O cangaço se instaurou fortemente no Nordeste brasileiro em meados do final do século 19 e início do século 20, tendo maior repercussão entre 1920 e 1930, quando ficou conhecido como banditismo social, numa referência a ir de encontro ao coronelismo vigente na época. Os cangaceiros eram caracterizados pela figura sempre em movimento, de vida quase nômade, e trajavam roupas de couro. Armados de peixeiras e rifles, andavam em bando. As figuras de maior destaque em Pernambuco foram Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, e Maria Gomes de Oliveira, a Maria Bonita. O legado do cangaço à cultura nordestina ganha programação especial no Centro Cultural Cais do Sertão desta segunda e até o dia 02 de agosto.
O movimento será lembrando com extensa e plural programação online. Os internautas terão acesso a debates, lives temáticas, vídeos interdisciplinares e playlists abordando sempre a herança deixada pelos cangaceiros na história.
“A história do cangaço é primordial para entendermos a formação social e cultural do Nordeste. Principalmente neste período de isolamento social, compreender a narrativa combatente e de resistência do nosso povo a partir da cultura e interlocução faz-se primordial”, analisa a gerente do Cais do Sertão, Maria Rosa Maia.
O cangaço já começa a ser esmiuçado nesta terça-feira (21), no quadro Papo de Museu, às 15h. O quadro ao vivo trará a coordenadora do Museu do Cangaço e presidenta da Fundação Cultural Cabras de Lampião, Cleonice Maria. Ela bate um papo com o educador Perácio Gondim, do time do Cais, sobre os estudos acerca da cultura do cangaço na contemporaneidade. Na semana seguinte, o fundador da ABLAC – Academia Brasileira de Letras e Artes do Cangaço e sócio da SBEC – Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço, Aderbal Baptista, discorre sobre o “Movimento do Cangaço no Nordeste. A mediação é de outro educador do Cais, Sandro Santos.
Na quinta-feira (30), o Conexão Cais contempla interlocução com a jornalista Vera Ferreira, neta de Lampião e Maria Bonita e pesquisadora do Cangaço. Durante a live, ela vai comentar o legado cultural e social deixado por Lampião e Maria Bonita. O debate será mediado pela educadora Viviane Sampaio.
Além das lives e bate-papos, o museu lança vídeo interdisciplinar sobre a estética do cangaço, exemplificado nas roupas de couro curtido e armamentos. A playlist também contempla artistas que se debruçaram sobre o movimento, a exemplo de Marinês, a Rainha do xaxado. “Os xaxados de Marinês” é assinada pelo músico-educador do Cais, Diogo do Monte. Todo o conteúdo pode ser acessado gratuitamente no instagram do @caisdosertao.
Serviço
Papo de Museu: 21/07 - Estudo do cangaço na contemporaneidade, com Cleonice Maria; 28/07 - Movimento do Cangaço no Nordeste, com Aderbal Nogueira;
Conexão Cais: 30/07 - O legado cultural e social de Lampião e Maria Bonita, com Vera Ferreira. As lives acontecem às 15h, no perfil @caisdosertao;
Playlist “Os Xaxados de Marinês” pode ouvida no Spotify do Cais.
FOTOS: Chico Andrade
Nenhum comentário:
Postar um comentário