Chico Buarque / Foto divulgação |
Chico Buarque chega ao Recife com a turnê ‘Caravanas’, de 03 a 06 de maio, no Teatro Guararapes. Por aqui, os shows serão na quinta-feira e sexta-feira, às 21h30, no sábado (5), às 21h e no domingo (6), às 20h. Os ingressos variam de R$ 495 (inteira) e R$ 245 (meia) na plateia e R$ 250 (inteira) e R$ 125 (meia), balcão. O show já foi visto por 50 mil pessoas em Belo Horizonte e no Rio de Janeiro. Após Recife, ‘Caravanas’ segue para Salvador, de 17 a 20 de maio, no Teatro Castro Alves. As vendas para as apresentações na capital pernambucana começam nesta sexta, (23), na bilheteria ou através do site www.bilheteriavirtual.com.
Inspirada no álbum homônimo lançado pela Biscoito Fino, a turnê estreou em dezembro, em Belo Horizonte, com as cinco apresentações esgotadas, depois passou pelo Rio de Janeiro e já tem confirmadas datas em São Paulo e Recife. ‘Caravanas’ deve passar ainda por outras capitais, a serem anunciadas em breve. A Icatu Seguros, que já havia patrocinado o último espetáculo do artista, assina a apresentação nas cinco primeiras cidades.
Os elogios à estreia de Caravanas foram unânimes. Além do público que lotou as cinco noites em Belo Horizonte, a imprensa aclamou o espetáculo: “É uma resposta a todo estado de grita surda que configura o país e o mundo hoje (...) o compositor responde ao mundo torto reafirmando um mundo maior”.
A sofisticada costura do roteiro também foi enaltecida pela crítica: “O script é meticulosamente arquitetado pelo autor, como se fossem capítulos de um romance. Por meio dos versos ou da sonoridade, tudo está conectado”, “tudo faz sentido no roteiro do show dentro da intenção de abrir alas para o povo e o artista do Brasil”.
O álbum Caravanas está presente na íntegra e não apenas inspira o show, mas dá o norte de todo o repertório. As demais canções escolhidas dialogam com as mais recentes, seja por afinidades musicais ou temáticas. Através delas, Chico revisita sua própria história e reafirma, mesmo que não intencionalmente, a atemporalidade de sua criação. O show traz ainda 19 canções de diferentes décadas, do início dos anos 60 até hoje. A obra de Chico se confunde com a própria história do Brasil. Cronista apurado de seu tempo, ele traçou, em mais de 50 anos de carreira, um painel preciso do país, com seus contrastes, belezas e paixões inflamadas.
A abertura de Caravanas é com a única canção não autoral do roteiro, ‘Minha embaixada chegou’, de Assis Valente. Os versos “minha embaixada chegou, deixa meu povo passar, meu povo pede licença, pra na batucada desacatar” desembocam no clássico buarquiano ‘Mambembe’, uma ode aos artistas, malandros, moleques, mendigos, a essa gente cigana que segue cantando. É a caravana de Chico pedindo passagem!
Com duração de aproximadamente 1h30, o roteiro inclui duas parcerias de Chico com Tom Jobim, ‘Retrato em branco e preto’ e ‘Sabiá’, que nunca estiveram presentes em seus espetáculos oficiais. O repertório traz ainda clássicos que há muito não eram apresentadas ao vivo, como ‘Gota D´água’, ‘Partido alto’, ‘Estação derradeira’ e ‘Iolanda’.
O eu lírico feminino está presente em ‘Palavra de mulher’, ‘A história de Lily Braun’, que se irmanam com canções da lavra mais romântica de Chico, como ‘Todo sentimento’, ‘As vitrines’ e ‘Futuros amantes’. O roteiro do show resgata também “lados B” da lavra do poeta, como ‘Outros sonhos’, ‘Injuriado’ e ‘A bela e a fera’, que ressurgem com novos sentidos.
O célebre malandro cantado por Chico volta à cena mais atual do que nunca, como atestam os versos de ‘Homenagem ao malandro’: “agora já não é normal, o que dá de malandro regular, profissional, malandro com aparato de malandro oficial, malandro candidato a malandro federal, malandro com retrato na coluna social, malandro com contrato, com gravata e capital, que nunca se dá mal”.
O espetáculo é dedicado a Wilson das Neves, que faleceu no ano passado. Para relembrar uma canção composta com o parceiro e tradicional baterista de várias turnês, Chico interpreta ‘Grande Hotel’. Os músicos que acompanham o cantor são seus fieis companheiros de palco: o maestro, arranjador e violonista Luiz Claudio Ramos, João Rebouças (piano), Bia Paes Leme (teclados e vocais), Chico Batera (percussão), Jorge Helder (contrabaixo), Marcelo Bernardes (flauta e sopros) e Jurim Moreira (bateria), substituindo Wilson das Neves.
A equipe que atua nos bastidores é composta por Vinícius França (produção geral), Maneco Quinderé (iluminação), Marcelo Pies (figurinos) e Ricardo Tenente Clementino (direção técnica). A cenografia leva novamente a assinatura de Helio Eichbauer, que esteve nas duas últimas turnês e para a atual concebeu uma escultura suspensa, descrita por ele como “uma esfera armilar que flutua no espaço azul como algum sistema planetário”. Além disso, oito cordas coloridas desenham no horizonte sequências e ondas marítimas e sonoras, alternando as linhas sinuosas de cristas e vales. “O cenário de Eichbauer e a luz de Maneco Quinderé são fundamentais na construção da embaixada de Chico”, saudou a crítica.
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