quarta-feira, 29 de agosto de 2018

A DIFICULDADE DE LARGAR O CIGARRO


O cigarro possui mais de 4 mil compostos químicos – a grande maioria tóxicos e cancerígenos – incluindo a conhecida nicotina, que causa a dependência.  De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), uma pesquisa de 2017 apontou que 428 pessoas morrem por dia no Brasil por conta do tabagismo e, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 7 milhões de pessoas morrem todos os anos vítimas do cigarro, sendo 890 mil fumantes passivos. O tabagismo é considerado hoje a principal causa de morte evitável do mundo.


O Dia Nacional de Combate ao fumo é celebrado hoje (29) e, diante desses dados é possível se perguntar por que as pessoas ainda insistem em fumar, por que elas não conseguem parar ou até mesmo achar que os fumantes não param por que não querem, não tem força de vontade. Mas segundo a psicóloga do Hapvida Saúde, Danielle Azevedo, a realidade é bem diferente. “Para as pessoas que têm esse vício, o cigarro é uma companhia, é algo que alivia o estresse, a tensão, está nos momentos de angústia e euforia na mesma proporção. Isso acaba causando uma dependência psicoafetiva da substância muito grande”, afirma.

Apesar do grande desafio, é preciso ao menos um desejo de parar e ter o compromisso de seguir em frente para que o tratamento seja feito. A psicóloga ressalta que avaliar os benefícios vindos da escolha de parar, ajuda a colocar as coisas numa perspectiva mais ampla e fortalecer a decisão, mesmo com as dificuldades que aparecem no caminho, como a abstinência causada pela falta da nicotina.

ONDE BUSCAR AJUDA

Segundo o Ministério da saúde, em 2018 estima-se que 11,5% da população na Paraíba ainda são fumantes. Em relação a óbitos por câncer de pulmão, esse ano foi registrado até agora 214 mortes no Estado, contra 436 em 2017.

Ao tomar a decisão de parar com o cigarro, o fumante pode buscar ajuda, de modo que torne o processo menos doloroso. Na Paraíba foi desenvolvido o Programa de Controle do Tabagismo, onde é possível buscar apoio em Unidades de Saúde da Família (USF); Centros de Atenção Psicossocial (Caps); Centros de Atenção Integral à Saúde (Cais) e Centros de Saúde.

“Terapias, grupos de apoio, o uso de alguns remédios são importantíssimos no tratamento. Mas ter isso combinado com uma boa autoestima, qualidade de vida, uma rotina saudável, hábitos gerais que ajudam a liberar neurotransmissores de prazer, auxilia o paciente para que largue o vício com mais facilidade”, completa Danielle Azevedo.



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