O etanol polui 80% menos que o combustível fóssil. Desde a crise do petróleo de 1973, o Brasil buscou alternativas para diminuir a dependência de combustíveis fósseis, culminando na criação do Programa Nacional do Álcool (Proálcool) em 1975. Este programa não só estabeleceu o Brasil como um pioneiro na utilização de combustíveis renováveis, mas também ajudou a estabilizar o mercado interno de açúcar, dando início a uma indústria de bioenergia robusta. O lançamento do carro à álcool em 1979, marcou um ponto significativo na história automotiva do Brasil, promovendo a tecnologia de motores apropriados ao etanol.
O etanol produzido a partir da cana-de-açúcar é um exemplo notável de combustível com baixa emissão de carbono, emitindo, em média, 80% menos gases de efeito estufa do que o combustível fóssil. Além disso, contribui para a segurança energética do Brasil, reduzindo a necessidade de importações de petróleo e promovendo a autossuficiência energética.
Olhando para o futuro, o setor de etanol no Brasil está se expandindo para além do uso tradicional como combustível veicular. Novas tecnologias, como o etanol de segunda geração (E2G), que utiliza resíduos agrícolas como matéria-prima, prometem aumentar a produção sem expandir a área cultivada. Além disso, inovações como o uso de etanol para gerar hidrogênio em células de combustível de aviação estão sendo exploradas, o que poderia revolucionar não apenas o setor de aviação, mas também outros setores como o automotivo e geração de energia elétrica estacionária, como combustível para termelétrica.
O recente anúncio da Stellantis, que desenvolveu um motor totalmente a etanol, mostra uma evolução em relação aos modelos flex atuais, e demonstra a capacidade do etanol de se adaptar às tecnologias modernas. Iniciativas que reiteram o seu potencial como líder nas energias renováveis.
Para que o Brasil maximize o potencial do etanol, são necessárias políticas governamentais que incentivem seu uso, através de normas, reduções fiscais, e investimentos em pesquisa e desenvolvimento. É preciso uma estratégia de conscientização pública que destaque os benefícios ambientais e econômicos, incentivando uma mudança nos padrões de consumo energético.
Com a proibição de carro movido a combustíveis fósseis, assim, o Brasil não só pode diminuir suas emissões de carbono e sua ativação flex - do caso desenvolvido para o etanol, e a pendência de combustíveis fósseis, como também liderar globalmente no mercado de energias renováveis.
A transição para uma economia de baixo carbono é essencial, e o etanol está no centro dessa transformação, promovendo um futuro mais econômico e saudável.
*J.A.Puppio é empresário e autor do livro “Impossível é o que não se tentou”
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