sexta-feira, 31 de maio de 2024

Tecnologias em engenharia levam João Pessoa a ser a ‘cidade mais vertical’ do Nordeste



João Pessoa vive um boom imobiliário. Segundo dados do Censo divulgados recentemente pelo IBGE, houve um aumento de 175% no número de apartamentos na capital nos últimos 12 anos, enquanto a quantidade de casas cresceu apenas 0,86% no mesmo período.
Com 37% dos seus residentes em apartamentos, João Pessoa é a cidade com maior percentual de habitantes vivendo em condomínios no Nordeste.


Esse crescimento acelerado na verticalização está alinhado com uma tendência global de adensamento urbano, que exige das grandes empresas de construção civil a adoção de novas estratégias e tecnologias. As construtoras em João Pessoa têm impulsionado o processo de verticalização através de investimentos massivos na modernização dos processos construtivos para atender à crescente demanda por habitação na cidade.


O processo de modernização começa muito antes de se chegar ao canteiro de obras e atende por um nome em inglês: Building Information Modeling (BIM). “Esse é um processo digital de criação e gerenciamento de informações de um edifício ou infraestrutura. Com um software especializado, o BIM gera um modelo 3D que integra dados geométricos, espaciais, de desempenho e outras características relevantes”, explica Jairo Dutra, engenheiro responsável em uma das maiores empresas da indústria em João Pessoa, a Eco Construtora.


O modelo virtual agiliza o processo ao permitir a colaboração precisa da arquitetura com a engenharia e construção, facilitando a visualização, simulação e coordenação do projeto. “O objetivo do BIM é melhorar a eficiência, reduzir erros e otimizar o planejamento e a execução das construções”, acrescenta o especialista. Outro processo que tem acelerado as obras é o uso cada vez mais comum de sistemas pré-fabricados e modulares. 


No momento, a Eco Construtora possui três projetos em construção e já concluiu outros 14 empreendimentos. “Em um dos nossos edifícios, adotamos a solução de fundação com estacas pré-fabricadas, essencial devido ao tipo de solo da região. Também utilizamos aço cortado e dobrado, o que reduz custos de mão de obra, agiliza a execução e minimiza resíduos”, complementa o profissional.


CAPACITAÇÃO


Construtoras dedicadas a condomínios de alto padrão são as que mais se utilizam dessas estratégias Elas investem ainda no treinamento da mão-de-obra cada vez mais especializada. Todos os envolvidos na obra precisam passar por instruções de novos princípios como o ‘lean construction’. Esses princípios incluem a melhoria do layout do canteiro e do fluxo de trabalho, que precisa ser mais previsível. 


“A simplificação dos processos influencia bastante no tempo de obra, visto que uma atividade bem planejada gera uma melhor satisfação por parte das equipes, por conseguir produzir mais, além de gerar menos desperdício. Isso leva a um aumento da segurança das operações e diminui o prazo de execução”, aponta Dutra.


Atualmente, João Pessoa possui quase 300 mil domicílios, dos quais 158 mil são casas e 123 mil são apartamentos. A mudança acentuada nos últimos anos da predominância desses números reafirma a necessidade de continuar inovando para suportar a crescente verticalização da cidade.


“A contínua adoção de tecnologias avançadas e práticas de engenharia moderna que utilizamos aqui na empresa promete transformar João Pessoa em um modelo de urbanização eficiente e sustentável. À medida que a cidade continua a crescer, essas estratégias permitirão não apenas atender à demanda habitacional, mas também criar um ambiente urbano mais seguro, acessível e ambientalmente responsável”, finaliza Leonardo Bronzeado Ferreira, sócio da Eco Construtora.

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