quarta-feira, 13 de março de 2024

A condição humana na perspectiva de Maurício Arraes



Com uma sensibilidade única para perceber detalhes do mundo ao seu redor, o artista plástico Maurício Arraes expressa em suas obras a complexidade, o imponderável e a simplicidade da vida, chamando atenção para a condição humana contemporânea.
Esse olhar está presente de forma vibrante na exposição “"Morder a realidade como um cão danado que descobriu que viu a vida", que abre no próximo quarta-feira, dia 13 de março, às 18h, para convidados, na Arte Plural Galeria (APG), com curadoria da pesquisadora Joana D’Arc Lima. 



São 36 trabalhos em telas e pinturas em papel, inclusive um trabalho desenvolvido quando ele ainda estava na Argélia, e outros quando morou em Paris, capazes de transportar o espectador por um passeio por ruas, praças, bares, botecos e outros espaço tanto públicos como privados, onde o artista andou ou imaginou os recriando.



 “Podemos afirmar que estamos diante de raridades no conjunto da obra deste artista”, adianta a curadora, ressaltando que cada visitante, a seu modo, poderá participar da cena como um possível voyeur nas cidades invisíveis narradas por Maurício Arraes.



A mostra abre ao público na quinta-feira (14.03). A APG fica na Rua da Moeda, 140, no bairro do Recife. O funcionamento é de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h; e no sábado das 14h às 18h.



FIGURAS – A curadora Joana D’ Arc Lima destaca que as pinturas de Maurício Arraes carregam uma atmosfera do sensível, inspirando a criação de muitas histórias. “O corpo é colocado o tempo todo dentro da narrativa visual, seja numa escala menor, em último plano, quando na paisagem um objeto encena a cena (bicicleta), ou quando o assume o protagonismo da cena, adentrando de corpo todo o plano principal da narrativa histórica”, afirma.



Outro ponto que ela ressalta é o processo de criação do artista. “É cinematográfico. Ele capta imagens de suas experiências de deambulações por espaços públicos, recorta existências, por meio de cenas/flagrantes de uma condição humana banal, ordinária, às vezes imperceptível aos nossos olhos, sendo, portanto, reconhecíveis por nós quando se tornam imagens pictórica”, completa. 



TÍTULO – Com uma trajetória de mais de 40 anos dedicados à arte, Arraes recupera nesta exposição, uma frase de um dos textos críticos que versa sobre sua obra. Neste caso, trata-se de uma adaptação de frase retirada de texto assinado pelo pintor José Cláudio, quando de um importante momento do trabalho de Maurício Arraes, ainda nos primeiros anos de sua inserção no campo as artes: sua mostra individual, no lobby do icônico Hotel Nacional, no Rio de Janeiro, em 1981.



“José Cláudio, poeticamente nos dá a ver o que talvez seja uma grande permanência no modo de ver e transver o mundo de Maurício Arraes”, comenta a curadora. Essa frase atualiza o conjunto de trabalhos que estão presentes nesta exposição. Não se trata de uma homenagem a José Cláudio, mas de uma atualização, também, da verve da escrita crítica do artista recém falecido.  Já para Maurício Arraes, a frase que dá nome à exposição " faz referência a maneira crua e de perto ou de dentro como a realidade é apreendida e pintada".



ARTE PLURAL – Instalada no histórico bairro do Recife Antigo, a Arte Plural Galeria (APG) já realizou mais de uma centena de exposições, em seus 18 anos, sempre com o compromisso de fomentar a arte em suas diversas expressões. 



*Serviço*:


Exposição “Morder a realidade como um cão danado que descobriu que viu a vida” de Maurício Arraes


Quando: 13.03.2023, 18h (para convidados)


Onde: Arte Plural Galeria (rua da Moeda, 140, Bairro do Recife)


Visitação ao público a partir do dia 14.03.2024, no horário de funcionamento - segunda a sexta-feira, das 9h às 18h, e aos sábados, das 14h às 18h


Entrada franca


Instagram: @arte_plural_galeria






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