quinta-feira, 19 de setembro de 2019

OBRAS DE GUITA CHARIFKER ESTÃO NA EXPOSIÇÃO "PAISAGEM ONÍRICA" NA CAIXA CULTURAL RECIF


No dia 26 de setembro, quinta-feira, às 19h, a CAIXA Cultural Recife inaugura a exposição "Guita Charifker – Paisagem Onírica", que apresenta a trajetória de intensa atividade artística da pintora pernambucana falecida em 2017 e reconhecida nacional e internacionalmente pela maestria na aquarela figurativa. Com curadoria de Marcus de Lontra Costa, a mostra traça um panorama de sua produção reunindo obras produzidas desde a década de 1960 e também fotos e vídeos que irão apresentar a artista e as fases de sua obra. Com entrada franca e patrocínio da Caixa Econômica Federal, a mostra fica em cartaz até o dia 17 de novembro de 2019, com visitação de terça-feira a sábado das 10h às 20h, e nos domingos, das 10h às 19h.


A mostra, que começou a ser idealizada com a artista ainda em vida, torna-se a primeira exposição póstuma em sua homenagem. Serão apresentadas cerca de 60 obras, entre gravuras, desenhos, pinturas e em especial as aquarelas, técnica na qual Guita encontrou seu principal meio de expressão e nas quais utiliza uma gama cromática surpreendente e luminosa. As peças foram selecionadas de coleções particulares e também do acervo pessoal e familiar de Charifker.

Pintora, desenhista, aquarelista, gravadora e escultora, Guita Charifker nasceu no Recife em 1936 e desde cedo se engajou no movimento artístico da cidade. Aos 17 anos, estudou desenho e escultura no Ateliê Coletivo da Sociedade de Arte Moderna, no Recife, ao lado do gravador Gilvan Samico e do pintor José Cláudio, entre outros, sob orientação de Abelardo da Hora. Desde o fim da década de 1960, Guita Charifker produziu desenhos de inspiração surrealista, associando formas humanas a animais e vegetais, realizados com precisão de detalhes, em obras de forte impacto visual e caráter fantasioso.

Na aquarela, passou a retratar naturezas-mortas com plantas e frutos regionais, explorando padrões decorativos obtidos a partir de folhagens e ramos de árvores, ou de objetos presentes na cena, como tapetes ou tecidos. Nas aquarelas são frequentes também as paisagens, inspiradas muitas vezes na exuberante vegetação do quintal de sua residência em Olinda ou nas localidades do litoral pernambucano. Para Marcus Lontra, curador, "a aquarela do trabalho da Guita tem um movimento que permite que ela pinte o vento. As aquarelas aguadas são menos rígidas, capturam esses movimentos e permitem que a artista demonstre essa relação bonita com Olinda, que é uma espécie de barroco sem culpa, à beira mar".

Se Lontra encontra nas palavras a alusão à Charifker enquanto uma "Matisse de Pernambuco", foi Paulo Herkenhoff, que já ocupou por três anos o lugar de curador do Museu de Arte Moderna de Nova York, MoMA, que traçou um paralelo de qualidade e grandeza de três pintoras brasileiras que, segundo ele, se continuam e equivalem: Djanira, Tarsila do Amaral e Guita Charifker. Herkenhoff batizou o trabalho de Guita de

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