Tradição há 56 anos no Carnaval, o Grupo Anárquico Místico Carnavalesco Patusco desfila pelas ladeiras de Olinda no domingo (11) e na terça-feira (13). Nos dois dias de folia, o grupo sairá às 8h59 da Casa do Patusco, localizada na Rua do Amparo (ao lado da Igreja de Nossa Senhora do Amparo). O local continua sendo o quartel general do Patusco durante o período momesco, servindo também como ponto de apoio e camarote.
No repertório, o grupo faz homenagens a artistas e grupos musicais de Pernambuco com canções de Otto, Almir Rouche, Marron Brasileiro entre outros. O Mascote do Patusco, boneco em forma de Pato (símbolo do bloco), que foi confeccionado por um artista plástico no estado do Paraná, estará presente no desfile.
O bloco estará com a bateria completa, formada por mais de 180 ritmistas, incluindo madrinha, rainha, princesa, porta-estandarte e a Ala da “Velha Guarda”, esta última composta por diretores e antigos membros da agremiação. Todos os integrantes estarão vestidos nas cores do grupo, verde e preto, e com chapeis panamá ao estilo “malandro carioca”. Os instrumentos também estarão nas cores verde e preto. A expectativa da diretoria é que uma multidão de foliões acompanhe o desfile, como já é tradição todos os anos.
Percurso:
Domingo (11): Rua do Amparo, Quatro Cantos, Ribeira, Rua de São Bento, Prefeitura de Olinda, 27 de Janeiro, Pátio de São Pedro, Prudente de Morais, Quatro Cantos e Rua do Amparo.
Terça (13): Rua do Amparo, Quatro Cantos, Ribeira, Rua de São Bento, Prefeitura de Olinda, 27 de Janeiro, Pátio de São Pedro, Prudente de Morais, Quatro Cantos e Rua do Amparo.
Patusquinho sairá no sábado (10) de Zé Pereira
Concentração será no polo infantil, na Praça do Carmo, em Olinda
O Bloco Patusquinho sairá às 11h40, no sábado (10) de Zé Pereira, do polo infantil, na Praça do Carmo, em Olinda. O bloco vai desfilar com 70 crianças, divididas entre a comunidade da Ilha do Maruim e filhos dos integrantes do Bloco Patusco.
Percurso: Saída no polo infantil, na Praça do Carmo, Pátio de São Pedro, Prudente de Morais, Quatro Cantos e Rua do Amparo.
CONHEÇA DA HISTÓRIA DO PATUSCO
A história do surgimento do Grupo Anárquico Místico Carnavalesco Patusco se confunde com a do Carnaval de Olinda e tudo foi graças ao carnavalesco “Tuca”. Natural de Olinda, Itacy Vasconcelos Guimarães (Tuca), filho de Maria de Lourdes Vasconcelos Guimarães e Antonino da Silva Matos Peixoto Guimarães, casado e pai de cinco filhos, ainda quando criança era levado pela sua mãe para assistir as festas de momo do Recife*. Muitas vezes pelo fascínio que o Carnaval lhe provocava, ele dava umas escapadas para acompanhar os blocos de sujo e as “La Ursa”, que pelo seu colorido e irreverência já encantava o pequeno.
*Nessa época o Carnaval de Olinda ainda tinha pouca projeção.
Com o crescimento do Carnaval de Olinda, esse autêntico folião criado respirando essa festa e residindo no foco da folia olindense, não poderia fugir a regra: na adolescência começou a confeccionar máscaras, inspirado pelas imagens dos carnavais guardados em sua mente quando criança. Essas máscaras inicialmente foram confeccionadas de papel e cartolina, porém, com o tempo e com o advento do mela mela, Tuca passou a fazer fantasias e máscaras em plástico, ideia bastante inovadora até os dias atuais. Ele fundou o primeiro bloco no seio do clã Vasconcelos Guimarães.
