Uma apresentação forte, pulsante e
inédita é o que promete a Orquestra Afrosinfônica (BA) e o
Maracatu Nação Estrelha Brilhante(PE) que dividem palco, no Alto
José do Pinho, na sexta-feira (20), a partir das 20h. Com regência
do Maestro Ubiratan Marques, o encontro ocorre na Rua Severino
Bernardino Pereira, 197 e é o segundo da série patrocinada pela
chamada pública “Música em Movimento”,da Petrobras (o primeiro
foi realizado em Salvador durante o Novembro Negro e contou com a
participação do bloco afro Malê Debalê). O evento que é
completamente aberto ao público também conta com o apoio da
Prefeitura de Recifee realização da ONG Casa da Ponte.
Reunindo 22 músicos e estruturadas
percussões populares e sinfônicas, naipes de sopro e cordas, e um
coro feminino, a Afrosinfônica faz uma abordagem erudita a pesquisas
sonoras e conceitos intimamente ligados à música afro-brasileira,
expressando-se sob forma de poemas sinfônicos. O conceito
“afrosinfônico” cunhado pelo maestro, decorre da dissecação de
elementos dessas expressões musicais para a composição de temas
inéditos e tratamentos posteriores, como a criação de arranjos
sinfônicos e orientação da expressão que se pretende extrair de
cada instrumento da orquestra.
Fundado em 1910, por ex-escravos entre
os fundadores do Maracatu Nação Estrela Brilhante, destaca-se o Seu
Cosme, pescador que cresceu em Igarassu na segunda metade do século
XIX. Com residência no Alto José do Pinho, Marivalda Maria dos
Santos, a famosa Dona Marivaldaque também é rainha da Nação é a
atual presidente do Estrela Brilhante.
Serão incorporadas ao repertório da
orquestra, três músicas com arranjos sinfônicos criados
especialmente para a ocasião: “Mãe D’água” e “Ponto de
Oxalá” são adaptações de pontos de orixá das nações Ketu e
Nagô, de domínio público, constantes do repertório do maracatu
Nação Estrela Brilhante, e “Baião da Penha”, de Guio de Morais
e David Nasser, foi a música escolhida para homenagear o
pernambucano Luiz Gonzaga e seu repertório.
Há também “Nação Maracatu do
Amor”, que é mais que uma homenagem ao também pernambucano
Maestro Moacir Santos, que assina a composição (com Nei Lopes) e
arranjo. Essa música apresenta a tradição na qual está inscrito o
trabalho de arranjo sinfônico do Maestro Ubiratan Marques, dada pela
aproximação entre a música sinfônica e expressões da música
popular, remontando a Moacir Santos e Heitor Villa-Lobos. Assim devem
ser recebidas “Mãe D’água” e “1835” (apresentada no
concerto de Salvador).
A Orquestra Afrosinfônica ainda
reserva para o concerto a música “Maracatu do Congo”, parceria
entre o Maestro Ubiratan Marques e Mateus Aleluia. O Maestro criou um
tema musical do cancioneiro popular que remete ao imaginário de uma
filarmônica entrando na cidade, à frente de uma procissão, e
Mateus Aleluia responde com a história de um Rei do Congo que se
converte ao cristianismo, e depois, numa surpreendente reviravolta, o
abandona para retornar a sua religião original.
SERVIÇO
ORQUESTRA AFROSINFÔNICA E O MARACATU
NAÇÃO ESTRELHA BRILHANTE SE ENCONTRAM EM APRESENTAÇÃO INÉDITA NO
RECIFE
Na sexta-feira (20), às 20h, na Rua
Severino Bernardino Pereira, 197, Alto José do Pinho.
Entrada gratuita
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