"Tayápe" é um chamado para novas leituras de mundo, a partir da perspectiva da mulher indígena, considerando corpo, mente e terra. Partilhando insights e reflexões sobre seu processo criativo, Juliana Xukuru convida o público a um debate após apresentação, destacando os desafios e descobertas ao explorar as memórias do corpo, por meio de reflexão sobre sua relevância cultural e social, explorando as possibilidades de leituras de mundo a partir da perspectiva dos povos originários. Para além do contato do trabalho com o papel da arte como ferramenta de resistência e empoderamento, especialmente no contexto da luta dos povos indígenas pela preservação de suas identidades, a performance é resultado de um processo de amadurecido ao longo do último ano durante a residência.
Formada em Artes Visuais pela UFPB e mestra em Artes Visuais pela UFPB/UFPE, a artista nasceu em uma das aldeias dos territórios Xukuru de Ororubá, em Pesqueira (PE). No Brasil, este mês oficialmente é o Abril Indígena, em que celebramos as memórias de nossos ancestrais e buscamos fortalecer as lutas dos povos indígenas. Para além desta e de outras atividades programadas para o período, com a participação de artistas como Juliana e Rose Ticuna (no último domingo), a Oficina Francisco Brennand inclui em sua programação cultural trabalhos de artistas de diversos povos originários ao longo de todo o ano e também nas exposições em cartaz, especialmente na Invenção dos Reinos.
Residência Recife-Nantes
Selecionada para a Bolsa 2023, Juliana Xukuru desenvolveu seu trabalho entre os meses de outubro e novembro na Galeria Paradise, espaço de experimentação e pesquisa em arte contemporânea na cidade francesa de Nantes. O período de vivência resultou em duas exposições na galeria em novembro e em dezembro do mesmo ano. Realizado pela Oficina Francisco Brennand junto com o Consulado da França no Recife, em parceria com a Usina de Arte e com o Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães (Mamam), a Bolsa Internacional é um projeto de residência destinado a artistas que residem na Região Metropolitana do Recife há pelo menos 3 anos.
Para desenvolver uma pesquisa na cidade de Nantes, a artista recebeu um apoio de 2,5 mil Euros, além de auxílios para passagens, hospedagem e verba de produção. Em 2022, no mesmo programa, o francês Igor Porte veio a Pernambuco e o artista Abiniel Nascimento foi à França. Ainda no intercâmbio cultural de 2023, a artista visual francesa Céleste Richard Zimmermann veio ao Recife entre os meses de agosto e setembro, sob acompanhamento curatorial da artista Lia Letícia.
Sobre a Oficina Francisco Brennand
Transformado em um instituto cultural sem fins lucrativos em 2019, a Oficina atua para preservar o legado do artista Francisco Brennand, ao passo em que fomenta e difunde práticas artísticas, educativas e culturais contemporâneas. No coração da Mata da Várzea, na capital pernambucana, a instituição salvaguarda um amplo conjunto de obras do artista, distribuídas em espaços expositivos, jardins – um deles projetado por Roberto Burle Marx – e reserva técnica. Fundada em 1971, a Oficina compreende também edificações fabris, ateliês e uma capela, cuja reforma é de autoria dos arquitetos Paulo Mendes da Rocha e Eduardo Colonelli, instalações de atendimento ao público, como café e loja, e unidade de apoio localizada no Bairro do Recife, na Casa Zero. Desde 2023, abriga também exposições de artistas convidados, como na "CapiDançaBaribéNois", de Ernesto Neto, e na coletiva "Invenção dos Reinos", que estão atualmente em cartaz.
Serviço:
Para quem: Público em geral
Quando: 13 de abril de 2024
Horário: 14h00 às 16h30
Link de Inscrição.
Local: Oficina Francisco Brennand

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