quarta-feira, 22 de abril de 2020

Autismo : Direitos e Terapias em tempos de Pandemia

A rotina é uma das coisas mais importante para os indivíduos com Transtorno do Espectro Autista (TEA).  A previsibilidade sobre quais as atividades do dia a dia, transmite uma sensação de conforto e segurança para lidar com os inúmeros estímulos e demandas do comportamento do cotidiano.

Para as pessoas com autismo, principalmente as crianças, algo completamente novo no seu dia pode gerar uma sensação muito ruim de ansiedade e comportamentos difíceis. Compreender e lidar com o sentimento de frustração pelo fato de que algo não irá mais acontecer é umas principais barreiras que uma pessoa com autismo e sua família tem enfrentado nesses tempos de pandemia com o surgimento da Covid 19, doença provocada pelo novo coronavírus. 
Vale reforçar que o autismo NÃO é fator de risco para a doença e que ele por si só não causa nenhum tipo de imunodeficiência. Mas como manter a rotina quando o mundo inteiro se recolhe dentro de suas casas com medo de um inimigo invisível?
Para amenizar a pausa forçada nas sessões presenciais de terapia, a família precisa incentivar e manter toda a rotina possível, já que parte dela está temporariamente suspensa, como escolas por exemplo. A internet está cheia de sugestões de atividades lúdicas, sensoriais, de ABA (Analise do Comportamento Aplicada) para todo perfil de criança, mas segundo especialistas, é importante que cada família crie a sua rotina de acordo com suas possibilidades.
“Precisamos sim nos distanciar e buscar formas de isso virar uma rotina, por isso tente organizar uma rotina o máximo possível que você se adapte a ela. Crie algo parecido com o que tinha e que seja adequado com a sua família. Não se cobre tanto, foque nas suas atividades diárias. Sabemos que vai passar e vai dar tudo certo”, explica o psicólogo e analista do comportamento, Damião Silva.
A interrupção das terapias pode fazer com que o desenvolvimento de habilidades importantes para a vida social, comportamental e emocional sejam paralisadas ou mesmo que regridam. Além disso, pode-se ver um aumento brusco da ocorrência de comportamentos difíceis. Por isso, é muito importante estar atento a tudo isso e cuidar muito da saúde mental.
O advogado, servidor público do Estado do Paraná e palestrante, Denner Pereira da Silva, explica um pouco sobre os direitos de quem tem TEA: “Alguns planos de saúde estão se recusando a custear os teleatendimentos, mas eles são obrigados. A terapia ABA é um tratamento muito importante e que pode e deve ser mantida online se for necessária. E é importante dizer que isso não depende de alteração contratual”.
Lembrando que o mais importante e que vale para todos: fique em casa ao máximo, saindo apenas para o essencial, e lave as mãos com frequência.

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