereira.
Sobre a nova temporada
Dirigida pela jornalista Emília Ferraz, idealizadora do programa, a terceira temporada do Trilha de Letras vai homenagear grandes autores nacionais e estrangeiros. A produção celebra a obra de ícones como Jorge Amado, João Cabral de Melo Neto, José Saramago.
Nessa leva de edições inéditas, Katy Navarro assume a apresentação do programa no lugar do escritor e roteirista Raphael Montes que conduziu as entrevistas nos dois primeiros anos da atração. Ela já participava da produção no quadro "Leituras com Katy".
Com o slogan "Trilha, o caminho da literatura passa aqui", o programa Trilha de Letras está no ar às terças, às 23h30. A atração da emissora pública tem horário alternativo na madrugada de domingo para segunda-feira, à 1h.
Serviço
Trilha de Letras – terça-feira, dia 16/4, às 23h30, na TV Brasil.
Trilha de Letras – domingo, dia 21/4 para segunda-feira, dia 22/4, à 1h, na TV Brasil.
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