sexta-feira, 29 de abril de 2022

Exposição e lançamento de revista com assinatura de Renato Valle



No próximo sábado (dia 30 de abril), das 16h às 18h, a Arte Plural Galeria (APG), no Recife, abre suas portas para o lançamento do mais recente trabalho do artista plástico Renato Valle. O evento é o lançamento da revista “Bandido Bom é Bandido Morto”, que reúne textos escritos pelo artista e 20 ilustrações impressas na publicação, com os originais em exposição.

Os trabalhos podem ser conferidos, na APG, até o dia 9 de maio, gratuitamente, de segunda a sexta, das 9h às 18h e aos sábados de 14h às 18h.  A APG fica na Rua da Moeda, no centro histórico do Recife. Após o Recife, a mostra seguirá para o Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre.

Revista – A nova empreitada de Renato reúne imagens de pessoas que foram executadas em diferentes tempos da história. O título da Revista é uma reflexão sobre os padrões de julgamento e vereditos de execução. “Me chamou a atenção uma pesquisa em 2016, encomendada pelo fórum de segurança pública à frase com foco em segurança pública, que apontava a aprovação de mais de 60% da população brasileira à frase “Bandido Bom é bandido morto”, que significa o apoio à pena de morte.  “Em contrapartida, cerca de 90% da população se declara cristã (Censo 2010), fazendo do Brasil o maior país cristão do mundo”, analisa. 

A partir daí, Renato Valle iniciou uma pesquisa em busca de pessoas que foram executadas a partir de leis vigentes em Regimes políticos e Governos. “Elenquei execuções que aconteceram desde antes da era cristã, no período colonial brasileiro, passando pela pena de morte nos EUA, execuções autorizadas pelos regimes totalitários na Rússia e Espanha, além da segunda guerra mundial”. Frei Caneca, Olga Benário, a escrava Rosa, Joana D’arc, Garcia lorca, Danton, são alguns dos personagens deste projeto. As execuções aconteceram a partir de preceitos políticos, religiosos, morais ou ideológicos, mas sempre amparadas pela estrutura institucional do Estado. Vi que existiram execuções autorizadas por sistemas judiciais. Neste trabalho eu mostro os condenados, nenhum executado ilegalmente, ou seja: todos eram considerados bandidos”.

A revista, que tem o apoio cultural da CEPE Editora, levanta ainda a polêmica junção entre política e religião. “Minha motivação vem a partir de uma preocupação com esta política arraigada na sociedade que é mais importante do que o engajamento partidário. Eu tinha vontade de escrever sobre isso. Vi em paralelo que no Brasil 2010 e 2017 foram fundadas quase 60 mil novas igrejas e grupos filosóficos, uma média de 25 por dia, mais de um a cada hora. Os números são assustadores, porque, sabemos, que muitos destes grupos são casas de negócios e não centros religiosos”. 

Processo Criativo – Renato relembra que quando começou a fazer os retratos dos condenados não tinha ainda ideia de como iria formatar a obra. “Comecei a fazer, senti necessidade de utilizar formatos e técnicas diferentes. Usei tinta, grafite, alguns são dípticos, trípticos, verticais, horizontais. Com o tempo, senti a necessidade de fazer algo impresso. Daí surgiu a ideia de uma revista, uma forma de fazer circular em diversos ambientes. O processo de construção foi livre”.

Esta semana a revista será enviada para mais de 1200 pessoas, envolvendo parlamentares, congregações religiosas, formadores de opinião e público em geral. Em breve, a versão digital também estará disponível no site do artista.  

Serviço:

Lançamento da Revista “Bandido Bom é Bandido Morto”,

Quando? 30 de abril de 2022 | 16h

Onde? na Arte Plural Galeria (Rua da Moeda, 140, Bairro do Recife).

Horário: A visitação poderá ser feita, gratuitamente, de segunda à sexta, das 9h às 18; e aos sábados das 14h às 18h. Até 9 de maio.

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