sexta-feira, 28 de julho de 2023

Figurinos desenhados por professora mackenzista brilham na estreia de "O Machete"

 


Nos palcos do renomado Theatro São Pedro, uma obra de arte única ganhou vida no mês de junho, marcando a estreia de “O Machete”, uma ópera inspirada na genialidade literária de Machado de Assis.
Por trás dos deslumbrantes figurinos que compõem essa produção, está a professora de Design da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), Juliana Bertolini. O trabalho destacou-se pela utilização de referências históricas, cultura têxtil brasileira e uma abordagem sustentável ao reuso de materiais, tornando esse projeto uma verdadeira celebração da arte nacional.

Para ela, seu diferencial é a preocupação com o impacto ecológico dos figurinos que cria. "Optei por reduzir o desperdício e reutilizar peças, fazendo do reuso uma abordagem criativa. Muitos dos figurinos surgiram a partir do acervo do Theatro São Pedro, reconstruídos e combinados com uma pequena quantidade de tecidos novos”, explica Bertolini.

Aprofundando sua busca por materiais sustentáveis, a designer incorporou o crochê e o tear, trazendo à tona uma identidade única e ecológica para a produção. “Na indústria da moda é muito comum o desperdício e o uso de forma não muito inteligente e sustentável dos tecidos. Por isso, mesmo desenhando e partindo de vários estudos psicológicos das personagens, eu fiz uma busca de tecidos que pudessem ser reaproveitados”, esclarece.

Ao ser questionada sobre os desafios enfrentados nos bastidores de seu trabalho, a designer comentou que foram os mesmos de qualquer outra produção. “Alinhar os desejos da produção, direção cênica, direção musical, cenografia e iluminação exigiu reuniões constantes, mas é um desafio que faz parte deste meio”, afirma Bertolini.

A mackenzista revelou que convites para projetos como "O Machete" geralmente surgem por meio de experiências anteriores e conexões na indústria. Seu vasto portfólio e dedicação ao longo dos anos foram fundamentais para a oportunidade de trabalhar nessa ópera inédita, criada pelo renomado compositor André Mehmari, a convite da diretora cênica, Julianna Santos.

Segundo Bertolini, os figurinos têm papel fundamental no entendimento da obra. “Muitas vezes o figurino chega ao palco e, sozinho, já conta uma série de características. Ele dá percepção poética, histórica, de idade, de gênero, e inúmeras outras pistas. É uma outra camada de entendimento da obra, fundamental para contar essa história e também a de qualquer outro espetáculo”, salienta a designer.

Para ela, conciliar a docência e os figurinos é bem puxado. Por isso limita a quantidade de produções por ano, e tenta integrar alunos aos seus projetos, já que eles contemplam uma área de pesquisa do Design. “Tento juntar tudo, mas é sempre um trabalho bem desafiador em termos de tempo e cansaço”, afirmou.

A Ópera

A história retrata Inácio Ramos, um tocador amador de violoncelo, que só compõe e toca em momentos específicos de sua vida, como morte de sua mãe e ocasiões especiais com sua esposa e filho. Até que em certo momento ele conhece os estudantes de direito, e um deles, Barbosa, toca “O Machete”.

Sobre a Universidade Presbiteriana Mackenzie 

A Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM) está na 71a posição entre as melhores instituições de ensino da América Latina, segundo a pesquisa Times Higher Education 2021, uma organização internacional de pesquisa educacional, que avalia o desempenho de instituições de ensino médio, superior e pós-graduação. Comemorando 70 anos, a UPM possui três campi no estado de São Paulo, em Higienópolis, Alphaville e Campinas. Os cursos oferecidos pelo Mackenzie contemplam Graduação, Pós-Graduação, Mestrado e Doutorado, Pós-Graduação Especialização, Extensão, EaD, Cursos In Company e Centro de Línguas Estrangeiras.

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