O livro em prosa conta a história de Betânia, nascida em uma vila, filha de uma mulher do lugar com um vendedor de livros que chega de fora, Roberto, que morre pouco antes de seu nascimento. A menina é criada pela mãe com muito carinho e com as histórias dos livros que ela lia com Roberto-Beto. As duas levam uma vida tranquila e amorosa, mas contam, uma vez por ano, com a visita da avó da menina, mãe de Roberto-Beto, que, ranzinza e amarga, não entende por que as cinzas do filho foram jogadas ao pé de uma árvore, que carrega também um balanço onde a filha brinca. Para estudar, a menina é obrigada pela mãe a ir morar com a avó, em uma cidade maior. A separação entre mãe e filha é marcada por muita tristeza, mas pela esperança da mãe de ver a filha se formando. Na casa da avó, a menina é tratada com desprezo, além de ser explorada na realização de tarefas domésticas.
Em meio ao isolamento de uma nova casa, Betânia faz uma descoberta transformadora: o universo dos livros. As páginas se tornam um refúgio, proporcionando uma fuga para um mundo de fantasia onde a simbologia da expressão “grão de arroz” proporciona à mente da menina uma forma de liberdade nunca experimentada.
Grão de arroz
Formação granular característica da camada externa do Sol,
mais brilhante que a matéria intragranular; grânulo solar.
O livro é uma produção visual, com ilustrações que não apenas acompanham, mas enriquecem a narrativa. Criadas com pastel seco, grafite e uma técnica única de colagem de decalque do grafite para criar sobreposições, as ilustrações são uma expressão artística que transcende o texto verbal. Elas não apenas enfatizam aspectos da história, mas também narram visualmente os pensamentos internos da protagonista.
“A ideia é que as sequências de imagens funcionem como janelas para mostrar, de forma figurada, o que se passa no íntimo da personagem, enquanto o texto verbal vai desenrolando a história de modo linear. Assim, há também uma alternância no ritmo de leitura, já que as imagens pedem um outro tempo para sua interpretação”, explica Aline Abreu.
Com imagens de muros e sobreposições, que delimitam espaços, Grão de arroz tem profundidade na narrativa visual. A técnica de desenho apagado com borracha cria imagens fantasmagóricas, acentuando o contraste entre o mundo concreto da casa da avó e o rico mundo interno de Betânia.
“Acredito que as imagens trazidas pelo texto e pelas ilustrações não se esquivam daquilo que é difícil. Mas busquei construir uma narrativa que contasse aos leitores como a vida interior da personagem e a passagem do tempo revelam soluções inesperadas”, finaliza a autora.
Grão de arroz será lançado no próximo dia 2 de dezembro, na Livraria da Tarde, em Pinheiros, São Paulo. O livro já está à venda na Amazon e faz parte do Programa de Formação Leitora Maralto, uma iniciativa direcionada para escolas de todo o país.
Sobre a autora:
Aline Abreu é autora dos livros ilustrados Menina amarrotada e Quase ninguém viu, além de livros para bebês, como Mágica! Nina e Ludovico e Achou?.
Recebeu o Prêmio João-de-Barro com Quase ninguém viu, publicado em 2019 e honrado, no mesmo ano, com o Selo Distinção da Cátedra Unesco de Leitura PUC-Rio. Em 2020, recebeu o Troféu Monteiro Lobato, conferido pela Revista Crescer. Com o juvenil Sementes de mamona, foi finalista do Prêmio Barco a Vapor. Em 2021 e 2023, participou, com suas ilustrações, da representação brasileira na Bienal de Ilustração de Bratislava.
Grão de Arroz
Autora: Aline Abreu
Editora: Maralto Edições
Páginas: 60
Preço: R$ 61,90
Lançamento: 2 de dezembro, às 11h
Onde: Livraria da Tarde
Rua: Cônego Eugênio Leite, 956 – Pinheiros, São Paulo – SP
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