“O Autismo na vida adulta parece improvável, mas é bem comum que pessoas cheguem à idade adulta sem saber que têm TEA. A condição de saúde é caracterizada por desafios na comunicação verbal e não verbal, habilidades sociais e comportamentais, como interesse restrito, hiperfoco ou movimentos repetitivos. Ainda temos poucas discussões acerca do transtorno na fase adulta, o que leva a uma alta demanda parental e um baixo quantitativo de profissionais e espaços preparados para o atendimento da pessoa adulta com TEA. O autista adulto, para viver melhor em sociedade, necessita da continuidade de um acompanhamento terapêutico que vai ajudá-lo a se desenvolver melhor em diversos eixos da sua vida, como na comunicação, educação, empregabilidade e sexualidade”, explica a psicóloga Frínea Andrade, diretora do Instituto Integrarte Dimitri Andrade.
O distúrbio do desenvolvimento do autismo abrange um grande espectro de características e necessidades que se manifestam de formas diferentes em cada indivíduo, exigindo formas de intervenção específicas. “Existe o autismo de alto funcionamento, em que a pessoa costuma apresentar altas habilidades em uma determinada área e ter as habilidades do cotidiano comprometidas, como a comunicacional. Esse tipo só acontece em 13% da população autista e são esses indivíduos que possuem uma maior facilidade de serem inseridos no mercado de trabalho. Nos casos de autismo grave, que tem um maior comprometimento das funções pedagógicas, sociais e de linguagem, nós atuamos para oferecer as ferramentas para que este sujeito seja inserido na família e sociedade e aprenda atividades básicas, como tomar um banho, se vestir e se alimentar de forma independente”, pontua a especialista.
Apesar da intervenção terapêutica ser indicada para início ainda na infância visando facilitar o desenvolvimento das habilidades das pessoas atípicas, a psicóloga enfatiza: “nunca é tarde para começar. Não podemos pensar na educação de uma maneira formal, mas estar atentos às habilidades que esses jovens têm ou demonstram interesse. Se for pintar, a intervenção terapêutica com a família pode fomentar para que ele se torne um artista, se ele gostar de cozinhar, podemos ajudá-lo a se tornar um cozinheiro. O autismo em adultos é uma realidade que precisa ser visível para garantir as respostas necessárias e possibilitar que pessoas atípicas encontrem a plenitude e o bem-estar que qualquer indivíduo tem direito”, alerta a psicóloga Frínea Andrade.
Congresso Autismo na Vida Adulta no Nordeste
O Congresso Autismo na Vida Adulta, promovido pelo Instituto Integrarte Dimitri Andrade, acontece nos dias 11 e 12 de agosto de 2023, das 7h30 às 18h no primeiro dia e das 7h30 às 20h no segundo dia, com as horas finais dedicadas a um momento de Networking. O local destinado ao evento é o Centro de Eventos Recife, localizado na Av. Mal. Mascarenhas de Morais, 4861 - Imbiribeira, Recife - PE ao lado da Faculdade Pernambucana de Saúde (FPS). O Congresso é destinado a profissionais e estudantes da área de saúde, profissionais da área de educação, pais e familiares de pessoas atípicas e qualquer pessoa interessada na temática do autismo na vida adulta. O evento busca proporcionar discussões sobre a temática por meio de conteúdos científicos e práticas reais, despertando o interesse de estudantes, profissionais e empresas a buscarem ainda mais meios para atender as necessidades do autista adulto. Entre os temas que serão abordados estão a experiência sensorial da pessoa autista, manejo de crise dentro dos eixos de empregabilidade, linguagem e comunicação, sexualidade, saúde física, entre outros. Inscrições através do site: https://institutointegrarte.com.br/autismo-na-vida-adulta/
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