No dia 4 de novembro de 1995, 100 mil pessoas se reuniram em uma manifestação em prol da paz no centro de Tel Aviv, cidade na costa israelense. Yitzhak Rabin, o então primeiro-ministro do país, discursou em frente a uma multidão poucos minutos antes de levar três tiros nas costas do estudante Yigal Amir, membro de um grupo de extrema direita. O acontecimento evidenciou não só a gravidade da violência entre comunidades religiosas dentro de Israel, mas também o radicalismo político.
“Anos se passaram e eu estava interessado em dissecar os motivos que levaram à morte de Rabin. As perspectivas de paz desapareceram com o acontecimento nos anos 1990, mas os homens que tornaram possível a morte do primeiro-ministro ainda estão por aí. Na verdade, alguns deles estão agora no poder”, diz o cineasta Amos Gitaï. Para ele, a existência de uma onda de violência crescente entre os grupos religiosos é extremamente preocupante.
Símbolo principal do processo de paz entre israelenses e palestinos, Rabin também recebeu o Prêmio Nobel da Paz um ano antes da sua morte, em 1994, pelo trabalho amplamente reconhecido no Oriente Médio. “A pessoa que esboçou algum tipo de alternativa política para a realidade em que vivemos foi Rabin por conta da sua simplicidade, integridade, conversa direta e, principalmente, a sua compreensão de que fazer a paz significa também que reconhecer que o outro existe”, comenta o diretor.
Para produzir o filme, Gitaï usou uma metodologia que se tornou sua marca registrada: o processo de escolha do elenco foi feito enquanto o roteiro era escrito por ele e por Marie-José Sanselme, colega de longa data. Em suas pesquisas, o cineasta se debruçou sobre imagens registradas no dia do acontecimento e selecionou alguns atores para interpretar papéis essenciais, como os membros da comissão que julgou o caso e o próprio assassino de Rabin.
“Quando eu estava com o projeto em mãos, decidi que faria esse filme não apenas como diretor, mas como cidadão israelense. Essa é a voz de uma memória que precisa ser ouvida”, conclui Gitaï.
“O Último Dia de Yitzhak Rabin” participou de diversos festivais internacionais, como o Festival de Cinema de Munique e o Festival Internacional de Veneza de 2015, em que concorreu ao Leão de Ouro de Melhor Filme e venceu outras duas categorias: “Golden Mouse” e “Human Rights Film Network Award”, prêmios honorários cedidos a partir da avaliação de críticos de cinema.
Sinopse oficial
Em 1995, o primeiro-ministro Yitzhak Rabin é baleado em um grande comício no centro de Tel Aviv. O diretor Amos Gitaï investiga as consequências deste evento que pôs fim à esperança de um processo de paz em Israel.
Elenco principal
Yitzhak Hishiya - Chefe da Comissão
Pini Mittelman - Membro da Comissão
Michael Warshaviak - Membro da Comissão
Einat Weizman - Advogada da Comissão
Yogev Yefet - Assassino de Rabin
Ficha técnica
Diretor: Amos Gitaï
Roteiro: Amos Gitaï e Marie-José Sanselme
Produção: Cyril, Colbeau-Justin, Jean Baptiste DuPoint, Sylvie Pialat, Laurent Truchot, Michael Tapuach, Francesco Di Silvio e Amos Gitaï - AGAV Films
Direção de Fotografia: Eric Gautier
Direção de arte: Miguel Merkin
Figurino: Dany Bar Shay
Edição: Yuval Orr, Tahel Sofer e Isabelle Ingold
Trilha sonora: Amit Poznansky
Ano: 2015
Sobre a Synapse Distribution
Parte do grupo Sofa Digital desde 2018, a Synapse Distribution adquire filmes para comercialização em toda a América Latina. Em 2021, foi responsável, em parceria com a distribuidora Vitrine Filmes, por trazer ao país o filme ‘Druk - Mais Uma Rodada’, ganhador do Oscar na categoria ‘Filme Internacional’. Em 2022, a Synapse iniciou a distribuição direta de filmes em salas de cinema por todo o Brasil.
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