Das fantasias idealizadas por ele, pode-se destacar as araras, papagaios, pingüins e a de pato, sendo esta última, no Carnaval de 1972, a responsável pelo nome do grupo “PATUSCO” e que passaria a ser destaque por toda mídia pela forma irreverente de se fazer Carnaval.
1972 - O Carnaval de Olinda ainda não tinha assumido o caráter eminentemente popular que o caracteriza até hoje. Neste ano, estava ocorrendo em Olinda um concurso de fantasias de grupo promovido pela EMPETUR e era necessário colocar um nome no ato da inscrição. Tuca estava participando do concurso e como havia escolhido a fantasia de pato, foi decidido que o nome do grupo deveria lembrar pato. Daí, então, que surgiu a palavra PATUSCO; adj. e sm – “Que ou aquele que gosta de patuscada, ajuntamento festivo de pessoas reunidas para comer, beber e se divertir”.
Assim estava determinado nesses 10 (dez) anos que aquele sonho de menino de se fazer um carnaval irreverente e alegre já dava sinais de que um nascera para o outro e que muito ainda viria a ser feito por esse criativo mestre de Carnaval. Com o fim do mela-mela, Tuca mais uma vez deu mostra de sua futurista visão anárquica e mística do qual o Carnaval de Olinda passaria a ser conhecido 30 anos depois.
A partir de 1984, o artista passou a produzir as máscaras dos integrantes do grupo, reproduzindo em papel machê o rosto dos presidenciáveis e logo os temas políticos se tornaram os motes preferidos do divertido Patusco, criado e até hoje coordenado pelo presidente Tuca.
Sempre passando por dificuldades para levar o Grupo às ruas da Cidade Alta, porque a cada ano ele aumentava, Tuca anteviu que precisava ter seu próprio som para emoldurar o Carnaval teatral do Patusco. Como as orquestras de frevo eram insuficientes para atender toda a demanda dos blocos que a cada ano cresciam mais, Tuca viu no samba uma forma mais barata de se fazer Carnaval e ao mesmo tempo mostrar que a folia era multicultural, e que Pernambuco não era apenas frevo. O povo gostou e agradeceu, requisitando hoje em dia o Patusco até para festas de casamento.
Tuca, esse “Alquimista de Carnaval”, vem demonstrando ao longo dos 50 anos de folia (ininterruptos) de seu Patusco, que essa forma simples, característica nata de sua personalidade e a total doação por amor a uma cidade que passou a ser cúmplice de sua aflorada criatividade, consegue manter o grupo como figura de destaque no cenário carnavalesco olindense. Essa identificação dele com o Patusco é tão grande, que hoje fica difícil falar de um e não falar do outro e nessa forma paternal de administrar, conseguiu criar um grau de fidelização com os desfilantes e simpatizantes que é de causar inveja a qualquer grupo empresarial, comprovando que o que mais interessa para ele é sempre manter viva a filosofia que deu origem ao Patusco, fazendo com que, no bloco, todo mundo seja amigo do amigo de alguém.
O surgimento da banda
A banda Patusco surgiu como uma brincadeira para comemorar o final da Copa do Mundo de 2002, no antigo Acústico Pub em Olinda. “Na época selecionamos cerca de 40 integrantes da bateria do bloco e juntamos esses músicos para realizar o projeto daquela casa. A ideia deu certo e o produtor da casa propôs fazer um ensaio do Patusco todos os domingos. A partir daí começou a surgir propostas das casas noturnas do Recife e das produtoras de shows, então, reduzimos a bateria (que sai no Carnaval com 180 integrantes) para 25 integrantes e formamos a Banda Patusco, para atender à demanda de shows durante todo o ano”, diz Henrique Guimarães, diretor do bloco Patusco e líder da banda.
A banda Patusco é um projeto paralelo ao bloco e fez tanto sucesso, que não parou mais de crescer, solidificando-se nos cenários musicais pernambucano e nacional. A banda, que se apresenta semanalmente nas principais casas de shows e eventos do Nordeste e Sudeste do país, é comandada por dois vocalistas, além dos integrantes que comandam a sua famosa bateria.
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