De acordo com a médica e coordenadora do Centro de Simulação da Faculdade Pernambucana de Saúde, Brena Melo, os erros mais comuns incluem a administração incorreta de medicamentos, infecções associadas aos cuidados de saúde, quedas e diagnósticos incorretos ou tardios.
Esses números revelam a urgência de adotar práticas e protocolos mais seguros. Para Brena, o treinamento com simulações para os estudantes e profissionais é uma das soluções de melhoria desse cenário. “Trata-se de uma estratégia educacional crítica, proporcionando um ambiente controlado onde os profissionais podem aprimorar competências clínicas e tomar decisões sem riscos reais”, explica.
Como surgiu?
Os treinamentos baseados em simulação, muito comuns nas indústrias de alto risco e alta confiabilidade, como forças armadas e aviação, disseminaram-se em saúde após a publicação do documento “To err is human”, nos EUA, em 2000. Ele apontava os eventos adversos em saúde (os antigos “erros médicos”) como responsáveis, naquele país, por 100.000 mortes por ano.
Naturalmente, surgiu da demanda de melhor capacitar as equipe de saúde e houve uma grande disseminação dos centros de simulação nas últimas décadas, nos países de alta renda, como EUA e países da Europa. No Brasil, a simulação também vem crescendo exponencialmente.
Simulação em PE
Localizado no campus da Faculdade Pernambucana de Saúde, o Centro de Simulação (CSim), primeiro programa de simulação externo à Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, afiliado ao Centro de Simulação Realística (CSR) Albert Einstein (São Paulo), reproduz um ambiente real de hospital, com leitos, equipamentos, monitores, respirador e bomba de infusão. Manequins de alta fidelidade (ou robôs) são utilizados e atores de verdade ensaiam para replicar todos os sinais e sintomas de situações autênticas, que podem ser encontradas na prática profissional real. Sinais vitais também são programados em equipamentos reais para reagir, com auxílio da inteligência artificial, às ações do treinando.
Segundo Brena, os profissionais e estudantes vivenciam uma experiência imersiva, reproduzindo atendimentos básicos, situações em emergências, cirurgias e UTI´s. “Tudo é feito com foco na aprendizagem complexa aplicada em um ambiente seguro, sem risco para o paciente. É só o começo de uma área que tem muito a contribuir com qualidade para nosso setor de saúde, principalmente aqui em Pernambuco”, finaliza a coordenadora.
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