Ficar sem o celular por um longo período é uma ideia
praticamente impensável nos dias de hoje, uma vez que é possível resolver tudo
que se precisa por meio do aparelho. Porém, o uso constante, principalmente
entre os jovens, tem causado alguns danos à saúde, sobretudo à coluna devido a
posição que a cabeça fica. De acordo com o ortopedista do Hapvida em Campina
Grande, Leonardo Cezar, a síndrome do pescoço de texto (Text Neck, em inglês) é
o problema mais comum.
“Essa é uma doença nova da coluna vertebral, causada
principalmente pelo uso excessivo de celulares e dispositivos móveis de forma
geral, como tablets, etc. A má postura com que os aparelhos são manuseados,
flexionando sempre a cabeça para baixo em direção ao queixo, aumenta muito o
peso e a sobrecarga na coluna vertebral”, explica.
O especialista esclarece que ficar nessa posição aumenta a
pressão de 5kg, que é o peso normal da cabeça, para algo em torno de 25 a 30
kg. “Isso gera sobrecarga e coloca em estresse alguns pontos da coluna
cervical, o que pode provocar patologias e, de forma progressiva, doenças
muitas vezes irreversíveis”, afirma o médico.
Entre os sintomas mais comuns, o primeiro a ser percebido é
a dor. As deformações posturais são outras características, pois mesmo não
manuseando os aparelhos, a pessoa acaba mantendo o pescoço inclinado, o que
gera uma pressão constante na coluna. Além disso, o ortopedista ressalta que os
sintomas também incluem cefaleia, dor nas costas, nos ombros, rigidez muscular
e formigamento. Dormências no sentido das mãos e cotovelos já são indícios de
hérnia de disco.
Para melhorar do problema, a principal recomendação é mudar
a postura e tentar reduzir o uso repetitivo dos celulares e eletrônicos. “Outra
coisa que precisa ser feita é alongamento e reforço da musculatura do pescoço
e, então, a fisioterapia com medição, reposição postural, musculação. O
interessante é ser acompanhado por um médico para saber qual o melhor
tratamento”, orienta Leonardo Cezar.
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