quarta-feira, 29 de julho de 2020

Falta de mobilidade é o grande vilão das famosas dores nas costas


A quarentena imposta pela pandemia do novo coronavírus vem aumentando os casos da tracional dor nas costas, mal que segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), deve atingir cerca de 80% da população mundial. Como foi o caso do cantor Wesley Safadão que teve uma forte dor nas costas e precisou ser atendido por especialistas durante a live que participou no último domingo (12).


Porém, um fato que preocupa os médicos é o crescimento do número de crianças e adolescentes afetados por dores nas costas. Os motivos para esse aumento nos números vão desde a falta de exercício, até a má postura na hora de trabalhar. Entretanto é a falta de mobilidade é a grande vilã nessa história.

O fisioterapeuta e proprietário da Clínica Cuidar, Alan Dantas, explica que as pessoas por estarem mais restritas em domicílio, mesmo que praticando exercícios em casa,  se movimentam pouco e com isso o corpo fica mais enrijecido, e  tende a perder sua capacidade de se mobilizar.  A brusca redução das atividades favorecem ao enrijecimento do corpo e redução da mobilidade geral do corpo e assim a perda da mobilidade gera uma adaptação e quando menos esperamos a dor surge. A sensação é de exigir mais que nosso corpo pode oferecer na naquele momento somos capazes de tolerar.

“O paciente não tem mobilidade e quando precisa usufruir um pouco mais dessa flexibilidade natural que o corpo tinha, o músculo entende que foi exigido demais dele por estar enrijecido e, como defesa, trava” explica Alan.

A boa notícia é que pequenas mudanças já ajudam a prevenir e aliviar os sintomas, como alongamento, cuidado ao deitar e ao levantar, postura correta para pegar e carregar pesos, e o mais importante de todos, o exercício.

O exercício não é só para fortalecer o músculo afirma Alan, “estudos comprovam que músculo forte não é garantia de coluna protegida, na verdade o que garante uma melhor saúde da coluna é a mobilidade. Por isso sempre buscamos oferecer ao paciente maneira que ele possa se mover com a amplitude de movimentos que nosso corpo tem sem sofrer com dores”.

O aumento no número de casos de dores nas costa na quarentena é justamente por essa falta de mobilidade. “Um trabalhador administrativo que fica sempre sentado, sem se mover muito e com uma frequência respiratória mais baixa, acaba que seu  sistema muscular adota aquele ritmo como sendo o normal e quando, de repente, resolve varrer a casa, levantar um sofá, ou até fazer um exercício a coluna trava por ter exigido demasiadamente do corpo antes de ter sido feito um preparo para a realização dessas atividades”, explica Alan.

A falta de mobilidade também é um dos fatores que vem causando o crescimento dos problemas de dores nas costas em crianças e adolescentes.  As crianças, antes dos tablets e video games, corriam na rua, pulavam corda, andavam de bicicleta, o que lhes dava uma maior mobilidade. Com a chegada e popularização dos computadores, tablets, celulares, videogames e netflix as crianças não se movimentam mais como antes.

Alan ainda ratifica que os grandes vilões que podem estar tornando os seres humanos mais sedentários são justamente os avanços das tecnologias que cada vez mais oferecem para as pessoas o que elas necessitam sem grandes esforços.

Um exemplo disso são as casas inteligentes, que permitem que o morador abra a janela, acenda a luz, feche a cortina ou limpe o chão, com apenas alguns toques no controle sem precisar sair do sofá para isso.

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