quarta-feira, 29 de outubro de 2025

Saúde mental em foco: brasileiros buscam mais ajuda, mas ainda enfrentam desafios



O cuidado com a saúde mental tem ganhado espaço entre os brasileiros, impulsionado pela maior conscientização e pelos efeitos da pandemia. Apesar do avanço no debate público, o cenário ainda é marcado por desafios no acesso aos serviços e pela persistência do preconceito.

 “Vivemos um momento de crescente conscientização, mas ainda de grandes desafios. A procura por atendimento psiquiátrico e psicoterápico aumentou muito, reflexo do desgaste emocional e do estilo de vida acelerado”, afirma o psiquiatra Dr. Carlos Henrique, da Clínica Reconciliar Spa Terapêutico.


Segundo o especialista, quadros de depressão e ansiedade e circunstâncias relativas às condições de trabalho (reconhecidas, muitas vezes, como burnout em algumas categorizações diagnósticas) estão entre os mais comuns observados nos consultórios, refletindo a sobrecarga emocional da vida moderna.


Vida acelerada e redes sociais como gatilhos


O ritmo intenso de trabalho, as cobranças constantes e a dificuldade de conciliar lazer e descanso estão entre os principais fatores que impactam a saúde mental da população. Além disso, o uso excessivo das redes sociais tem se mostrado um agravante importante.


A exposição contínua a padrões irreais de sucesso e felicidade pode gerar frustração, ansiedade e baixa autoestima, alimentando uma sensação constante de inadequação.


Cuidados e prevenção


Manter hábitos regulares e buscar equilíbrio entre corpo e mente são medidas fundamentais para preservar o bem-estar emocional. O Dr. Carlos Henrique recomenda atenção a sinais como tristeza persistente, irritabilidade, insônia, cansaço e isolamento social, que indicam a necessidade de acompanhamento profissional.


Segundo o psiquiatra, o apoio da família e dos amigos também é essencial no processo de recuperação, ajudando a reconhecer mudanças de comportamento e a incentivar o tratamento.


Barreiras e desafios no acesso


Mesmo com a maior conscientização, o tabu em torno da psiquiatria ainda faz com que muitas pessoas adiem a busca por ajuda. A rede pública de saúde mental, embora fortalecida com os CAPS, ainda é insuficiente diante da alta demanda, e o custo do atendimento particular segue sendo um obstáculo para parte da população.


Para o médico, é urgente ampliar o investimento em formação de profissionais, campanhas educativas e programas de prevenção em escolas e ambientes de trabalho, com foco na promoção de saúde mental e não apenas no tratamento das crises.


Novos caminhos para o cuidado


O futuro da saúde mental envolve a expansão da telemedicina, o uso de neuromodulação não invasiva e de medicamentos com menos efeitos adversos, o que pode reduzir o estigma e melhorar a adesão ao tratamento.


 “Precisamos enxergar o sofrimento emocional com a mesma seriedade que damos a um problema físico. Buscar ajuda é um ato de coragem, não de fraqueza”, reforça o Dr. Carlos Henrique.


Com o aumento dos casos e o maior debate sobre o tema, especialistas defendem que o próximo passo seja consolidar uma cultura de cuidado contínuo, em que saúde mental deixe de ser um assunto restrito às crises e passe a fazer parte da rotina de bem-estar de todos os brasileiros.


Mais informações via Instagram: @reconciliarspaterapeutico

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