Pesquisadores identificaram outra razão para limitar o
consumo de carne vermelha: altos níveis de uma substância química gerada pelo
intestino chamada N-óxido de trimetilamina (TMAO), que também está ligada a
doenças cardíacas. Os cientistas descobriram que as pessoas que comem uma dieta
rica em carne vermelha têm o triplo dos níveis de TMAO daqueles que comem uma
dieta rica em carne branca ou principalmente proteínas vegetais, mas a
descontinuação da carne vermelha diminui os níveis de TMAO.
TMAO é um subproduto da dieta que é formado por bactérias
intestinais durante a digestão e é derivado em parte de nutrientes que são
abundantes na carne vermelha. Os resultados sugerem que medir e direcionar os
níveis de TMAO - algo que os médicos podem fazer com um simples exame de sangue
- pode ser uma nova estratégia promissora para individualizar dietas e ajudar a
prevenir doenças cardíacas.
Essas descobertas reforçam as recomendações dietéticas
atuais que encorajam todas as idades a seguir um plano de alimentação saudável
para o coração que limita a carne vermelha. Isso significa comer uma variedade
de alimentos, incluindo mais vegetais, frutas, grãos integrais, laticínios com
baixo teor de gordura e fontes de proteína de origem vegetal, como feijões e
ervilhas.
É importante ressaltar que os pesquisadores descobriram que
os aumentos de TMAO eram reversíveis. Quando os participantes interromperam sua
dieta com carne vermelha e passaram para uma dieta de carne branca ou sem carne
por mais um mês, seus níveis de TMAO diminuíram significativamente. Pesquisas
anteriores mostraram que o TMAO aumenta os depósitos de colesterol nas células
da parede arterial.
Estudos realizados pelos pesquisadores também sugerem que o
produto químico interage com as plaquetas - células sangüíneas responsáveis
pelas respostas normais de coagulação - de uma maneira que aumenta o risco de
eventos relacionados ao coágulo, como ataques cardíacos e derrames.
Fonte: Estadão Conteúdo
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