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Após quatro dias de imersão na
natureza, prototipagem e trocas de experiências, chega ao fim o “Hackathon
Ekos: Mãos na Mata”, promovido pelo Natura Campus em Belém, entre os dias 16 e
20 de março. Os 32 participantes, de diversos estados brasileiros, conheceram
mais de perto a cultura local e desenvolveram ideias com a finalidade de
apresentar um protótipo que conectasse as pessoas à natureza.
A equipe formada pelo estudante
paraense José Neto, pelos estudantes paulistanos Paulo Paciência e Marcela
Porto e pela publicitária mineira Luiza Voll foi a grande vencedora, com o projeto
“Quintal Mágico”. Os participantes ganharam uma impressora 3D.
O projeto vencedor consiste em
conectar conhecimentos populares com novas tecnologias para a manutenção de um
quintal. “Várias pessoas gostam de ter um espaço em casa para cultivar plantas,
mas, com a correria do cotidiano, esquecem de cuidar delas. A ideia do Clube
Quintal Mágico é o fornecimento de um pacote de sementes selecionadas e
sensores que irão ajudar no cultivo adequado de uma pequena horta ou jardim”,
explica José Neto, que estuda engenharia de produção em Belém e participou pela
primeira vez de um evento de tecnologia como o Hackathon.
A proposta apresentada pelo grupo
é disponibilizar sensores que meçam, por exemplo, a umidade do solo e indiquem
quando a planta necessita de água, além de outros nutrientes, através de
indicação de luzes e alertas em um aplicativo. Outros sete projetos foram
apresentados no encerramento da maratona, no último domingo, como um jogo de
tabuleiro educativo que trabalha cheiros e texturas de frutos da Amazônia e de
outros biomas, estimulando os participantes a adquirirem conhecimentos sobre
insumos naturais.
“O maior prêmio para mim foi a
troca de experiências. A nossa curva de aprendizagem foi muito rápida, e saber
que podemos viabilizar e tornar nossas ideias úteis é maravilhoso”, afirma José
Neto.
Também sem experiência em
tecnologia, a publicitária mineira Luiza Voll, uma das integrantes do grupo,
surpreendeu-se com a capacidade do grupo de aliar o conhecimento de cada um e
construir o projeto vencedor. “Desde o começo todo mundo do grupo ouviu todo
mundo. Todo mundo queria aprender, crescer e criar uma ideia que fosse
apaixonante para todos”, afirma.
Pesquisas mostram que existe uma
desconexão de grande parte das pessoas que vivem nas cidades com a natureza.
“Acreditamos que Ekos tem um papel importante em transformar essa realidade. A
marca já faz isso há 15 anos, ao levar um pedaço da Amazônia para a casa das
pessoas, e queremos ampliar este olhar, impactando o dia a dia dos nossos
consumidores”, diz Claudia Pinheiro, diretora de cuidados pessoais da Natura,
responsável pela marca Ekos.
Foram mais de 30 horas de
prototipagem, durante as quais os participantes estiveram em Belém e na
comunidade ribeirinha Jauari, em Moju (PA), que faz o manejo sustentável de
murumuru e de outros ativos amazônicos para a produção de cosméticos da linha
Natura Ekos. Os participantes disputaram as vagas com mais de 150 inscritos e
foram escolhidos a partir da análise de seus perfis e de suas ideias.
O “Hackathon Ekos: Mãos na Mata”
está inserido no programa de inovação aberta Natura Campus, criado em 2006, que
tem como objetivo estabelecer uma rede de instituições de ciência e tecnologia,
pesquisadores, estudantes, empreendedores e agencias de fomento, conectados
para colaborar na geração de inovação disruptiva.
“Hackathons são extremamente
importantes para trazer novos olhares, soluções e novas tecnologias, que nos fazem
extrapolar a inovação no produto cosmético para oferecer experiências
inovadoras aos nossos consumidores. Os projetos apresentados têm potencial de
viabilização”, diz Luciana Hashiba, gerente de inovação da Natura.
Resultado palpável
Durante o evento, a Natura
apresentou o primeiro projeto desenvolvido pela empresa a partir de uma das
ideias vencedoras de seu primeiro Hackathon, realizado em 2014: um sistema de
personalização de sabonetes da marca. Portátil e fácil de usar, a plataforma
permite que o consumidor escolha palavras e ícones para gravar na superfície do
produto. A seleção é feita em um software instalado em um dispositivo e
conectado a um pequeno equipamento de gravação.
A máquina foi adaptada para
permitir maior flexibilidade na personalização. “O consumidor está no centro da
escolha e da personalização, de forma interativa. Ele pode ir além de escrever
o nome e gravar uma mensagem para presentear alguém, por exemplo”, explica
Luciana Hashiba, gerente de inovação da Natura.
Essa inovação resultou no
depósito de uma patente para a Natura. O serviço está em fase de testes e
deverá ser disponibilizado aos consumidores no segundo semestre de 2016.
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