terça-feira, 10 de dezembro de 2019

Orquestra Afrosinfônica (BA) e o Maracatu Nação Estrela Brilhante (PE) que se encontram no Alto José do Pinho

Uma apresentação forte, pulsante e inédita é o que promete a Orquestra Afrosinfônica (BA) e o Maracatu Nação Estrelha Brilhante(PE) que dividem palco, no Alto José do Pinho, na sexta-feira (20), a partir das 20h. Com regência do Maestro Ubiratan Marques, o encontro ocorre na Rua Severino Bernardino Pereira, 197 e é o segundo da série patrocinada pela chamada pública “Música em Movimento”,da Petrobras (o primeiro foi realizado em Salvador durante o Novembro Negro e contou com a participação do bloco afro Malê Debalê). O evento que é completamente aberto ao público também conta com o apoio da Prefeitura de Recifee realização da ONG Casa da Ponte.

Reunindo 22 músicos e estruturadas percussões populares e sinfônicas, naipes de sopro e cordas, e um coro feminino, a Afrosinfônica faz uma abordagem erudita a pesquisas sonoras e conceitos intimamente ligados à música afro-brasileira, expressando-se sob forma de poemas sinfônicos. O conceito “afrosinfônico” cunhado pelo maestro, decorre da dissecação de elementos dessas expressões musicais para a composição de temas inéditos e tratamentos posteriores, como a criação de arranjos sinfônicos e orientação da expressão que se pretende extrair de cada instrumento da orquestra.

Fundado em 1910, por ex-escravos entre os fundadores do Maracatu Nação Estrela Brilhante, destaca-se o Seu Cosme, pescador que cresceu em Igarassu na segunda metade do século XIX. Com residência no Alto José do Pinho, Marivalda Maria dos Santos, a famosa Dona Marivaldaque também é rainha da Nação é a atual presidente do Estrela Brilhante.

Serão incorporadas ao repertório da orquestra, três músicas com arranjos sinfônicos criados especialmente para a ocasião: “Mãe D’água” e “Ponto de Oxalá” são adaptações de pontos de orixá das nações Ketu e Nagô, de domínio público, constantes do repertório do maracatu Nação Estrela Brilhante, e “Baião da Penha”, de Guio de Morais e David Nasser, foi a música escolhida para homenagear o pernambucano Luiz Gonzaga e seu repertório.

Há também “Nação Maracatu do Amor”, que é mais que uma homenagem ao também pernambucano Maestro Moacir Santos, que assina a composição (com Nei Lopes) e arranjo. Essa música apresenta a tradição na qual está inscrito o trabalho de arranjo sinfônico do Maestro Ubiratan Marques, dada pela aproximação entre a música sinfônica e expressões da música popular, remontando a Moacir Santos e Heitor Villa-Lobos. Assim devem ser recebidas “Mãe D’água” e “1835” (apresentada no concerto de Salvador).

A Orquestra Afrosinfônica ainda reserva para o concerto a música “Maracatu do Congo”, parceria entre o Maestro Ubiratan Marques e Mateus Aleluia. O Maestro criou um tema musical do cancioneiro popular que remete ao imaginário de uma filarmônica entrando na cidade, à frente de uma procissão, e Mateus Aleluia responde com a história de um Rei do Congo que se converte ao cristianismo, e depois, numa surpreendente reviravolta, o abandona para retornar a sua religião original.

SERVIÇO

ORQUESTRA AFROSINFÔNICA E O MARACATU NAÇÃO ESTRELHA BRILHANTE SE ENCONTRAM EM APRESENTAÇÃO INÉDITA NO RECIFE

Na sexta-feira (20), às 20h, na Rua Severino Bernardino Pereira, 197, Alto José do Pinho.

Entrada gratuita


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