Agbára (poder) Obirin (mulher/feminino). É partindo desse lugar que a companhia de dança direciona sua poética, estética e movimento partindo das experiências práticas e pesquisas motoras, realizadas desde 2001. No espetáculo, com coreografia de Obailê Santana, o grupo traz a força e a potência de seu “balé de pé no chão” enraizado na corporeidade africana e afrodiaspórica.
As relações trazidas para Agbará Obirin estão conectadas aos elementos ar, água, fogo e terra. Cada um deles ligado a uma energia motora e associada às danças tradicionais ou a princípios presentes em danças africanas e diásporas. O grupo também traz a mulher como o quinto elemento, este ligado à ancestralidade do agora, das figuras de poder feminino, ao útero do mundo.
Assim, a montagem propõe questionamentos: como mulheres negras vêem e são vistas em sua relação com seu corpo nas periferias do Recife? Que lugares acessam e são acessadas? Para além do que a violência já traz nessas relações, como acessar pela dança ancestral, de matriz e motriz africana, a força destas mulheres fortes?
Iemanjá, Oxum, Yansã, Obá e Ewá, as Yabás do candomblé dão imagem, cor e caminhos à montagem como energias-guias de Agbára Obirin. E ela não se limita a dançar para as Yabás, mas dança as mulheres por elas e para elas mesmas, através de suas próprias histórias e caminhos, saudando, honrando e mostrando suas fragilidades, mas principalmente sua força.
Como ponto alto do espetáculo, Vilma Carijós, mãe, mulher, artista e figura importante na história do Daruê Malungo, volta para o palco, não apenas para dançar, mas para evocar o seu lugar de destaque na vida de todas as mulheres que passaram por esta companhia. “Eu vou voltar a dançar, a criar como sempre fiz. Eu quero estar junto de Obailê, pois será um novo encontro entre nós, na cena”, explica Vilma.
E, para realizar este feito, Obailê convida seu irmão e diretor artístico Orun Santana, que através da pedagogia do Daruê Malungo e de sua experiência como criador, aporta seu conhecimento e técnicas de dança como diretor geral na montagem deste espetáculo.
A montagem do espetáculo Agbará Obirin pela Cia de Dança Daruê Malungo conta com Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura/PE), da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) e da Secretaria Estadual de Cultura (Secult-PE), do Governo do Estado de Pernambuco. Há uma cota de convites gratuitos para Organizações da Sociedade Civil que atuam com a cultura, com agendamento pelo telefone 81 92363777.
Serviço:
Agbará Obirin
Quando:
07/03 e 08/03 (quinta e sexta-feira), às 19h
Onde: Teatro Apolo (na programação do Festival Rosa dos Ventres)
Entrada: na bilheteria do teatro, de acordo com a tabela de valores do festival
Quando:
13/03 e 14/03 (terça e quarta-feira), às 19h
Onde: Teatro Fernando Santa Cruz (Mercado Eufrásio Barbosa, Varadouro, Olinda)
Entrada: R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia-entrada). Gratuito para ONGs mediante solicitação prévia pelo telefone 81 92363777
Duração: 50 minutos
Classificação: livre
Ficha Técnica:
Direção Geral: Orun Santana
Coreografia: Obailê Santana
Intérpretes-criadoras: Alice Ialodê, Dayane Lima, Fernanda Spindola, Isabelle Caldas, Jessica Zarina, Milla Andrade, Obailê Santana e Vilma Carijós
Designer de Luz e Operação: Natalie Revorêdo | Semente Coração e Farol Ateliê de Luz
Designer: Karina Freitas
Fotografia e vídeo: Morgana Narjara/Colibri Audiovisual
Assessoria de Comunicação: Dulce Reis | Criativo Soluções
Produção Executiva e Controller: Danilo Carias | Criativo Soluções
Produção Artística: Natasha diSantiago
Espaço de Criação: Daruê Malungo
Incentivo: Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura/PE), Secretaria Estadual de Cultura (Secult-PE) e da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe)
Nenhum comentário:
Postar um comentário