De acordo com a nutricionista Fabrícia Padilha, coordenadora do curso de Nutrição da Faculdade Pernambucana de Saúde, existem opções mais saudáveis de chocolates que podem ser consumidas. As principais são os doces que possuem uma maior concentração de cacau, rico em antioxidantes. A especialista acrescenta ainda que os melhores são os com 70% cacau ou mais, que têm menos gordura e menos açúcar na composição.
“Mesmo optando por uma versão mais saudável de chocolate, ele vai ter açúcar na composição, não sendo recomendado um consumo diário frequente. Porém, durante a Páscoa, temos a cultura de entrega de ovos de chocolate como uma tradição, sendo comum, principalmente às crianças, ganhar vários ovos de chocolates. Dessa forma, o ideal seria limitar o consumo de uma pequena quantidade diária, média de 20g-30g, ou consumir somente no final de semana, dependendo do contexto de saúde da criança e da família”, pontuou Fabrícia.
O chocolate é composto basicamente por manteiga de cacau e seus derivados, e outros ingredientes, como gordura e açúcar. Segundo legislação da Anvisa, o doce precisa ter no mínimo 25% de sólidos totais de cacau. À medida que essa porcentagem vai aumentando, o sabor fica mais amargo e terá menor quantidade de açúcar na composição. A versão ao leite, que é muito comercializada no Brasil, possui um percentual menor de cacau e consequentemente mais açúcar e gordura, devendo então ter um maior controle no consumo, quando comparado com a opção com maior percentual de cacau.
“O cacau, principal matéria prima na fabricação do chocolate, possui propriedades benéficas ao nosso organismo vindas dos polifenóis, que têm propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias, combatendo os radicais livres do corpo, que são moléculas associadas ao envelhecimento precoce e a maiores chances de doenças crônicas. Vale, então, ressaltar que considerando essas substâncias benéficas encontradas no cacau, quanto maior o percentual de cacau no chocolate, maior será o benefício trazido nesse consumo, sendo possível potencializar a ingestão desses nutrientes e também evitar picos de insulina, já que essa versão de chocolate mais amarga terá menos açúcar”, acrescentou Fabrícia, coordenadora de Nutrição da FPS.
SAÚDE BUCAL
O consumo em excesso de chocolate, principalmente ao leite e branco, contribui para a formação de placa e se torna o principal causador da cárie. O perigo está na grande quantidade de açúcar contida nos ovos e nos seus recheios. De forma geral, o chocolate parece ser o vilão, mas não é bem assim. Como por exemplo, os com cacau e amargos são uma ótima opção para saúde do corpo.
“Quando ingerido de forma equilibrada, o cacau serve como fonte de proteínas, cálcio, fosfato e contribui para o fortalecimento do esmalte dentário. Além disso, segundo a American Dental Association (ADA), a formação da cárie é motivada pelo ato de comer o chocolate muitas vezes ao dia e não pela quantidade ingerida”, explica o odontólogo e coordenador da Odonto FPS, Samuel Veras.
“Isso acontece pois durante as refeições os dentes passam pelo processo de desmineralização causado pelo contato com os alimentos e que é recuperado com a escovação. Caso o consumo seja em horários que você geralmente não se alimenta, vai aumentar a exposição e iniciar um novo processo de desmineralização, que a médio ou longo prazo compromete a saúde dental”, afirma o coordenador da Odonto FPS.
O odontólogo lembra de evitar chocolates com caramelo ou com recheios, "pois há possibilidade de grudar no dente e, durante a higienização, a escova pode não conseguir remover totalmente todo o doce aderido à superfície dentária com apenas uma única escovação. Após o consumo, torna-se indispensável o uso do fio dental. É ele quem vai limpar regiões que a escova não alcança, evitando que o açúcar se acumule e as cáries apareçam”, completa Samuel.
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