Se antes a preocupação do
brasileiro, nessa época do ano, era com a dengue, hoje a situação tornou-se
ainda mais apreensiva. Com a chegada do zika vírus ao país, possivelmente
durante a Copa do Mundo, o número de doenças transmitidas pelo mosquito Aedes
aegypti aumentou. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde da Paraíba, em
2015, foram registrados mais de 11 mil casos de dengue e, de 20 amostras
enviadas para análise, 12 confirmaram a presença do zika vírus e oito não
detectaram a doença.
No entanto, os baixos registros
do zika vírus podem estar relacionados com os problemas enfrentados no
diagnóstico, já que faltam exames mais precisos para identificar a doença. A
clínica geral do Pronto Atendimento Campinense, Mariluce Terra, explica que há
semelhanças entre dengue, zika vírus e febre chikungunya e a diferenciação das
três, pelos sintomas clínicos, nem sempre é possível.
“As três doenças têm, cada uma,
algumas peculiaridades e os quadros podem ser muito parecidos, dependendo do
paciente. O zika, inicialmente foi considerado apenas como uma dengue mais
leve, devido ao fato de terem sintomas semelhantes, porém menos intensos. A
febre costuma ser baixa, as dores nas articulações são leves ou moderadas, as
manchas vermelhas quase sempre estão presentes, a coceira é de leve a intensa,
e os olhos podem apresentar vermelhidão”, explica.
Porém, apesar de ter semelhanças
com a dengue, as consequências do zika vírus para a saúde ainda trazem dúvidas.
O surto de microcefalia (diâmetro craniano inferior à média para idade e sexo
da criança) tem sido associado ao vírus e causado transtornos em todo o país.
“Dependendo da gravidade, podemos ter crianças com comprometimento grave, que
podem ser incapacitadas permanentemente. A microcefalia pode acarretar retardo
no desenvolvimento, atraso intelectual, convulsões e alterações
comportamentais”, esclarece a neuropediatra do Hapvida Saúde, Margarida de
Pontes.
A especialista explica que “o
tratamento varia de acordo com a manifestação clínica. Como, por exemplo,
tratar convulsões, fazer fisioterapia e outros tratamentos de suporte para o
atraso do desenvolvimento neuropsicomotor.” Além disso, a neuropediatra afirma
que a melhor forma de prevenção é a realização do pré-natal, se possível, com
exames anteriores e orientações específicas, como o calendário de vacinas.
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